Ressonâncias Rupestres SP traz Coco Raízes de Arcoverde
Ressonâncias Rupestres SP, projeto com residência artística entre nomes da cultura popular resulta na criação em conjunto, gravação e lançamento de três músicas autorais; um videoclipe; show coletivo com transmissão ao vivo; e aula-apresentação com a presença do grupo
O movimento do Coco Raízes de Arcoverde por São Paulo está reverberando por meio do projeto “Ressonâncias Rupestres SP”, fruto também da 2ª circulação do grupo do Sertão de Pernambuco pela cidade de São Paulo em 2024. O projeto é uma vivência da cultura popular entre o Samba de Coco Raízes de Arcoverde e três artistas autorais – Júnior Kaboclo (PE – Cabo de Santo Agostinho), Tião Carvalho (MA – Cururupu) e Ana Flor de Carvalho (SP – capital; ela é filha do mestre Tião Carvalho), com o objetivo de produzir em conjunto arte autoral e conhecimento, de trocar saberes e de circular informações.
O “Ressonâncias Rupestres SP” — produção da Buruçu em parceria com produtores/as de São Paulo (Leandro Toledo e Patrícia Soares) e do Coco Raízes (Ilma Calixto) — define como primeira etapa a residência artística entre o Coco Raízes e artistas, realizada na cidade de São Paulo durante duas semanas seguidas, de 12 a 23 de setembro deste ano.
“Nessa primeira etapa, a culminância da residência artística em São Paulo foi com apresentação conjunta, transmitida ao vivo no YouTube, e gravação de três músicas produzidas coletivamente. A partir da vivência entre o Coco Raízes e três artistas no ‘Ressonâncias Rupestres SP’, é levado o retrato da poesia do Sertão pernambucano até São Paulo”, explica Rui Mendonça.
Além do processo de criação das músicas autorais entre o Coco Raízes, o pernambucano Júnior Kaboclo, o maranhense Tião Carvalho (radicado em São Paulo) e a paulista Ana Flor de Carvalho e da performance ao vivo, diretamente da Comunidade Cultural Quilombaque/SP, bairro Perus (território Noroeste), o resultado desse elo também vai render o lançamento das canções nas plataformas digitais, sendo uma delas com videoclipe. Juntamente com o Coco Raízes, as vozes, as composições e os arranjos gravados com instrumentos também são de autoria das participações.
O processo de gravação das faixas foi realizado em São Paulo, no Estúdio 185, de Beto Mendonça, em parceria com o engenheiro de som/produtor musical Luiz Araújo, responsável pela captação. As próximas etapas são mixagem e masterização (produção musical), com o pernambucano Buguinha Dub à frente das respectivas funções, e em seguida a distribuição na internet, ficando assim disponível gratuitamente nas plataformas digitais do grupo.
Vale destacar que o projeto também chega à cidade de Arcoverde, onde acontece a culminância, a partir de uma aula-apresentação com a presença do grupo, na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Carlos Rios, situada no centro da cidade.
Com produção executiva de Diego Medeiros e a geral por Rui Mendonça e Rayanna Maria, “Ressonâncias Rupestres SP” tem o incentivo do Funcultura, Governo de Pernambuco, Fundarpe e Secretaria de Cultura de Pernambuco, além da parceria do Governo do Estado de São Paulo.
A equipe técnica do projeto é formada por Caio Mahin (arte/ilustração), Beto Mendonça (gravação: Estúdio 185, em SP), Luiz Araújo (engenheiro de som/produtor musical – captação), Buguinha Dub (produção musical – mixagem e masterização), Luísa Tenório (controller), Mirian Caxilé (intérprete de libras – acessibilidade), Daniel Lima (assessoria de imprensa/mídias sociais), Pablo Paternostro (direção audiovisual da transmissão no YouTube), Madu Corteze (técnica de streaming e operação de corte da transmissão), Gustavo Pagador (cinegrafia de transmissão), Paola Hernandes (cinegrafia da transmissão) e Victor Brufan (técnico de áudio da transmissão).
Informações sobre os/as artistas – “Ressonâncias Rupestres SP”
Júnior Kaboclo (PE)
Artista natural do município do Cabo de Santo Agostinho (Região Metropolitana do Recife, Pernambuco), músico, compositor, brincante, arte-educador e artesão de pífanos. Também fundou a banda de pífanos Zabumba do Mestre Chimba (1998), Orquestra Frevo Capibaribe (2005) e Sebastião Biano e seu terno esquenta muié (2011), com disco indicado ao Prêmio da Música Brasileira na categoria instrumental (2016). Em 2020 recebeu o prêmio Funarte Respirarte, pela categoria Música com a composição “Abre vento”. Atualmente, mantém o seu projeto autoral Júnior Kaboclo e Pife da Mata (2022) e coordena a Orquestra Frevo Capibaribe, preservando a cultura do Pífano e do Frevo no estado de São Paulo.
Ele também toca com diversos grupos: Banda de Pífanos de Caruaru, Mestre Nico e o balanço da Manipueira, Chambinho do Acordeon, Companhia Pé no Terreiro, Encantarias do Maranhão e os blocos Fervo da Vila e Lapa de Urso.
Tião Carvalho (MA)
Natural de Cururupu, região noroeste do estado do Maranhão, o mestre é cantor, compositor, dançarino, músico, brincante, ator e pesquisador brasileiro. Há mais de 40 anos, ele propaga a cultura popular por meio de apresentações musicais, oficinas e diálogos. É o fundador e diretor do Grupo Cupuaçu de Danças Brasileiras (cultura tradicional brasileira, pesquisa de manifestações maranhenses, festa do Bumba Meu Boi em São Paulo) e também mestre do grupo de capoeira Nzinga São Paulo (capoeira angola).
Na carreira de música autoral, reúne dois discos solos lançados – “Quando Dorme Alcântara” (2004) e “Tião Carvalho Canta João Vale” (2006). Ambos estão disponíveis nas plataformas digitais.
Ana Flor de Carvalho (SP)
A artista, natural de São Paulo, é mulher, negra, poeta, compositora, cantora, intérprete, brincante, musicista, arte-educadora, LGBTQIAP+, e formada em Letras, além de filha do mestre Tião Carvalho.
Ela produz o projeto solo autoral “Pranto Terra”, além de reunir vivências em diversas expressões e matrizes da cultura popular brasileira com grupos como Nzinga, Cupuaçu (SP) e Flor de Pequi (GO).
Confira o projeto no perfil oficial
Circulação
Na nova temporada em São Paulo, o Coco Raízes de Arcoverde fez apresentações do “Cantando Coco”, álbum mais recente lançado pelo grupo nas plataformas digitais. A Caravana percorreu o centro de São Paulo, as zonas Leste, Oeste e Noroeste e também a cidade de Osasco, na Região Metropolitana.
Durante a circulação, o grupo ocupou os seguintes espaços: Teatro Flávio Império (show – Zona Leste); Casa de Cultura Itaim Paulista (show – Zona Leste); Centro Cultural Chácara do Jockey (show – Zona Oeste); Escola de Artes (oficina – Osasco, Centro); Casa de Francisca (show – Centro de São Paulo); Boteco Ocupação 9 de julho e Bananal Arte (show em Barra Funda – centro de São Paulo); Casa de Cultura Raul Seixas (show – Zona Leste); e Comunidade Cultural Quilombaque (show – Zona Noroeste), respectivamente.
Vale lembrar que o Coco Raízes também rodou por São Paulo no mês de maio deste ano, durante seis dias na capital (16 a 21/05 – período de duração), com cinco apresentações na ocasião.
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