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Consórcio Nordeste recomenda proibição de festas privadas no carnaval
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste emitiu um parecer técnico, nesta quinta-feira (03), em que recomenda a proibição de festas privadas de Carnaval.
Além disso, o colegiado propõe o cancelamento dos feriados de Carnaval – em Pernambuco, é ponto facultativo – e a ampliação das campanhas de vacinação contra a Covid-19.
Em 2022, o carnaval está previsto para entre 26 de fevereiro [sábado] a 1º de março [terça-feira].
Recife e Olinda já cancelaram as festas públicas carnavalescas, mas optaram por não se posicionar sobre eventos privados e deixaram a cargo do governo do estado, que deve anunciar a decisão em 15 de fevereiro.
No documento, o consórcio argumenta que o avanço da variante ômicron tem transmissibilidade quatro vezes maior que da variante Delta e tornou-se dominante no Brasil.
Além disso, o comitê de especialistas em saúde do consórcio ressalta a escalada de casos conhecidos de Covid-19 no mundo e no Brasil.
“Chama atenção a intensidade da nova onda, que parece ter atingido o seu pico no final de janeiro, com valor cerca de quatro vezes maior que o do pico em 2021. Este fato é decorrente da maior transmissibilidade da Ômicron, mas, também de sua capacidade de evadir da proteção conferida pelas vacinas com relação às infecções causadas pelas variantes anteriores do coronavírus”, diz trecho do parecer.
O documento também diz que a variante ômicron é menos letal que as variantes gama e delta e atribui o menor número de mortes atual pelo “fato de grande parcela da população já estar vacinada, o que faz com que os números de hospitalizações e mortes sejam menores que os das ondas anteriores”.
“No momento, é impossível prever com segurança quando o novo pico será alcançado e qual será a duração da nova onda”.
Para os cientistas do consórcio, a manutenção dos feriados de Carnaval – em alguns estados, são pontos facultativos – “poderá se constituir num estímulo para a população ir às ruas, promovendo aglomerações, o que poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia”.
Quanto à proibição das festas privadas e de shows que possam gerar aglomerações, o comitê entende que esses eventos “intensificariam a transmissão do vírus, como ocorreu no Réveillon, e resultariam no prolongamento da terceira onda no Brasil”.
“O comitê científico tem clareza sobre as dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes desta medida. Porém, o mais importante no momento é salvar vidas. E vidas não têm preço. Naturalmente, após o término da pandemia, novos feriados extraordinários poderiam ser criados pelos governos”, diz o comitê.
Em dezembro, o comitê científico recomendou aos governadores e prefeitos o cancelamento das festividades públicas de final do ano e do Carnaval, alertando que a variante Ômicron poderia causar um aumento na transmissão do vírus e provocar uma nova onda da pandemia.
“As comemorações públicas de Réveillon e as festas de Carnaval foram efetivamente canceladas pela maioria dos governantes. Porém, foram realizadas celebrações de Réveillon privadas de forma generalizada, como se a pandemia tivesse terminado”, frisa.
Os especialistas do comitê científico orientam os governos estaduais e os prefeitos a intensificarem as campanhas de vacinação contra a Covid-19 e justificaram que, mesmo com cerca de 70% da população brasileira completamente imunizada, o percentual “ainda não é suficiente para assegurar um cenário de tranquilidade e estabilidade”.
A recomendação é que a rede de saúde da família do SUS (Sistema Único de Saúde) e os agentes comunitários sejam direcionados para participar da busca por não vacinados ou pelos que não receberam a segunda dose da vacina.
Outras medidas foram recomendadas, como a aplicação da vacina nas escolas para crianças e adolescentes e a implantação de pontos de imunização em locais de grande circulação, além do estímulo e da obrigatoriedade do uso das máscaras de proteção facial.
Pernambuco passa por um momento crítico da pandemia, com os leitos de UTI chegando a 88% de ocupação. Na quarta-feira, bateu recorde de casos diários de toda a pandemia: 7.806 infectados em 24 horas.
No dia 28 de janeiro, o Governo de Pernambuco proibiu os profissionais da saúde pública estadual de tirarem férias durante 60 dias, até o final de março, por causa da pressão na rede.
Ainda assim, o governo manteve até 15 de fevereiro a liberação para festas privadas com até 3.000 pessoas em espaços abertos e até mil pessoas em espaços fechados.
Via Central de Notícias
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Dica de leitura
Um tempo para não esquecer: A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde – por Margareth Dalcolmo
Desde o início das contaminações pelo novo coronavírus, a pneumologista Margareth Dalcolmo acompanhou de perto, como médica e pesquisadora especializada, as repercussões clínicas, os efeitos sociais e os esforços da comunidade científica para encontrar vacinas capazes de conter a vertiginosa propagação da Covid-19.
Tornou-se referência nacional ao comentar na grande imprensa, com segurança, lucidez e empatia, os desafios e desdobramentos da pandemia que mudou o curso do planeta.
Assim, os artigos reunidos neste livro, escritos semanalmente para o jornal O Globo, constituem uma espécie de diário que documenta no calor e estupor dos acontecimentos a visão da ciência em sua essencial missão humanista. Faz com isso história – de um tempo para não esquecer.
“Ao aliar qualidade literária à generosidade de divulgar conhecimentos científicos de forma acessível, o conjunto de artigos reunidos nesta obra testemunham que a medicina pode ser, ao mesmo tempo, arte de cuidar e compromisso com o bem-estar coletivo. Com sua defesa clara e eloquente do recurso às melhores evidências científicas para a definição de políticas públicas capazes de fazer o país superar a grave crise sanitária, social e humanitária causada pela pandemia, a autora nos convida a trilhar caminhos de renovação de um projeto generoso para o futuro da saúde e da sociedade. ‘O bem-estar, a educação e a liberdade têm uma interdependência entre si, tal como acontece com a fome, a ignorância e a escravidão’. A citação do médico Rudolph Virschow (1821-1902) bem poderia ser uma epígrafe deste belo livro de Margareth Dalcolmo, a doutora Margareth, como afetuosamente se refere a ela a legião de admiradores que só se ampliou nestes duros tempos de Covid-19.” – Nísia Trindade Lima – Presidente da Fiocruz