Artes

Carnaval, São João e FIG não vão acontecer a curto prazo, sinaliza Gilberto Freyre Neto

Secretário de Cultura de Pernambuco falou também sobre a expectativa da sanção da segunda fase da Lei Aldir Blanc e da diminuição do espaço da cultura na mídia

Por AD Luna
Colaboração: Marcelo Pereira

“A gente sabe que não vai acontecer, no curtíssimo prazo, nenhum tipo de atividade que se relacione, por proximidade, ao que a gente faz no Carnaval, no São João, num Festival de Inverno de Garanhuns”. A avaliação do secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto, foi dada na edição #99 do programa InterD – música e conhecimento, veiculado na rádio Universitária do Recife, nesta quarta (12).  Freyre discorreu ainda sobre a possível retomada de execução da Lei Aldir Blanc, caso receba sanção presidencial, do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), da crescente ausência de espaço para a cultura nos tradicionais veículos de comunicação.

Como de costume, no InterD sempre são solicitadas às pessoas entrevistadas que indiquem músicas para tocar no programa. O secretário Gilberto Freyre Neto escolheu músicas de Duda Beat e Martins, artistas da nova geração da música pernambucana.

Ouça, abaixo, a participação do secretário de Cultura de Pernambuco no InterD e a transcrição da entrevista com ele.

A gente está vivendo, há mais de um ano, com a pandemia da covid-19. De que forma a Secretaria de Cultura tem lidado com isso, o que você poderia destacar?

O impacto da pandemia, em todos as cadeias de valor da cultura, tem sido extremamente destrutivo. Paralisadas as atividades de produção cultural, foram [também] paralisadas as atividades de fruição. Tanto uma conta quanto a outra são fundamentais para a cadeia produtiva da cultura.

A produção cultural está paralisada, em sua grande maioria, pela necessidade do afastamento social. Isso é gravíssimo, uma vez que muitos dos nossos criadores desenvolvem atividades que precisam de um conjunto de pessoas apoiando esse processo criativo.

Isso tem a ver com a diversidade da cultura pernambucana, com todas as linguagens as quais Pernambuco possui representatividade: da cultura popular, nas suas manifestações de raiz, mas também da gastronomia, da moda, do cinema.

São estruturas que estão praticamente paralisadas, aguardando a melhoria do cenário de saúde para que possam voltar em sua plêiade de realizações.

Ao mesmo tempo, a parte de fruição, com a paralisação das atividades de arena, dos teatros, cinemas, eventos, shows, também afasta muito a visibilidade que Pernambuco sempre teve de suas atividades culturais.

Pensando nisso, e de forma nacional, nasce a Lei Aldir Blanc – que é a única ferramenta que os estados possuem (os municípios também possuem a sua cota de participação), para manter ativa a produção cultural e dar um mínimo de visibilidade a esses produtos que podem circular por meio digital.

Não é a melhor forma, mas é a priori a única forma que foi discutida, aprovada e está sendo conduzida para fazer com que, tanto a parte de produção quanto a de fruição cultural, pudessem estar na ativa, durante esse ciclo da pandemia.

Então, a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, juntamente com os municípios pernambucanos (e isso é uma ação nacional) têm feito vários editais, num esforço conjugado para manter ativa essa produção cultural, em sua diversidade.

Maracatu Estrela Brilhante, no Alto José do Pinho. Carnaval do Recife 2015. Foto: Jedson Nobre/PCR

Aqui em Pernambuco, foram mais de dois mil projetos analisados e habilitados a receber recursos, nesse primeiro ciclo da Lei Aldir Blanc – que finalizou em 31 de Dezembro de 2020. Nós apoiamos 2020 projetos com o volume de recursos de, mais ou menos, R$ 48 milhões.

É um volume de recursos extremamente importante e considerável. Representa mais ou menos um ciclo completo de recursos da Secretaria de Cultura, durante um ano “normal”.

