Variante Delta tem casos confirmados em Pernambuco

 Variante Delta tem casos confirmados em Pernambuco

Imagem de fernando zhiminaicela por Pixabay

Pacientes, de Abreu e Lima e Olinda, tiveram os primeiros sintomas em 15 de julho

Variante Delta tem casos confirmados em Pernambuco. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) recebeu na tarde desta quinta-feira (12/08) mais uma rodada de sequenciamento genético de amostras de pacientes positivos para a Covid-19 feita pelo Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz PE). Das 52 amostras, 2 apresentaram a variante Delta, originária na Índia. Essa é a primeira vez que essa variante é identificada em pacientes pernambucanos.

O achado foi informado pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante a coletiva de imprensa realizada também nesta tarde.

“Destaco que este achado só reforça a necessidade de manutenção do cuidado e da importância de avançarmos com a vacinação. E o mais importante: da vacinação completa”, disse.

Os casos envolvem dois homens, um de 24 anos, residente em Abreu e Lima, e outro de 49 anos, de Olinda, que tiveram o início dos sintomas em 15 de julho.

Eles foram notificados no sistema e-SUS, voltado para os casos leves da doença, ou seja, sem necessidade de hospitalização, e evoluíram para cura.

A área técnica da SES-PE já acionou os municípios de residência para que seja feita a investigação epidemiológica e identificação de possíveis contatos.

Havendo casos interligados, haverá atuação para quebrar a cadeia de transmissão, além de tentar identificar amostras para novos sequenciamentos genéticos.

A SES dará todo o apoio necessário nesse trabalho, que também verificará se já há transmissão comunitária (quando não é possível identificar a origem da contaminação) da variante Delta no território pernambucano.

Homens foram vacinados e quadros da variante delta foram leves

Nessa análise preliminar, a SES-PE já identificou que os homens tomaram a vacina contra a Covid-19, o que pode ter auxiliado para que os quadros fossem leves.

De acordo com o sistema de informação do Ministério da Saúde (MS), o homem de 24 anos completou o esquema vacinal em março com a vacina da Coronavac/Butantan. Já o de 49 anos fez a primeira dose da Pfizer em meados de maio.

“A vacinação é uma estratégia de saúde coletiva e nenhum imunizante tem 100% de eficácia. Por isso, precisamos do maior número de pessoas vacinadas, bem como a manutenção do cuidado, para diminuir a circulação do vírus e garantir proteção a todos. Fique atento ao cronograma da sua cidade. Se chegou na sua faixa etária, agende sua 1ª dose. E, se chegou a hora da 2ª, não perca tempo e garanta a sua proteção. As vacinas comprovadamente protegem e podem salvar a sua vida”, destacou André Longo.

O secretário ainda convocou os pernambucanos a completarem os esquemas vacinais. “Quem está em atraso com sua segunda dose em Pernambuco, mais um motivo para buscar agendar sua segunda dose, buscar o posto de saúde naqueles casos que não exigem agendamento”, disse.

O pediatra Eduardo Jorge, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), participou da coletiva e garantiu a segurança e eficácia das vacinas em uso atualmente no Brasil.

“Sabemos que para essa variante (Delta), o escape da resposta da vacina é um pouco maior do que as variantes anteriores e que é importantíssimo ter as duas doses”, ratificou.

“Nós estamos com quantitativo de vacina, hoje, bem superior ao que tínhamos em abril e maio. Então, a gente tem esperança de um controle (da pandemia). Mas a gente reforça que não há uma medida única que permita o controle da pandemia. Vacinação sempre, vacinação sim, vacinação com duas doses. Esse é o lema principal. Precisamos garantir este acesso, facilitar este acesso e ter vacinas para todas as pessoas acima de 18 anos”, finalizou.

RELATÓRIO

Das 52 amostras biológicas analisadas pelo Instituto Aggeu Magalhães, 49 (94%) apresentaram a variante Gama (P.1), que também foi predominante nos trabalhos anteriores. Além dos 2 casos da Delta, 1 apresentou a variante B.1, que não é considerada de preocupação.

