José Paes de Lira, Lirinha, é um inventivo artista brasileiro que atua na zona de fronteira entre a música, as artes cênicas e a literatura. Começou sua carreira artística ainda criança como declamador de poesias na sua cidade natal, Arcoverde, sertão de Pernambuco e, hoje, representa uma geração de criadores que rompe paradigmas na produção musical e investigação sonora. Refletindo, na sua original obra, uma intensa experiência sensorial e emocional, na mixagem entre a poesia e a música.
Em 1997, idealizou e construiu o espetáculo cênico musical Cordel Do Fogo Encantado, novidade impactante e original vivenciada pela música pernambucana. Com o grupo tem quatro discos gravados: Cordel do Fogo Encantado (2000), O Palhaço do Circo sem Futuro (2002), Transfiguração (2006) e Viagem ao Coração do Sol (2018) além do DVD MTV Apresenta: Cordel do Fogo Encantado (2005).
Lançou, em setembro de 2011, seu primeiro disco solo: LIRA, produzido por Pupillo (Nação Zumbi), que também assina a produção do segundo álbum, O Labirinto e o Desmantelo, de 2015. Dentre as participações especiais, a cantora Céu, na faixa “Filtre-me”, como compositora e intérprete, numa parceria inédita. Em Outubro de 2020, lançou O Amor é um Tubarão, música composta para a personagem de Fernanda Montenegro, no filme Piedade, de Cláudio Assis.
Como compositor, assinou canções interpretadas por artistas como: Gal Costa (Jabitacá), Céu (Sangria), Pitty (Lágrimas Pretas), Elba Ramalho (Nossa Senhora da Paz), Natiruts (Não Chores meu Amor), Otto (O que dirá o mundo e Meu Mundo) e Fábio Trummer – Eddie (Ela Vai Dançar, Só Faltou Você Dizer Adeus e outras).
Lirinha viu suas canções serem trilhas de diversas obras audiovisuais, como nos filmes Deus é Brasileiro (Cacá Diegues), com Os anjos caídos, e, em Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes), com a canção O amor é filme. Como autor, o artista assina três livros: Coletânea virtual Geração 00, organizada por Heloísa Buarque (2005), O Garoto Cósmico – FTD (2007), Mercadorias e Futuro – Ateliê Editorial (2008).
Como diretor artístico, em 2018, dirigiu “Alfarrábio Sonoro – Sesc Vila Mariana: Um encontro entre as obras Morangos Mofados (Caio Fernando Abreu) e Grande Sertão: Veredas (João Guimarães Rosa)”. Intérpretes: Lirinha, Anelis Assumpção, Ava Rocha e Letícia Sabatella. Já em 2020, foi a vez de “João Cabral 100 anos, por Lirinha e Letícia Sabatella”, no Festival de Natal da Cidade de São Paulo.
Lirinha desenvolve espetáculos que misturam poesia e música, como a performance poético-musical Poesia Eletrônica: espetáculo de carreira, no qual recita poesias e utiliza elementos pré-gravados, disparados através de um sampler. No repertório, além das próprias composições, textos de outros autores e poetas que influenciam sua carreira. Lançou recentemente o seu terceiro disco, MÊIKE RÁS FÂN.
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