É um volume de recursos considerável e importante porque os produtos que estão sendo gerados – a partir dessa ação da Lei Aldir Blanc, dessa aplicação de recursos -, em sua grande maioria, são de belíssima qualidade. Demonstram, claramente, o efeito positivo da aplicação desse recurso na atividade de produção cultural em Pernambuco.

Nós estamos usufruindo desse material da melhor maneira possível, diante do caos que se estabelece na paralisação dessas atividades, pelo afastamento social.

Soma-se à própria Lei Aldir Blanc, a continuidade das atividades de fomento da própria Secretaria de Cultura dentro do possível.

Nós temos aí o Funcultura funcionando – com limitações, é óbvio -, analisando e aprovando projetos culturais na permanência das suas atividades de fomento.

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E ampliando o prazo da execução de projetos, tentando facilitar a vida do produtor cultural, à medida que essa paralisação forçada pela pandemia impacta, de forma muito abrupta, essas etapas claras de fortalecimento da cadeia de valor da cultura.

Então é isso que a secretaria está fazendo: ampliando prazos de execução de projetos, facilitando a vida do produtor cultural, digitalizando seus processos internos para fazer com que essas pessoas que lidam com políticas de fomento possam ter a condição de permanecer ativas durante o afastamento necessário pela pandemia.

Tem outras ações que são agora direcionadas às paralisações das atividades. Por exemplo, durante o ciclo carnavalesco, que não existiu no ano 2021, foi feita uma ação emergencial importante para contemplar os produtores culturais, os grupos culturais, os artistas que se apresentam durante o ciclo carnavalesco.

Há mais de R$ 2,6 milhões sendo pagos a quase 500 grupos culturais que tiveram suas paralisações e que, evidentemente, precisam do recurso para manter viva, ativa, a sua atividade cultural, importante para Pernambuco, dentro do ciclo carnavalesco.

Ensaio do Maracatu Encanto da Alegria – Mangabeira. Recife, 29 de janeiro de 2019. Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR

Agora, estamos esperando a sanção dessa nova fase da Aldir Blanc. Com a experiência adquirida pela primeira fase, como vai ser o trabalho da secretaria, caso ela seja sancionada?

Pois é, vai entrar agora o segundo round da Lei Aldir Blanc. Todos estamos aguardando, com muita ansiedade, a sanção presidencial. É óbvio que ela pode vir com vetos total, parcial, pode voltar para o Congresso. A gente realmente não sabe o que esperar.

Mas estamos todos acreditando que a Lei Aldir Blanc vai ter essa segunda frente, que vai fazer com que os estados e municípios possam utilizar o saldo de recursos disponíveis em conta corrente, daquilo que não foi aplicado no ano passado.

É um volume de recursos extremamente considerável para a cultura. Só aqui em Pernambuco vamos ter, com saldo do Governo do Estado e dos municípios, mais de R$ 50 milhões para essa cadeia de valor. É um volume importante para o ano 2021.

Imaginamos fazer a mesma coisa que foi feita no primeiro ciclo: novos editais para contemplar quem por acaso tenha ficado de fora no primeiro ciclo – isso é uma coisa importante a ser analisada – e, analisando os editais anteriores, identificar aqueles que melhor conseguiram aplicar, capilarizar esse volume de recursos que foi transferido, para que mais artistas possam usufruir desses recursos, mais grupos culturais possam se proteger dessa paralisação.

E que a gente continue com a diversidade cultural pernambucana sendo protegida da melhor maneira possível, durante esse ciclo nefasto do afastamento social pela pandemia.

A Secretaria de Cultura tem diversos equipamentos culturais espalhados por Pernambuco. O que tem sido feito, durante esse período em que as atividades estão praticamente fechadas ao público, para reequipar e melhorar a qualidade dos espaços e serviços oferecidos?

É óbvio que há uma dificuldade muito grande, do ponto de vista orçamentário-financeiro, de se aplicar recursos durante esse ciclo, fora das estruturas de saúde do Estado. O Estado fez uma opção por qualificar ao máximo suas estruturas de saúde e é óbvio que todas as secretarias têm limitações no uso de seus recursos orçamentários tradicionais, num ciclo normal de convivência.

