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Terapias termoablativas para inativar tumores são efetivas, mas pouco acessível no Brasil
As Terapias termoablativas para inativar tumores são efetivas, mas pouco disponível no SUS e a cobertura na Saúde Suplementar é limitada
As Terapias termoablativas, como a radioablação (com transferência de calor) e a crioablação (uso do frio) são utilizadas pela radiologia intervencionista para tratamento paliativo da dor, controle local do tumor ou até como opção de cura em pacientes oncológicos com tumores primários ósseos, de partes moles e vísceras sólidas ou com poucas metástases.
As Terapias termoablativas para inativar tumores são efetivas, um procedimento minimamente invasivo, para os pacientes com tumor primário ósseo benigno como os osteomas osteoides ou pacientes oncológicos com doença sistêmica que não têm indicação cirúrgica é a termoablação. Orientada por métodos de radiologia intervencionista, a terapia térmica inativa os tumores com duas diferentes abordagens: radioablação (com transferência de calor) e crioablação (com uso do frio).
O tratamento é destaque da 12ª edição do Curso Temático Anual do Grupo de Estudos de Radiologia Musculoesquelética (GERME), evento que acontece na sexta (18) e sábado (19) no Hotel Pullman, em São Paulo. A realização é da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR).
A ablação percutânea é uma técnica minimamente invasiva realizada, muitas vezes, em pacientes com tumor ósseo benigno para substituir a cirurgia convencional com taxa de sucesso semelhante. Ela pode ser realizada, inclusive, em ambulatório e ambiente de “day clinic”, com sedação ou anestesia geral, guiada por ultrassonografia e tomografia computadorizada, com a utilização de técnicas percutâneas minimamente invasivas pelo radiologista intervencionista.
A técnica também pode ser feita por cirurgia aberta, sob orientação do ultrassom intraoperatório. Em alguns casos, o paciente pode receber alta no mesmo dia ou 24 a 48 horas após a realização do procedimento. Apesar dos resultados efetivos, a técnica é pouco disponível pelo SUS e o ROL da Agência Nacional de Saúde Suplementa (ANS) não prevê a cobertura para todas as indicações.
“No Brasil, a maior limitação é o custo. A inclusão no Rol da ANS é a cobertura dos casos de hepatocarcinomas, um subtipo de câncer do fígado e o osteoma osteoide/osteoblastoma, que é um tumor primário ósseo benigno, de caráter inflamatório e doloroso, mais comum na faixa pediátrica até a idade ao redor dos 20 anos. Todas as demais indicações, o paciente apenas consegue realizar assumindo os custos do procedimento. Não conseguimos fazer muito justamente por conta da limitação de custo”, lamenta o médico radiologista do Serviço de Intervenção Osteomuscular do Centro Avançado de Diagnóstico por Imagem Osteomuscular do Grupo Fleury, Marco Túlio Gonzalez, que, em duas aulas no GERME 2022, falará sobre radioablação e crioablação de tumores e metástases.
O especialista ressalta que a ablação surgiu para dar uma oportunidade de controle mais efetivo da dor, da disfunção e do controle local da lesão para os pacientes oncológicos. Para os pacientes com doenças metastáticas (por exemplo, com tumor primário do fígado, intestinal, do pulmão, da mama, da próstata ou dos rins, que se espalhou para os ossos), a primeira linha de tratamento é a quimioterapia, imunoterapia e radioterapia, porém, muitos destes tumores metastáticos são resistentes a essas terapias.
“O esqueleto é o terceiro local mais comum de metástases e sem o controle local efetivo destes tumores, há um impacto muito negativo na qualidade de vida dos pacientes, devido ao pouco controle da dor e ao aumento da fragilidade do osso principalmente em áreas de carga, como ossos da bacia e coluna, facilitando o aparecimento de fraturas patológicas, o que resulta em grande morbidade, perda da sua independência e afetando ainda mais a qualidade de vida do paciente”, reforça Gonzalez.
Outra boa notícia, complementa Gonzalez, é que, embora ainda alto, estão caindo os custos das ablações por haver maior número de empresas responsáveis ofertando os insumos necessários. Estudos apontam que o custo a médio e longo prazo dos métodos de ablação é menor, quando comparado às internações recorrentes para tratamento das intercorrências e paliativo da dor com altas doses de opioides. “O custo, no final das contas, acaba sendo menor para o sistema de saúde como um todo. Os gestores de saúde precisam ter este olhar”, completa Gonzalez.
SPR – Com mais de 8 mil associados, a Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR) atua desde 1968 em prol dos radiologistas, do desenvolvimento científico e da dinamização da especialidade. Nesse contexto estão eventos, educação digital, cursos, publicações, entre outras atividades. Dentre as principais ações da SPR está a Jornada Paulista de Radiologia (JPR), evento anual, o maior desse gênero na América Latina. Além disso, a SPR também conta com parcerias internacionais e faz convênios com entidades médicas de outros países, que proporcionam benefícios a profissionais da radiologia, como intercâmbios científicos e descontos em cursos.
Da Assessoria
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