Programa brasileiro impulsiona produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) e Inovações Biotecnológicas

 Programa brasileiro impulsiona produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) e Inovações Biotecnológicas

A iniciativa, estruturada no âmbito do Programa Peixe Rosa, criado em 2016, surge voltada para o fortalecimento do ecossistema biofarmacêutico na América Latina

Programa visa resolver a escassez de insumos farmacêuticos no país e posicionar o Brasil como líder global na produção e exportação desses produtos

Os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) são os componentes principais responsáveis pela ação terapêutica em medicamentos. Eles constituem a substância química ou biológica ativa que confere ao medicamento sua eficácia no tratamento, prevenção ou diagnóstico de doenças. Por exemplo, O paracetamol é o insumo em medicamentos usados para reduzir a febre e aliviar dores. Já a amoxicilina é o IFA em alguns antibióticos.

Há uma escassez de IFAs para medicamentos especializados ou menos lucrativos, como antibióticos de última geração e medicamentos para doenças raras. A produção desses IFAs é menos atrativa financeiramente, o que reduz o número de fornecedores.

Alinhada às estratégias do governo federal para contornar esta vulnerabilidade que ameaça inclusive a soberania nacional, a Of Joseph PB&T tem se associado a representantes da indústria farmacêutica internacional e a pesquisadores da UFPE para propor uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), programa de incentivo do Ministério da Saúde para o fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde, focada na produção e de IFAs e medicamentos oncológicos.

Atentos a magnitude do problema, a Of Joseph PB&T, iniciou tratativas com uma empresa líder global em produção e vendas de IFAs para adquiri-la e torná-la brasileira, de onde será direcionada parte da produção internacional existente para o Brasil e paralelamente será construída uma fábrica modelo em solo brasileiro. A iniciativa promete não apenas suprir o mercado nacional, mas também tornar o Brasil um país exportador de IFAs.

Para viabilizar essa iniciativa, a Of Joseph PB&T conta com manifestações de apoio financeiro de grandes bancos de investimento em Nova Iorque, entre eles Cohen & Company Capital Markets. Com esse investimento, o Brasil pode emergir como um exportador relevante no mercado global, enquanto supre integralmente suas necessidades internas de insumos.

A iniciativa, estruturada no âmbito do Programa Peixe Rosa, criado em 2016, surge voltada para o fortalecimento do ecossistema biofarmacêutico na América Latina. O projeto é resultado da parceria entre a Of Joseph PB&T, empresa multinacional que investe em projetos inovadores, e a Outthinker, rede global que reúne diretores de estratégia e executivos de inovação de grandes empresas.

Peixe Rosa busca unir competências em pesquisa científica a soluções voltadas para os desafios do mercado, com foco no avanço da medicina translacional, que transforma descobertas científicas feitas em laboratórios em tratamentos e soluções práticas para pacientes, e no desenvolvimento de inovações em ciências da vida. “A proposta do Programa Peixe Rosa é estabelecer uma rede integrada que potencialize o acesso à saúde e promova a expansão do mercado de ciências da vida na América Latina”, afirma o Gestor de Inovação do programa, Anderson Vasconcelos.

Com um fundo inicial de US$1 bilhão a expectativa é de um orçamento total de pelo menos US$5 bilhões, o programa inicia suas atividades estruturais com um planejamento robusto.

Sua estrutura inclui uma CRO (Contract Research Organization), um Parque Científico Tecnológico e um Núcleo Avançado de Medicina Translacional, estes dois últimos ainda em fase de desenvolvimento. “A CRO, voltada para principalmente para medicina translacional, opera de forma ágil e eficiente, atendendo às demandas de pesquisa e desenvolvimento do setor biofarmacêutico, ao mesmo tempo em que otimiza recursos e promove a colaboração entre o Estado e a iniciativa privada”, explica Anderson Vasconcelos.

Parcerias- Um dos pilares de Peixe Rosa é a formação de parcerias interinstitucionais, com renomadas instituições de pesquisa e diagnóstico clínico no Brasil, como: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade de Pernambuco (UPE), Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen/PE), e parceiros internacionais como a UNI Pharma, API Corp e IBI Tech.

Peixe Rosa também conta com a assessoria do Co-Presidente da empresa americana Loeb & Loeb, Mitchell Nussbaum, classificado pela Thompson Reuters como o advogado de maior destaque quando se trata de IPO (Initial Public Offering) ou Oferta Pública Inicial, processo pelo qual uma empresa decide abrir seu capital ao público, oferecendo ações pela primeira vez na bolsa de valores. “Esse evento permite que a empresa se torne uma companhia de capital aberto, o que significa que suas ações podem ser compradas e vendidas por investidores no mercado financeiro. Acreditamos justamente que o Programa Peixe Rosa possa ser um curador de iniciativas na área de ciência e tecnologia com potencial para IPO” explica Mitchell Nussbaum.

Além disso, o programa também tem o apoio do banco de investimento, Cohen Company, a maior instituição financeira do mundo na área de Empresa de Aquisição de Propósito Específico ou Special Purpose Acquisition Company (SPAC). “A SPAC é uma forma alternativa e moderna de uma empresa privada acessar o mercado de capitais e se tornar pública, sem precisar passar pelo longo e complexo processo tradicional de IPO. Ela tem atraído bastante atenção nos últimos anos, especialmente em setores de tecnologia e saúde, por isso temos um interesse especial no Programa Peixe Rosa” explica Dan Nash, diretor executivo sênior da Cohen e Company Capital Markets, que pessoalmente ajudou a colocar na bolsa grandes empresas como Facebook, LinkedIn e Airbnb.

