Sirius: Ministério da Ciência recebe 334 propostas de pesquisa

 Sirius: Ministério da Ciência recebe 334 propostas de pesquisa

Sirius, o acelerador de partículas brasileiro (Foto: Divulgação/CNPEM)

 

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), vai convocar, no mês de março, as propostas selecionadas para os experimentos do Sirius, o acelerador de partículas do tipo síncrotron. Localizado em Campinas (SP), o Sirius é o maior e mais complexo sistema de infraestrutura científica construído no País. Com 68 mil metros quadrados, sua estrutura só se equipara a outros aceleradores localizados na França e na Suécia.

Na primeira chamada, realizada no fim do ano passado, o CNPEM recebeu 334 propostas de pesquisa, que foram submetidas por cientistas de 15 países e de 17 estados brasileiros. Entre as propostas, 298 são provenientes de instituições brasileiras e 36 de instituições estrangeiras, principalmente da Argentina, Grã-Bretanha, Alemanha, Arábia Saudita, Estados Unidos e Suíça. Para esta primeira chamada, serão convidados cerca de 30% das propostas. Em abril, o CNPEM deve fazer uma nova seleção.

De acordo com o diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, Harry Westfahl Júnior, o número de propostas enviadas impressiona. “Demonstra o interesse da comunidade científica pelo Sirius”, afirmou. “Importante pontuar que todas as propostas são muito boas, várias delas excepcionais. Além do volume, temos pesquisas de altíssimo nível. É uma competição dura. Neste momento, estamos em fase de balizamento das avaliações distribuídas”, completou o diretor.

Harry também enfatizou que o número de propostas de pesquisa do exterior pode aumentar diante da crise em países europeus. “A procura internacional, embora possa chamar atenção, na minha opinião, ainda será maior. Com a crise energética na Europa, muitas fontes de luz síncrotron internacionais estão com a operação reduzida. Então, o Sirius surge como uma alternativa, já que a máquina é mundialmente competitiva, possibilita diferentes tipos de análise com qualidade e com rapidez”, explicou.

Um dado relevante é que, aproximadamente, 25% das propostas recebidas foram submetidas por novos usuários, ou seja, por pesquisadores que nunca haviam utilizado as instalações disponíveis nos quatro laboratórios que fazem parte do CNPEM. Dentre as propostas submetidas, a área do conhecimento mais frequente é Ciência dos Materiais e Nanotecnologia, seguida pelos campos de Física, Química, Terra e Meio Ambiente e Ciências de Agricultura, nesta ordem.

O diretor do LNLS/CNPEM, Harry Westfahl, acredita que diferentes fatores contribuíram para a atração de novos usuários. “O sistema de avaliação distribuído e de duplo anonimato pode ter encorajado grupos de pesquisa não familiarizados com análises deste tipo. Existe também o reconhecimento das diferentes aplicações do Sirius nas mais diversas áreas, além da exposição midiática que ajuda na atração de novos pesquisadores.”

Avaliação – As propostas submetidas para o Sirius serão selecionadas por um processo que privilegia o mérito científico, avaliado através de sistema de revisão por pares com duplo anonimato. A alocação final de tempo de feixe nas estações de pesquisa será realizada considerando também as distribuições geográficas e a diversidade de áreas científicas.

Além de não ter custos para uso acadêmico, pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras que residam em países da América Latina e Caribe, com propostas aprovadas, podem solicitar auxílio financeiro para a utilização das instalações do Sirius e viagem a Campinas.

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