Disco em homenagem a Reginaldo Rossi juntou nomes da música pernambucana e nacional
Por AD Luna
No dia 23 de dezembro de 2013, Pernambuco perdia um de seus maiores ídolos. Falecido aos 70 anos, vítima de câncer no pulmão, Reginaldo Rossi despertou admiração e amores de colegas músicos das mais variadas tendências. Boa amostra disso é o CD “REIginaldo Rossi – um tributo”. Lançado em 1999, pelo selo Mangroove, à época mantido pelo músico Zé da Flauta e pelo produtor e criador do Abril pro Rock, Paulo André Pires, o disco reuniu um grande time de artistas da música pernambucana e nordestina.
Entraram na escalação do álbum: Lenine, Zé Ramalho, Querosene Jacaré, Lula Queiroga, Otto, Cascabulho, Mundo Livre S/A, Geraldo Azevedo, Devotos, Paulo Francis Vai Pro Céu, Véio Mangaba, Stela Campos e Loop B, Comadre Florzinha, DMP e Os Fulanos, Via Sat, Eddie e DJ Dolores
A ideia surgiu a partir de um tributo feito à época em homenagem a Roberto Carlos, de acordo com Zé da Flauta. Para ele, era hora de Rossi também ter o seu.
“Ele é o nosso rei, o Rei do Brega. Ele tem uma história e eu o conhecia desde a década de 1960, quando ele tocava no conjunto de baile The Silver Jets”, relembra.
O flautista e produtor conta que foi difícil escolher os cantores e bandas que participariam do tributo. “Porque todos queriam participar!”, diz Zé da Flauta.
Quando ouviu a nova roupagem que os colegas músicos fizeram dos seus sucessos, Reginaldo Rossi se encantou.
“Ele ficou bastante emocionado na época. Começou a aparecer mais na imprensa, virou cult, deu entrevista para MTV, coisa que nunca tinha feito e me agradeceu bastante por ter feito a mídia se chegar mais nele”, conta Zé da Flauta.
Entre suas favoristas, Zé cita “Tô doidão”, com o Querosene Jacaré (“uma versão visceral com grande interpretação de Ortinho, o vocalista”; “A raposa e as uvas”, na voz de Lenine, com arranjo e guitarra de Robertinho do Recife; “As quatro estações”, com Geraldo Azevedo; e “Era domingo”, cantada por Zé Ramalho com participação do sanfoneiro Silverinha. Para Zé da Flauta, Reginaldo Rossi é um brega autêntico, original. “Admiro quem tem personalidade artística, e ele tinha de sobra”.
“Eu e Lulu Oliveira fizemos um arranjo para Pedaço de mau caminho. Este disco é muito bom, muito rico. Depois que ele saiu, fizemos um show no Marco Zero. Havia umas 20 mil pessoas.
Quase todo mundo que participou do disco cantou com o Rei e com a banda que o acompanhava. Fui recebido com um buquê de rosas. Ele teve um jeito todo especial de elogiar cada um de nós. A conversa dele é de derrubar um avião”
“Foi massa ter participado. Lembro que fomos uma das últimas bandas que confirmaram a participação. Quando colocaram as opções, vi que muitas das músicas mais famosas que ele cantava já tinham sido escolhidas.
Daí vi que tinha Mon amour, meu bem, ma famme e não tive a menor dúvida em escolher essa, porque foi a primeira música dele que me seduziu.
Eu a ouvi numa coletânea. A voz dele, com timbre marcante e temperamento forte, me cativou. No lançamento, no Marco Zero, tive a honra de cantar com ele. Foi uma honra”.
“Foi sensacional ter uma coletânea com a produção local e com uma figura folclórica que carrega certa identidade do estado. Foi a afirmação da cena músico-cultural daquele momento.
Fizemos (a Eddie e DJ Dolores) uma produção bem experimental, o começo de uma fusão que ficou comum entre músicos autorais trabalhando em conjunto, com ferramentas diferentes. Foi uma segunda geração de possibilidades na cena do Recife dos anos 1990”
“Foi uma experiência fantástica participar daquele projeto. Nós gravamos O pão, que foi o primeiro hit dele, a música que o tornou conhecido ainda nos tempos da Jovem Guarda. Por isso mesmo, é uma música pela qual ele tem um enorme carinho.
Soubemos depois que ele ouviu e adorou a nossa versão, o que foi motivo de grande orgulho. A gente colocou uma citação do Krafttwerk, The model. Foi o dia em que Reginaldo Rossi e o Kraftwerk se encontraram”
“Passei minha adolescência inteira ouvindo essa música (Tô doidão). Escolhi a música porque ela era a cara da banda, foi um dos estouros dele. É o rock’n’roll de Reginaldo Rossi.
Ele é o nosso representante da Jovem Guarda. É a cara do Recife. Quem aqui não o conhece? Vai ficar faltando algo no Recife sem Reginaldo Rossi”
“A gente tinha escolhido até outra música. Quando a gente ouviu esta música (Desterro), achamos que uma mulher cantando ia ser muito interessante. A repercussão foi muito boa.
Continuo cantando no meu repertório. Reginaldo Rossi é a primeira referência para um artista que quer ser popular. Acho que chamá-lo de brega é meio pejorativo. Pra mim, ele faz rock’n’roll romântico”
“Lembro que Paulo André nos fez o convite. Ficamos felizes e aceitamos na hora! O Rei é um dos artistas que tocaram muito nos anos 1970, aqui no Alto José Do Pinho. Então, para nós, era uma puta de uma responsabilidade.
Resolvemos fazer uma versão de O rock vai voltar. Era o auge do movimento mangue, só se falava em música regional e pouco se falava do rock. Apesar de sempre termos em Recife uma cena muito forte, que passou por todos os modismos nacionais e sempre se manteve firme”
Publicado originalmente no Diario de Pernambuco, em 20/12/2013
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