Então, há um foco muito claro na saúde dos pernambucanos, na vida dos pernambucanos, e a gente tem visto aí a boa repercussão dessas ações.

A diminuição desses recursos disponíveis para as atividades culturais têm sido suplantados por um foco estratégico, obviamente na manutenção das atividades culturais, como já comentei, pelo uso de recursos da Lei Aldir Blanc, dentro do possível na manutenção dos espaços físicos e dos nossos aparelhos culturais.

Manutenção essa que é fundamental pela própria característica dos aparelhos. A gente está falando de museus que têm como primazia a manutenção do patrimônio pernambucano.

Por exemplo, o Museu do Estado tem sido palco de manutenção desde os seus jardins até na cobertura, nas suas estruturas internas, para facilitar ao máximo a dinâmica e a qualificação desse espaço físico – que, durante o próprio ciclo da pandemia, pelo apartamento das pessoas, gera uma necessidade até maior.

É curioso dizer isso, que o não uso dos aparelhos culturais causa tanto transtorno quanto o excesso de uso. Então é importante o ciclo de manutenção se estabelecer da melhor maneira possível para que, no retorno às atividades, a gente tenha os aparelhos culturais disponíveis à população, dentro da melhor maneira.

Marco Zero – Carnaval do Recife 2020. Foto: PCR

A cada dia diminui o espaço para a cultura em veículos de imprensa mais, digamos assim, tradicionais. O que você pensa sobre isso e como a Cultura tem trabalhado para dar mais visibilidade às ações e as realizações da própria secretaria?

As redes sociais, de maneira geral, criaram um novo canal de comunicação com a sociedade. Ao mesmo tempo que isso é positivo, no sentido da capilarização da informação, muitas vezes a qualidade daquilo que circula é frágil.

E nós acreditamos que bons vetores de comunicação, bons jornais, blogs, bons jornalistas envolvidos no setor, tendem a qualificar a nossa diversidade pela própria característica da nossa cultura.

É óbvio que a gente está vendo uma precarização nos meios de comunicação. E a gente fala isso de forma global, não é uma [situação] exclusiva de Pernambuco.

Mas, pela tradição pernambucana, pela diversidade, pela riqueza de Pernambuco, é óbvio que a gente sente cada vez mais a fragilização desse canal de comunicação.

A Secretaria de Cultura possui, na internet, o seu espaço. Temos um espaço digital, um jornal digital chamado Cultura PE, que faz o caminho da difusão cultural.

Mas não tenho dúvida que o desejo é que esse canal digital seja só um pequeno vetor perto daquilo que a gente acredita, que é o papel fundamental dos órgãos de imprensa, dos órgãos de comunicação, dos jornalistas.

E dos blogs que fazem hoje um papel importante na difusão, na capilarização da informação qualificada, cada vez mais, nos nichos específicos aos quais aqueles blocos participam.

É fundamental – pela diversidade, pela riqueza de Pernambuco – que tenhamos por trás pessoas competentes analisando, julgando, criticando aquilo que é feito e aquelas ações que são evidentemente trabalhadas dentro do ciclo de qualidade que Pernambuco merece.

Afoxé Omo Nilê Ogumjá. no Carnaval de Pernambuco 2020. Foto: Jan Ribeiro/ Secult PE – Fundarpe Afoxé Omo Nilê Ogumjá

A cultura é um importante canal para geração de emprego e renda, de socialização e diminuição da violência. Principalmente entre as camadas mais invisíveis ou desfavorecidos da população. Há políticas em curso da Secretaria de Cultura para minimizar esses efeitos da crise?

De forma muito objetiva, o Governo do Estado em várias frentes em que a cultura participa. Nós temos fóruns internos e externos ao próprio governo em que a cultura é um elemento importante. Todas as políticas de segurança pública no Estado – e a gente está falando de algumas bem vitoriosas, que transcendem governos – já refletem essa identidade e esse compartilhamento de atividades em que a cultura participa.

