Petrúcio Amorim: o poeta do forró

 

“Petrúcio Amorim – o poeta do forró” é o título da biografia do cantor e compositor pernambucano, escrita por Graça Rafael, lançada pela editora Coqueiro. A autora e o biografado falam sobre a obra

 

No início, ele ficou até sem graça, pois se considerava muito novo para ter sua história registrada em livro. Passados mais de dez anos e com a obra prestes a sair, o cantor e compositor, natural de Caruaru, se mostra feliz com o resultado exposto no livro “Petrúcio Amorim – O Poeta do Forró” (Editora Coqueiro, R$ 70). A obra foi escrita pela também caruaruense e apaixonada por forró Graça Rafael.
Com prefácio e orelha escritos, respectivamente, pelos também forrozeiros Santanna, o Cantador, e Maciel Melo, o livro traça de maneira minunciosa a trajetória do filho do casal Antônio João de Amorim e Maria Hermínia da Silva.
A biografia passeia pela infância de Petrúcio Amorim, passando pelo deslumbramento com o São João da terra natal, a construção das parcerias com Jorge de Altinho, Leonardo Sullivam e Rogério Rangel, a produção dos primeiros discos, as homenagens prestadas e recebidas, a convivência com os músicos que o acompanharam. Além da batalha constante do artista para vencer todas as dificuldades que apareceram em seu caminho.
A produção executiva e direção de arte ficaram a cargo de Rafaella Rafael, que já desenvolveu outros trabalhos na cena do forró, a exemplo da direção de arte e cenário do DVD ao vivo de Jorge Altinho (2005) e capas de discos de Xico Bezerra, Chiquinha Gonzaga, entre outros.
Petrúcio Amorim
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No projeto gráfico, foram usadas imagens de bonecos de barro que reproduzem a figura de Petrúcio Amorim, feito por Seu Biu, artesão do Alto do Moura, Caruaru. Há também uma farta distribuição de fotos do cantor junto com personalidades de diferentes setores da sociedade, amigos e amigas do meio artístico e pessoas próximas a ele. A coordenação editorial é de Cristiano Jerônimo
Graça Rafael nasceu e passou toda a adolescência em Caruaru. Aos 18 anos, a pedagoga que não chegou a exercer a profissão mudou-se com os pais para o Recife. Na capital pernambucana, continuou a nutrir a paixão pelo xote, baião, xaxado, arrasta-pé, sempre frequentando festas e shows.
“À medida que o tempo passava, fui me afeiçoando e gostando de todos os cantores que faziam parte da história do forró. Fiquei amiga de muitos. Daí minha aproximação com Petrúcio”, relata a atual moradora do bairro da Encruzilhada.
A ideia de registrar a vida do cantor e compositor de sucessos como “Cidade grande”, “Tareco e mariola”, “Filho do dono”, “Meu cenário” e “Dois rubis”, surgiu em 2004, como forma de Graça Rafael levar algum conforto ao amigo Petrúcio Amorim – que passava por um momento bastante delicado à época.
“Não levei a sério no início. Porém, por conta dos encontros, conversas, da boa amizade, comecei a achar a ideia interessante”, conta Petrúcio. Com a aprovação, meses depois, Graça Rafael pegou um gravador Panasonic de fita cassete emprestado da cantora Cristina Amaral e marcou a primeira entrevista. Ela ocorreu no dia 22 de fevereiro de 2008, na sede da Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-Serra e Ai, no Recife.
“A gente conversou durante uma hora. Mas, quando fomos ouvir a fita, nada havia sido gravado, pois o aparelho estava com defeito. Quase que entro embaixo da mesa”, relata dona Graça, entre risos.
Da segunda vez em diante, os encontros entre os dois, alimentados à base de café, biscoitos tareco, bolachas cream cracker e confiança mútua, foram se tornando mais produtivos.
“Em todo esse período, nunca tivemos nenhum desentendimento, nenhuma divergência. É uma biografia totalmente autorizada. O povo diz que se ganha mais dinheiro quando ela é não autorizada. Mas não quis correr esse risco”, brinca Graça Rafael.
Familiares, amigos e amigas do meio artístico também contribuíram com relatos. A escritora transcrevia todos os depoimentos primeiro à mão, para só depois registrá-los no computador.
O livro “Petrúcio Amorim – O Poeta do Forró” foi viabilizado sem uso de verbas públicas ou leis de incentivo. As empresas Agemar e Masterboi apoiaram a iniciativa.

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