Mulheres na Conservação: websérie mostra trabalho de cientistas brasileiras em prol do meio ambiente
Ao longo de dez episódios, divididos em duas temporadas, o Projeto Mulheres na Conservação contou a história de cientistas que atuam nas mais diversas áreas da ciência e lutam em prol da conservação ambiental no Brasil. No último episódio do projeto, lançado no dia 19/09, os espectadores poderão conhecer um pouco mais sobre a bióloga e pesquisadora da FIOCRUZ, Márcia Chame, e sua atuação no Parque Nacional da Serra da Capivara. O último episódio da websérie está disponível no canal do Youtube da Fundação Toyota do Brasil.
A cientista é Coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fundação Oswaldo Cruz e também diretora científica da Fundação Homem Americano. Quando iniciou seu trabalho no Parque Nacional da Serra da Capivara na década de 1980, Marcia acompanhou a arqueóloga Niède Guidon na investigação da relação humana com os seus parasitos. De lá para cá, nunca tirou seus olhos de pesquisa desta importante região da Caatinga, considerada o berço do homem americano e um Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
“Quando eu cheguei aqui, era muito jovem. Tinha recém-terminado a faculdade e aí você se dá conta que não sabe nada. E hoje a conservação é todo um fio que conduziu todas as coisas que eu fiz na minha vida”, disse a pesquisadora.
Márcia teve a oportunidade de crescer como profissional da ciência em um espaço onde as mulheres eram a peça chave. Isso possibilitou uma construção de carreira, na qual ela sempre se posicionou sem qualquer perspectiva de inferioridade de gênero. Além disso, ela seguiu seus sonhos, mesmo que não tivesse apoio para todos eles. “Se você tem um propósito, uma intuição, se você acredita naquilo que você faz, persiga isso”, compartilhou a cientista.
Iniciado em agosto de 2019, o Projeto Mulheres na Conservação foi idealizado pela jornalista Paulina Chamorro e pelo fotógrafo João Marcos Rosa, e conta com o apoio da Fundação Toyota do Brasil. Por dois anos, eles acompanharam de perto o trabalho dessas mulheres em diferentes regiões e biomas do país.
“A força das mulheres à frente da pesquisa e conservação no Brasil tem que ser conhecida por todos e todas. Não só como fonte de inspiração e exemplo, mas também para se encantar pela natureza do Brasil, conservada por elas. Realizar este projeto é uma aula aberta sobre as nossas relações com a natureza e a resiliência e garra das pesquisadoras que atuam no Brasil”, ressaltou Paulina Chamorro.
Para a Fundação Toyota, apoiar um projeto que empodera mulheres e encoraja tantas outras a seguirem o mesmo caminho é fundamental para desenvolver uma sociedade mais igualitária para as mulheres.
“Esse tema é de muita importância para nós, o que torna o Projeto Mulheres na Conservação ainda mais especial. Se queremos que a igualdade de gênero se torne uma realidade em um futuro próximo, precisamos promover mudanças agora, proporcionando oportunidades a jovens mulheres e incentivando a representação feminina em todas as áreas de atuação. Estamos muito satisfeitos em poder contribuir com um projeto que dá destaque a mulheres cientistas com trabalhos tão relevantes”, comentou Viviane Mansi, presidente da Fundação da Toyota do Brasil.
Além da websérie, o Projeto Mulheres na Conservação conta com matérias especiais sobre o trabalho das cientistas, que são publicadas nos sites da National Geografic Brasil e do Ciclo Vivo, além de um podcast que leva o mesmo nome da iniciativa, disponível na plataforma Spotify.
Saiba quem são as mulheres retratadas nos todos episódios da websérie Mulheres na Conservação:
Primeira Temporada
- Beatrice Padovani Ferreira, bióloga e pesquisadora que atua no projeto Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais;
- Patrícia Médici, engenheira florestal e presidente do Grupo de Especialistas em Antas;
- Karen Strier, pesquisadora e presidente da Sociedade Internacional de Primatologia;
- Flávia Miranda, médica-veterinária, fundadora e presidente do Instituto Tamanduá,
- Neiva Guedes, bióloga, pesquisadora e fundadora do Instituto Arara Azul.
Segunda Temporada
- Érica Pacífico, bióloga e pesquisadora que atua pelo Instituto Arara Azul no cerrado;
- Marta Cremer, a bióloga, pesquisadora e coordenadora-geral do Projeto Toninhas do Brasil;
- Zélia Brito, chefe da Reserva Biológica do Atol das Rocas;
- Tânia Sanaiotti, bióloga, pesquisadora no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e fundadora do Projeto Harpia;
- Márcia Chame, bióloga, pesquisadora e coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fundação Oswaldo Cruz e também diretora científica da Fundação Homem Americano.
VEJA TAMBÉM
“Ciência e cultura são tratadas de forma separadas”, critica Elika Takimoto
“Existe uma falha grave de comunicação entre os cientistas e a sociedade”, diz Mariana Guenther