Ao longo de nove capítulos, a cartilha da UFSCar traz informações sobre a legislação e o crime de transfobia e orientações essenciais de como, por exemplo, evitar comentários invasivos em relação à sexualidade, à realização de cirurgias e às características corporais de uma pessoa trans
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou a cartilha “Comunicação não violenta – uma abordagem trans inclusiva”. O material gratuito, produzido por uma estudante trans, está disponível no site da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE) da UFSCar, no site. O conteúdo, também acessível em áudio, em https://bit.ly/comunicacaotrans, traz orientações sobre como se comunicar de forma mais consciente, com exemplos de diálogos respeitosos e inclusivos, e ressalta a importância da empatia, de uma escuta ativa e de se evitar a reprodução de estigmas negativos e violentos e ideias preconceituosas e estereotipadas.
Ao longo de nove capítulos, há informações sobre a legislação e o crime de transfobia e orientações essenciais de como, por exemplo, evitar comentários invasivos em relação à sexualidade, à realização de cirurgias e às características corporais de uma pessoa trans. Também é tratado o direito ao nome social e sua relevância para a dignidade das pessoas trans. O material ainda desconstrói visões reducionistas ao conscientizar sobre a diversidade de gênero, explicando sobre pessoas não-binárias e o uso de pronomes neutros.
“A cartilha é super didática, clara e objetiva. Vai ajudar muito na divulgação de informações importantes que podem colaborar com o aprendizado de como lidar com a diversidade com respeito”, analisa Vinicius Nascimento, secretário geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar. “Essa cartilha é um dos projetos que elaborarei enquanto bolsista da SAADE com o intuito de disseminar e democratizar o acesso a informações relacionadas às pessoas trans com o objetivo educativo e de conscientização”, explica Victória Ayumi de Oliveira, estudante do curso de graduação em Ciências Sociais da UFSCar e autora do conteúdo.
A comunicação não violenta é uma abordagem que busca melhorar a qualidade da comunicação entre as pessoas, promovendo a empatia e a cooperação. Desta forma, praticar uma comunicação que objetive a não violência facilita a resolução de conflitos interpessoais, além de possibilitar o desenvolvimento de relações mais saudáveis. “A universidade é um ambiente múltiplo e plural, composto por vivências e especificidades diversas, assim, notamos a necessidade de uma forma de comunicação que seja respeitosa e, sobretudo, inclusiva a essa diversidade. Nesse sentido, a comunicação não violenta pode se tornar uma ferramenta valiosa para a construção de um diálogo empático e compreensivo para evitar atravessamentos”, escreveu a autora em um dos trechos da cartilha.
“A proposta desta cartilha partiu do Grupo de Trabalho Transformar (GT Trans) da UFSCar em decorrência das violências que acometem a população trans. E ter uma pessoa trans como autora da cartilha torna este conteúdo um representante legítimo e autêntico da comunidade trans. O texto é baseado em vivências e situações reais e cotidianas, assim como em desafios e aprendizados”, ressalta Thiago Loureiro, coordenador de Diversidade e Gênero da SAADE. “É mais um avanço na luta contra a discriminação. Esta iniciativa em prol da inclusão de pessoas trans é uma ferramenta poderosa para contribuir para que a sociedade seja um ambiente mais acolhedor. Este conteúdo promove o respeito aos direitos humanos, a inclusão e ainda colabora com a prevenção de conflitos. A comunicação pode ser acolhedora, respeitosa e transformadora em um ambiente diversificado e plural”, completa Natália Salim, também coordenadora de Diversidade e Gênero na secretaria.
A cartilha “Comunicação não violenta – uma abordagem trans inclusiva”, disponível gratuitamente em texto e áudio, é uma produção da UFSCar, por meio da SAADE, da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE), em conjunto com o GT Trans, a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) e a Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar. O material é o primeiro de uma série que abordará as violências a grupos vulnerabilizados.
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