O apoio pessoal do Gestor Público Federal do Ministério da Saúde, Wladimir Maia, que atua no Instituto Nacional de Câncer (INCA), mostra o compromisso de implementar soluções estratégicas reais para a dependência de IFAs, uma questão que tem apresentado preocupações de segurança nacional para as cadeias de suprimentos domésticas. ” Este plano de ação transformador demonstra o potencial da cooperação público-privada, e da colaboração internacional na promoção de avanços na saúde como vetor de desenvolvimento industrial, econômico e social. Ao unir investimento em capacidade produtiva, domínio tecnológico e visão de longo prazo, o Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL), instituídos pelo Ministério da Saúde, assim como o Programa Peixe-Rosa, despontam como robustas iniciativas para o aumento da produção nacional dos insumos demandados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a sua contínua melhoria, redução da dependência externa e redefinição do papel do Brasil no cenário farmacêutico global” afirma Wladimir Maia.

Essas parcerias visam aumentar a capacidade de produção local e reduzir a dependência de importações, promovendo o desenvolvimento tecnológico e a transferência de conhecimento. O conceito de PDP é amplamente aplicado no Brasil, particularmente no contexto de políticas públicas voltadas para o setor de saúde, como vacinas, medicamentos e equipamentos médicos. O modelo foi criado para fortalecer a indústria nacional e garantir que a produção de produtos essenciais seja realizada no país, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Impactos Econômicos- A presença de capital estrangeiro deve aumentar a circulação de recursos, gerando vagas de trabalho e estimulando a economia local. Estima-se que iniciativas como o Programa Peixe Rosa possam criar até 10.200 novas vagas de trabalho diretas e indiretas. Além disso, a entrada de investimentos e profissionais estrangeiros ampliará a visibilidade do Brasil no cenário internacional, impulsionando setores como o turismo e o mercado de biotecnologia.

Fortalecendo todo o ecossistema de inovação e empreendedorismo, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, incentiva que empresas invistam na cidade através do Investe Recife, um programa criado para atuar na promoção e atração de novos investimentos e expansão dos empreendimentos já existentes na capital pernambucana. Além disso, a rede NIT Recife que opera através do programa UniverCidades, capitaneado pela Secretaria de Transformação Digital, Ciência e Tecnologia do Recife organiza um ambiente propício para o desenvolvimento dos projetos de cunho científico e tecnológico que poderão atender ao Programa Peixe Rosa na capital que é conhecida como o segundo maior polo médico do Brasil. Inclusive, a referida rede celebrou recentemente uma parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para viabilizar projetos que tragam soluções para o setor da saúde em escala global.

“O Programa Peixe Rosa apresenta uma visão de longo prazo que combina pesquisa científica, inovação tecnológica e capital estrangeiro, posicionando-se como um catalisador para o desenvolvimento econômico no Brasil. A concretização de suas metas pode transformar Pernambuco em um polo internacional de biotecnologia, gerando benefícios econômicos e sociais significativos para o país”, diz o idealizador do Programa Peixe Rosa, Joseph Miller.

Entre os projetos em andamento no Programa Peixe Rosa, destacam-se:

AMPARO- Uma tecnologia inovadora que utiliza a proteína recombinante humana MBL (rhMBL) para tratar uma ampla gama de doenças infecciosas, incluindo infecções resistentes a antibióticos, fungos e vírus. Com resultados promissores em testes pré-clínicos, a plataforma também visa aplicações em úlceras, especialmente no tratamento de pés diabéticos, além de potencial para terapias complementares contra câncer e doenças inflamatórias. Seu uso pode otimizar recursos hospitalares e oferecer tratamentos domiciliares acessíveis, beneficiando o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzindo custos com internações prolongadas. A iniciativa, conduzida em parceria com a Universidade de Pernambuco tem o objetivo de alcançar testes clínicos e comercialização global, trazendo impacto econômico e social significativo.

Vacsyn- Visa o desenvolvimento de uma estratégia terapêutica e profilática para o combate à AIDS, focando no controle da carga viral do HIV de forma mais segura, eficiente e acessível. Ele propõe a ativação ex-vivo das células do paciente, utilizando o Vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) para estimular as células dendríticas, que são responsáveis por ativar o sistema imunológico. Após a ativação, as células são reintroduzidas no paciente, o que se assemelha a um transplante autólogo. Além disso, o projeto também busca desenvolver uma vacina profilática contra o HIV, utilizando o CAEV inativado. Atualmente, a UPE, está conduzindo um estudo de viabilidade sobre o uso do vírus inativado como vacina terapêutica.

NanoSensing E um projeto desenvolvido em parceria com o CETENE e a UFPE, que cria uma tecnologia nanotecnológica para medir rapidamente e com precisão a concentração de Troponina I (TnI) no plasma sanguíneo, em menos de 4 minutos. A TnI é um marcador importante no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM), especialmente em serviços de emergência. O dispositivo é um ponto de cuidado (POC), o que permite sua utilização em emergências e unidades de terapia intensiva (CTIs), proporcionando resultados mais rápidos e precisos em comparação com os métodos convencionais, que podem demorar até 60 minutos. O NanoSensing visa otimizar o tempo de resposta dos profissionais de saúde, sendo uma ferramenta crucial para situações críticas como o IAM.

Mimesis Hackathon Realizado em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE), é um evento focado em temas científicos inovadores e no desenvolvimento de soluções criativas para desafios globais de saúde. A iniciativa busca estimular estudantes a explorar a fronteira entre a teoria acadêmica e a prática de mercado, promovendo habilidades de pensamento crítico e soluções sustentáveis. O hackathon, que ocorreu de forma virtual entre 2020 e 2022, resultou em publicações compiladas em um livro. Em 2025, o evento será reestruturado, focando em discussões sobre Medicina Translacional e seu impacto no desenvolvimento científico, econômico e social do país.

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