“O que tem se observado é que a introdução da variante Delta tem sido mais lenta em outros locais. Atribui-se que, pela presença da variante P1, temos, então, uma competição entre as cepas. Por isso, não é tão simples a predominância da variante Delta, ainda mais em um cenário de expansão da vacinação. Por esses casos que detectamos agora, que são do mês de julho, percebemos que, se tivéssemos um surto da Delta, os indicadores, que estão em queda, já estariam apresentando alguma diferença. Mas isso não pode fazer com que nós relaxemos. A mensagem que queremos passar é de continuar com os cuidados, de articulação com os municípios e reforço nas pactuações da vacinação no Estado. Neste momento, não estamos anunciando nenhum avanço no Plano de Convivência, como também nenhum recuo. É fundamental que a população entenda a necessidade de reforçar os cuidados, como o uso correto de máscaras, o distanciamento social e a higienização adequada das mãos, mesmo passando a convivermos. É necessário compromisso e responsabilidade. A gente nunca disse que a pandemia acabou. O vírus continua circulando. Por isso, os cuidados também são importantes para ajudar na proteção que a vacina confere”, ressaltou o secretário André Longo.

FILIPINOS – Anteriormente, o Aggeu Magalhães já havia identificado 5 casos da variante Delta, contudo em tripulantes filipinos que precisaram atracar no Estado para atendimento médico.

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO – O secretário André Longo ainda anunciou que a rede pública de saúde tem, neste momento, a menor quantidade de pacientes com suspeita da Covid-19, ou confirmação, desde maio do ano passado. Ao todo, são cerca de 510 pacientes atualmente. Isso é resultado da progressiva redução dos indicadores da doença no Estado. De acordo com Longo, na Semana Epidemiológica (SE) 31, que compreende o período de 01 a 07 de agosto, a Central de Regulação de Leitos registrou 351 solicitações por vaga de UTI – uma queda de 18% em relação à Semana Epidemiológica 30.

Além disso, a Semana Epidemiológica 31, superou a SE 30 como a de menor registro de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o início da circulação comunitária do novo coronavírus em Pernambuco. Ao todo, foram notificados 397 casos – uma redução de 21% em relação a SE 30 (504) e de 35% na comparação com a SE 29 (611).

BOLETIM – Foram registrados, nesta quinta (12), 712 casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 25 (3,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 687 (96,5%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 598.050 casos confirmados da doença, sendo 52.734 graves e 545.316 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha.

Além disso, o boletim registra um total de 526.477 pacientes recuperados da doença. Destes, 31.165 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 495.312 eram casos leves.

Também foram confirmados laboratorialmente 16 novos óbitos (10 femininos e 6 masculinos), ocorridos entre os dias 12/11/2020 e 11/08/2021. As novas mortes são de pessoas residentes dos municípios de Camaragibe (1), Caruaru (1), Feira Nova (1), Goiana (1), Jaboatão dos Guararapes (3), Paulista (1), Recife (4), São Lourenço da Mata (1), Serra Talhada (1) e Vitória de Santo Antão (2). Com isso, o Estado totaliza 19.117 mortes pela doença.

Os pacientes tinham idades entre 37 e 89 anos. As faixas etárias são: 30 a 39 (1), 40 a 49 (1), 50 a 59 (5), 60 a 69 (2), 70 a 79 (2), 80 ou mais (5). Do total, 12 tinham doenças preexistentes: diabetes (9), doença cardiovascular (6), obesidade (5), hipertensão (5), histórico de AVE (1), imunossupressão (1) e histórico de tabagismo (1) – um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Os demais seguem em investigação.

NOVAS DOSES – Pernambuco recebeu, no início da madrugada desta quinta-feira (12/08), mais 43.250 doses de vacina contra a Covid-19 da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz. Os imunizantes chegaram ao Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre e, em seguida, levados para a sede do Programa Estadual de Imunização (PNI-PE) para checagem e armazenamento.

