Sofia Freire apresenta “Na Ponta da Língua”

 Sofia Freire apresenta “Na Ponta da Língua”

Neste álbum, Sofia não apenas demonstra seu talento musical, mas também sua habilidade como videomaker, criando um vídeo exclusivo para cada faixa. Foto: Lua Olívia

Sofia viaja pelas referências e pelos sintetizadores, guiando o ouvinte por camadas de sons envolventes, enquanto sua voz doce e de sotaque pernambucano marcante adiciona um encanto extra às composições

Sofia Freire deixa o piano um pouco de lado e aposta na sua voz abraçada por sintetizadores para revelar o que está na “Ponta da Língua” em seu terceiro álbum, que ganha o mundo neste 1º de março. Com 9 faixas compostas, gravadas, cantadas, produzidas e editadas por ela mesma, a pernambucana de 27 anos se destaca como uma das vozes mais criativas e instigantes da música brasileira.

“Ponta da Língua” apresenta uma narrativa introspectiva que cativa faixa a faixa, embalada por um som que flerta com o dark pop e trip hop com toques extraterrestres. Fã de Björk, Cocteau Twins, Cibo Matto, Sofia viaja pelas referências e pelos sintetizadores, guiando o ouvinte por camadas de sons envolventes, enquanto sua voz doce e de sotaque pernambucano marcante adiciona um encanto extra às composições. “Durante a pandemia tive uma crise criativa, fiquei abalada mesmo, uma vida em pausa. Sabe quando algo está na ponta da língua e não sai? Tive dificuldades de lidar e de entender meus sentimentos, quase uma crise existencial. De alguma forma transformei isso em letras e esse disco é fruto disso. Por isso, o nome”, reflete Sofia.

Todo o disco propõe uma viagem pelo universo intergaláctico e, principalmente, pelo seu próprio eu. Em “Big Bang”, por exemplo, Sofia tece um fio imaginário para conectar esses dois elementos – corpo e universo – que funcionam sob a mesma lei espacial: a constância. Em “Mormaço”, a compositora combina vocais mais agudos com versos sobre os mais altos astros do céu. E continua com sua autoreflexão e questionamentos de canção a canção, em uma narrativa coesa e contínua. A síntese do que a artista quis expressar nessa obra está em “Ponta da Língua”, canção que encerra e nomeia o álbum: “É pela língua que escolhemos o que vamos ou não ingerir. Também é o órgão da comunicação, da palavra, expressão. E esse disco é muito sobre isso: discernir e expressar”, conclui.

Neste álbum, Sofia não apenas demonstra seu talento musical, mas também sua habilidade como videomaker, criando um vídeo exclusivo para cada faixa. Com uma estética low-fi e elementos de ficção científica, os clipes não são apenas um complemento do disco. Eles conduzem o ouvinte por uma viagem através do universo pop e dark proposto por Sofia neste trabalho.

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