DNA do Rec-Beat Festival carrega ausência de preconceitos regionais e de gênero

 DNA do Rec-Beat Festival carrega ausência de preconceitos regionais e de gênero

Gutie, produtor e idealizador do Rec-Beat Festival. Foto: divulgação

 

 

A pandemia da covid-19 afetou profundamente o setor de shows e festivais. Para tentar contornar essa grande dificuldade imposta pela maior crise de saúde da humanidade, nos últimos 100 anos, produtores, bandas e artistas têm buscado investir mais no formato audiovisual e na internet.

É o caso do Rec-Beat, que este ano não ocorre no Cais da Alfândega, no Recife, onde há 25 anos é realizado dentro da programação oficial do Carnaval do Recife. Neste domingo (14), com transmissão gratuita através do YouTube do festival, a partir das 15h35. Na programação, Mateus Aleluia, MC Troia, Getúlio Abelha, O Terno, Luiza Lian, Spokfrevo Orquestra, Ilú Obá de Min e Céu.

O produtor e idealizador do evento, Antonio Gutierrez, o Gutie, deu uma entrevista ao programa InterD – música e conhecimento, veiculado na rádio Universtiária FM do Recife e nas plataformas digitais, na quarta (10). Abaixo, transcrição da conversa com o músico e jornalista AD Luna.

Tantos anos de Rec-Beat e imagino que você nunca pensou que não poderia realizar o festival por conta de uma pandemia, né? Desde quando vocês começaram a montar essa versão online e o que norteou a escolha das atrações?

Realmente é difícil imaginar que ainda em 2021 a gente ia ter que lidar com a pandemia. Nós imaginávamos que no meio do ano já teríamos esse problema resolvido. Tanto é que a gente planejava uma edição presencial. Mas quando a gente percebeu essa impossibilidade, já pensou no digital.

No meio do segundo semestre do ano passado, em setembro, a gente começou a trabalhar na versão online. E o que norteou a escolha das atrações foi exatamente o mesmo conceito que o Rec-Beat em tem, o de manter ligação com um pouquinho da tradição e, ao mesmo tempo, com novas tendências, novos nomes no line-up, nomes também consolidados.

Eu acho que a gente conseguiu, com essa programação, um recorte muito representativo do que é a programação do Rec-Beat. Então, apesar de ter uma programação mais compacta, mais enxuta, com um dia só no digital, a gente conseguiu ter convicção de que conseguimos montar um line-up bem dentro do que representa o festival nesses 25 anos.

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O Rec-Beat é um festival onde se procura estar sintonizado com questões da sociedade, novos valores, olhares e atitudes. Poderia comentar a respeito?

O Rec-Beat nunca transgrediu seus princípios e valores. A gente tem muito cuidado com isso. Está no DNA do festival essas questões de ausência total de preconceitos, de questões de gênero e regionais. Enfim, é uma festival totalmente aberto, democrático, plural, diverso, que abriga todas as tendências, todas as vozes.

É um festival que nunca foi excludente. Até porque esse também é o espírito do carnaval. A partir do momento em que o Rec-Beat que acontece durante o carnaval, o festival também reflete essas características: de total liberdade de expressão.

A gente não permite, não admite que qualquer voz que venha contra isso esteja no Rec-Beat.

A gente acredita que tem que haver uma verdade no que a gente faz. Até porque nosso festival é totalmente gratuito, a gente tem um acesso ali de 80 mil pessoas por ano, por edição. É um festival inclusivo, heterogêneo. A gente tem um público jovem e maravilhoso, é um público que também se renova sempre e que se sente representado pelo festival.

Nesse sentido, o Rec-Beat tem esse compromisso com o público também, de levar sempre uma verdade, discussões, questionamentos. E disso o festival não abre mão.

Acompanhe as apresentações do Rec-Beat 2021

 

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