“As novas doses do imunizante da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz serão destinadas à aplicação das segundas doses dos grupos com comorbidades e pessoas com deficiências. É importante que a população fique atenta ao prazo de completar o esquema vacinal e acompanhe o avanço da Campanha de Vacinação em seu município”, destacou o governador Paulo Câmara.

As novas doses foram encaminhadas às 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), na manhã desta quinta, juntamente com as 45.630 unidades da Pfizer/BioNTech que chegaram a Pernambuco na tarde de ontem (11.08) e destinadas exclusivamente para iniciar o esquema vacinal.

Até agora, Pernambuco, que ocupa a 4ª posição entre os Estados mais eficientes na aplicação das vacinas, recebeu pouco mais de oito milhões de doses de imunizantes contra o novo coronavírus.

A superintendente de Imunizações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), Ana Catarina de Melo, reforça a importância de os municípios estarem atentos para as populações elencadas nas duas últimas remessas. “Precisamos avançar na cobertura vacinal do esquema completo das pessoas com comorbidades e com deficiência. Por isso, é importante que os municípios organizem seus estoques e façam a imunização adequada destes grupos, desenvolvendo estratégias para alcançar esse público, como a busca ativa dos munícipes. Já as doses destinadas às primeiras doses serão essenciais para que os municípios continuem ampliando a imunização da população pernambucana”, ressaltou.

Desde o início da campanha de vacinação, em 18 de janeiro, 8.049.980 doses já foram disponibilizadas aos pernambucanos, sendo 3.781.770 da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, 2.691.960 da Coronavac/Butantan, 1.404.000 da Pfizer/BioNTech e 172.250 da Janssen.

BALANÇO DA VACINAÇÃO – Pernambuco já aplicou 6.641.108 doses de vacinas contra a Covid-19 na sua população, desde o início da campanha de imunização no Estado. Desse total, 1.947.040 pernambucanos completaram seus esquemas vacinais, sendo 1.777.064 pessoas que foram vacinadas com imunizantes aplicados em duas doses e outros 169.976 pernambucanos que foram contemplados com vacina aplicada em dose única.

Em relação às primeiras doses, foram 4.694.068 aplicações. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 324.650 trabalhadores de saúde; 26.147 povos indígenas aldeados; 45.540 em comunidades quilombolas; 7.700 idosos em Instituições de Longa Permanência; 681.562 idosos de 60 a 69 anos; 603.559 idosos de 70 e mais; 2.463 pessoas com deficiência institucionalizadas; 424.305 pessoas com comorbidades; 35.067 pessoas com deficiência permanente; 70.075 gestantes e puérperas; 411.488 trabalhadores de serviços essenciais; 1.935 pessoas em situação de rua; 30.946 pessoas privadas de liberdade, além de 2.028.631 pessoas de 18 a 59 anos.

Em relação às segundas doses, já foram beneficiados 262.182 trabalhadores de saúde; 25.974 povos indígenas aldeados; 38.098 em comunidades quilombolas; 5.943 idosos institucionalizados; 541.274 idosos de 60 a 69 anos; 524.489 idosos de 70 e mais; 1.191 pessoas com deficiência institucionalizadas; 145.329 pessoas com comorbidades; 7.311 pessoas com deficiência permanente; 6.859 gestantes e puérperas; 75.658 trabalhadores de serviços essenciais; 666 pessoas em situação de rua; 28.463 pessoas privadas de liberdade; além de 113.627 pessoas de 18 a 59 anos, totalizando 1.777.064 pernambucanos.

Em relação à dose única, foram beneficiadas 2.122 idosos de 60 a 69 anos; 552 idosos de 70 anos e mais; 2.502 pessoas com comorbidades; 373 pessoas com deficiência permanente; 12.269 trabalhadores de serviços essenciais; 1.006 pessoas em situação de rua, além de 151.152 pessoas de 18 a 59 anos.

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