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Evolução humana: projeto usa cultura brasileira para ensinar crianças
Materiais audiovisuais criados em parceria entre pesquisadores do Instituto de Biociências e do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP abordam conceitos científicos como evolução humana, de forma divertida e educativa; produção pretende aumentar representatividade da população negra na ciência
De onde viemos? Essa pergunta é o ponto de partida de uma animação produzida pelo projeto Evolução para Todes – Compartilhando a Ciência do LAAAE, iniciativa de divulgação científica que pretende aproximar o conhecimento acadêmico das pessoas e incentivar o acesso das mulheres e da população negra à ciência.
O vídeo disponível no canal do projeto no YouTube é o primeiro de uma série de curtas sobre ciência, arqueologia e evolução humana produzidos pelo Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva (LAAAE) que tem pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) e do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), ambos da USP. O projeto também conta com apoio do Instituto Serrapilheira de fomento à pesquisa e à divulgação científica no Brasil.
A produção usa a cultura brasileira para tratar dos conceitos científicos e tem personagens negros para incentivar a representatividade deste público na ciência A partir do ponto de vista de uma garotinha de sete anos, o curta animado “De Onde Viemos?” apresenta temas como o método científico e os diferentes campos de estudo criados para investigar a origem humana.
“Queremos estimular a desconstrução do caráter histórico-colonizador e majoritariamente branco das ciências acadêmicas, com foco na Arqueologia e na Antropologia, uma vez que esses fatores culminam na pouca representatividade da população negra dentro da nossa área de conhecimento, assim como em espaços como o das universidades e na figura de quem pode ser cientista”, afirma Mariana Inglez, coordenadora do projeto e doutoranda no LAAAE, onde pesquisa o processo de transição nutricional em comunidades ribeirinhas da Amazônia.
O Evolução para Todes tem uma equipe multidisciplinar formada, além dos pesquisadores da USP, por profissionais negros com foco na produção de conteúdos de gênero e raça.
Eles fazem parte da produtora Mundi, coordenada por Raul Perez. O grupo desenvolve ações focadas em divulgar conhecimentos em arqueologia, bioantropologia e evolução humana além de contar com educadoras em afro-alfabetização. Também participam da iniciativa a produtora de animação Noiz Anima, formada por um coletivo de animadores baseados na Zona Leste de São Paulo.
O projeto também contempla as redes sociais, como o instagram @laaae_usp que tem posts com conteúdos voltados ao público-alvo da iniciativa, como a seção #CientistasParaConhecer, uma seleção de cientistas que fogem do estereótipo predominante no imaginário popular, e o #LabIndica, curadoria de livros, exposições, filmes de ficção e documentários feita pela equipe do laboratório.
A segunda parte da animação, que será lançada até o fim de fevereiro, deve abordar o tema evolução humana, desvendando alguns mitos sobre o passado do homo sapiens e contando curiosidades sobre a origem e migração da espécie pelos continentes.
“Muitas vezes quando pensamos em estudos sobre Evolução Humana, pensamos em cientistas europeus ou norte-americanos em sítios arqueológicos na África. Como é possível contribuir para a construção de novos imaginários sobre quem faz ciência e sobre nossas áreas de conhecimento, com protagonistas mais diversos? Ser cientista é ter curiosidade, é formular perguntas o tempo todo, é observar o mundo, atentar para problemas e pensar em como solucioná-los”, defende Lisiane Müller, produtora do projeto Evolução Para Todes cuja pesquisa de mestrado aborda a mobilidade de grupos humanos do passado.
Todas as animações produzidas serão disponibilizadas nos canais do LAAAE no Instagram, YouTube e Facebook. O público também terá à disposição um link para download de uma versão do vídeo para Whatsapp. A estratégia é impulsionar o compartilhamento no aplicativo que tem se tornado uma grande ferramenta de disseminação de notícias falsas, sobretudo ligadas a ciências. “O projeto acredita na importância da representatividade para que crianças e jovens brasileiros, em especial meninas e crianças negras, acreditem que têm o potencial de serem o que quiserem, inclusive cientistas”, diz Mariana Inglez.
Tratando de conceitos mais avançados, o projeto lança também em fevereiro uma série de mini-vídeos. “Tratam-se de curtas sobre arqueologia e antropologia ambiental e evolutiva, evidenciando nossas pesquisas atuais e demonstrando como são desenvolvidas nossas atividades em campo e em laboratório, comunicando nosso posicionamento de incentivo à diversidade”, comenta Eliane Chim, produtora e doutoranda no MAE-USP que pesquisa a agricultura na bacia do rio São Francisco.
É possível acompanhar os lançamentos do Evolução para Todes nas redes do LAAAE:
Site: sites.usp.br/laaae
Instagram: @laaae_usp
Facebook: Página do LAAAE-USP
YouTube: Canal do Evolução para Todes
Twitter: @laaae_usp
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