[Ela] participa gerando oportunidade econômico-financeira, uma linguagem de paz. Você tem várias ações, tanto nos órgãos municipais, quanto nos órgãos estaduais que têm dinâmicas relacionadas à cultura.

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Nós somos parte de várias frentes nesse sentido. As próprias políticas de fomento, as atividades culturais, o próprio Funcultura, já têm dentro das suas dinâmicas de fortalecimento, políticas de acesso relacionadas à territorialidade, à política de gêneros, de raça.

Quer dizer, você tem aí já uma série de ações que transcendem a própria produção cultural em si, como elemento de fortalecimento de cadeias de valor que têm no seu pilar o olhar sobre o território, sobre o impacto daquela criatividade cultural no território, para melhorar a vida das pessoas, diminuir os riscos inerentes à segurança pública, a violência, dando efetivamente um olhar técnico àquilo que a gente acredita que é importante para que as cadeias de valor, que transcendem a cultura, mas que fazem parte desse universo, se estabeleçam de forma bastante humanizada.

Bom, tendo em vista a situação da pandemia, dificilmente vamos ter São João, o Festival de Inverno de Garanhuns, talvez até o Carnaval de 2022 esteja ameaçado, nesse modelo que a gente tinha até o ano passado. A Secretaria de Cultura tem algum plano para realização de, digamos assim, versões alternativas desses eventos, com apresentações on-line, algo do tipo?

É óbvio que o desejo de todos nós era a volta de uma certa normalidade, dentro do possível. Claro que, como agente público nesse sentido, um secretário de Estado tem que estar buscando boas referências, inclusive fora do Brasil, em algumas escalas que se assemelham ao nosso Carnaval.

Não tenho visto absolutamente nada acontecendo nessa escala. Existem, claramente, tentativas de se analisar, em alguma escala, que não é nem próxima do nosso carnaval, a eficácia de estratégias para fazer com que essa certa normalidade volte para o showbiz, para os shows, para as atividades de arena, na sua maioria.

[Há] poucos exemplos positivos, alguns em análise, mas nada que se reflita na escala do nosso Carnaval, que coloca milhão de pessoas na rua. A gente tem visto recentemente uma atividade parecida com isso na Índia, que foi talvez o pior exemplo que tivemos durante o ciclo da pandemia.

Hoje estamos vendo na Índia uma complicação enorme de contaminados e de óbitos pressionando o sistema de saúde, numa escala parecida ao nosso Carnaval – festas religiosas de rua, [com] 400, 500 mil pessoas envolvidas em uma escala terrível.

Isso nos coloca à prova. A gente sabe que não vai acontecer, no curtíssimo prazo, nenhum tipo de atividade que se relacione, por proximidade, ao que a gente faz no Carnaval, no São João, num Festival de Inverno de Garanhuns – que é talvez o maior festival de cultura pop, hoje, do Brasil, sem sombra de dúvida.

[O FIG] coloca 500, 600 mil pessoas, durante dez dias para conviver. É um tipo de atividade que provavelmente não vai ter a condição, sem vacinação, de acontecer.

O nosso desejo é que aconteça o mais breve possível. Nós temos aí um FIG [de] de 30 anos para comemorar. Esse FIG 30 precisa ser comemorado por Pernambuco da melhor forma possível. Mas as limitações nos impõem criar outros outras ferramentas de realização.

Está sendo sempre discutido pelo Governo do Estado uma forma alternativa de manter ativa a cadeia de valor da cultura. Isso pode vir em forma de auxílio emergencial, como foi feito no Carnaval.

A gente está sempre analisando a resposta do próprio produtor cultural, do artista, do grupo, em relação ao que está sendo realizado pelo Estado.

Mas talvez não na escala, não mais em formato digital. Há também um certo cansaço na no uso das lives como ferramenta de difusão – [que] foi excessivamente utilizada durante muito tempo como forma de atingir o público. Tem o seu efeito, mas é um efeito ainda limitado, perto da diversidade que representa o Carnaval, o São João de Pernambuco, o próprio Festival de Inverno.

