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Chick Corea: o adeus a uma lenda do jazz
No final do ano passado, Corea estava trabalhando com duas encomendas: um concerto de trombone para a Filarmônica de Nova York e um concerto de percussão para a Orquestra da Filadélfia
Por Iúri Moreira
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Armando Anthony “Chick” Corea, uma das lendas do jazz americano, morreu aos 79 anos no último dia 9 de fevereiro de uma rafa forma de câncer, não divulgado pela família. A informação foi postada nas redes sociais do músico, um dos maiores gênios do jazz e fusion.
Vencedor de incríveis 23 prêmios Grammy, Chick Corea é o artista com mais Grammys de jazz nos 63 anos de história da premiação. Ele ainda tem a chance de ganhar postumamente outros dois, na próxima edição do prêmio, pois está indicado nas categorias de melhor solo de jazz improvisado, na música “All Blues”, e melhor álbum instrumental de jazz.
Chick Corea nasceu em Massachusetts e começou a estudar piano aos 4 anos, mas se irritou com a educação formal e abandonou a tanto a universidade de Columbia e a Juilliard School. Aprendeu a tocar piano com o pai, um trompetista de jazz, e começou a ganhar fama em 1968, quando substituiu Herbie Hancock na banda de Miles Davis, gravando os discos “In a Silent Way” e “Bitches Brew”.
A partir dos anos 70, já fora da banda de Miles Davis, Corea formou seu próprio grupo de vanguarda, o Circle, e depois fundou a banda Return to Forever. Nessa época, Chick Corea se incomodava com a perda de espaço do jazz para o rock. Foi então que veio a grande sacada de misturar os dois estilos.
Surgia aí o movimento Electric Fusion. Em sua banda, Chick Corea tocou com grandes músicos como Stanley Clarke, Al Di Meola, Lenny White, Bill Connors e os brasileiros Flora Purim e Airto Moreira. Nos anos 80, ele fundou o grupo The Elektric Band, com John Patitucci (baixo), Frank Gambale (guitarra), Eric Marienthal (sax) e Dave Weckl (bateria).
No final do ano passado, Corea estava trabalhando com duas encomendas: um concerto de trombone para a Filarmônica de Nova York e um concerto de percussão para a Orquestra da Filadélfia.
Ele também começou a dar aulas on-line, e criou a Chick Corea Academy para oferecer sua visão sobre música e compartilhar a opinião de outras pessoas, tirar dúvidas e conversar com convidados.
Em sua página no Facebook, Corea deixou uma mensagem póstuma para seus fãs:
“Quero agradecer a todos aqueles que ao longo da minha jornada, ajudaram a manter o fogo da música aceso. É minha esperança que aqueles que têm a ideia de tocar, escrever, e atuar, que o façam. Se não por você, então pelo resto de nós. O mundo não precisa apenas de mais artistas, mas também de muita diversão. E para os meus incríveis amigos músicos, que são uma família para mim desde que os conheci: foi uma bênção e uma honra aprender a tocar com todos vocês. Minha missão sempre foi levar a alegria de criar em qualquer lugar que eu pudesse, e ter feito isso com todos os artistas que eu admiro tanto, foi a riqueza da minha vida”.
Corea deixa sua esposa, Gayle Moran, e um filho Thaddeus.