Então, imagina transformar isso numa ação televisiva ou digital. É realmente um desafio absurdo, gigante, e talvez a gente não consiga atingir nem de perto os objetivos que são: fazer com que as pessoas integram, dentro de um ciclo de dez, 15 dias, uma fruição tão densa de atividades que, provavelmente, pelo meio digital não vai acontecer.

O humano precisa ser cada vez mais humano, e o humano tem a ver com toque, tem a ver com dividir a mesa, tem a ver com outras ações que o mundo digital não vai nem perto nos ofertar.

Então esse é o desejo da Secretaria de Cultura, fazer com que o humano seja humano cada vez mais e que a gente tenha sempre o olhar de que o futuro nos reserva uma oportunidade de fazer coisas melhores, maiores para própria humanidade, de convivência, e que essa pandemia nos demonstre isso.

Logo que ela passe, a gente vai ter certamente momentos de oportunidade de mostrar que o humano vai se sobressair em cima do humano. Que a gente é muito mais humano do que digital e que o digital tem o seu espaço, mas ele não é o todo, é só uma parte.

Imagino que exercícios teremos pela frente, na tentativa sempre de manter a atividade cultural, dentro dos princípios de segurança para manter o humano disponível para, cada vez mais, ele ser humano.

Festival Rec-Beat no Cais da Alfândega. Foto: Ariel Martini

Uma última pergunta. Existe abertura ou articulação da Secretaria com a iniciativa privada, para o desenvolvimento da cultura, de atividades no Estado?

Cada vez mais a gente percebe, primeiro, a limitação do Estado em tratar de todos os problemas. É fundamental que esse olhar seja um olhar de princípio e, segundo, que não há, pelo menos na cultura, condições de se fazer tudo sem se dividir o bolo, a responsabilidade, a produção, o fomento, o financiamento, a com iniciativa privada.

Pernambuco tem uma grandiosidade enorme, uma capacidade gigante de fazer coisas em escalas gigantes. Nós temos uma escala que é global, os nossos eventos são de escala global.

E, como eventos de escala global, existem desejos de aproximação de patrocinadores, de instituições, para participar desse desafio que é produzir cultura em Pernambuco pela diversidade de ciclos, de representações.

A Secretaria de Cultura sempre tenta se aproximar, buscar, a parceria privada. O momento não é oportuno para isso.

A gente não tem visto abertura, durante o ciclo da pandemia, nessas ações. Mas acredito eu que, logo após o ciclo, durante o final desse ciclo pandêmico, já com a vacinação mais avançada, a gente vá ter condição de se debruçar melhor sobre o desafio de dividir o bolo com a iniciativa privada e puxar para si a responsabilidade de coordenar, com um colegiado mais amplo, atividades culturais.

Principalmente, relacionadas ao nosso patrimônio cultural. Museus e centros culturais tendem a ter, na gestão privada, um modelo mais profundo e melhor representativo de gestão que gera mais eficiência na própria dinâmica que se estabelece no cumprimento dos princípios, no cumprimento dos objetivos, na condição de manter e preservar, difundir, divulgar atividades culturais, patrimônio, acervos, dentro das suas dinâmicas.

Então são frentes como essa que a gente se prepara para esse ciclo final da pandemia começar a esquentar motores e tentar, na sequência, já buscar nas parcerias privadas, no financiamento privado, no fomento privado, na cooperação internacional, ações que fortaleçam nossas cadeias de valor. Que certamente vão estar muito carentes desse dinamismo do consumo cultural.

Uma vez que o foco da secretaria, hoje, pela pandemia, é manter a atividade de fomento, mesmo que num nível mínimo, mas manter as pessoas que constroem, que produzem cultura, ativas, para que no momento que a gente tenha a condição de ter as atividades de arena disponíveis, a gente consiga fazer esse ciclo final da entrega do produto cultural para a sociedade.

Esse é o desfio pós-pandemia. Logo que a pandemia termine, a gente vai ter que buscar, dentro da atividade cultural – porque a sociedade vai pedir isso – atividades de rua, atividades que promovam o consumo e a diversidade dos produtos culturais pernambucanos para a sociedade.

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