Estados Unidos, a antiga União Soviética e a China conseguiram pousar suas sondas espaciais em regiões próximas ao equador lunar, mas nenhum deles havia conduzido uma missão de sucesso até o polo sul da Lua
A Índia alcançou um marco histórico e significativo ao se tornar a pioneira em pousar uma espaçonave nas proximidades do polo sul lunar, nesta quarta-feira (23/8).
Esse triunfo da missão Chandrayaan-3 da Índia chega poucos dias após a tentativa fracassada da Rússia, marcando seu retorno às missões lunares após 47 anos, quando sua sonda colidiu ao tentar pousar na mesma região.
Enquanto os Estados Unidos, a antiga União Soviética e a China lograram pousar suas sondas espaciais em regiões próximas ao equador lunar, nenhum deles havia conduzido uma missão de sucesso até o polo sul.
Com grande entusiasmo, o primeiro-ministro Narendra Modi declarou: “A Índia agora deixou sua marca na Lua”, celebrando o êxito do módulo de aterrissagem indiano Vikram ao tocar suavemente a superfície lunar.
“Alcançamos um território inexplorado por outros países”, exaltou Modi, acompanhando o evento ao vivo da África do Sul, onde participava da cúpula dos Brics, juntamente a líderes como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
O polo sul lunar desperta grande interesse entre cientistas devido à possibilidade de conter água no satélite terrestre. A vasta extensão de superfície permanentemente sombreada na região é particularmente intrigante, pois se acredita que crateras na face escura da Lua, sempre na sombra, possam abrigar água congelada.
Disputa pela exploração do polo sul lunar No último domingo (20/8), o Luna-25 da Rússia, que deveria ter sido o primeiro veículo a realizar tal façanha, infelizmente colidiu com a Lua.
Essa missão marcava o retorno russo às explorações lunares após quase meio século.
De acordo com informações preliminares, a sonda de 800 kg “deixou de existir devido a um impacto com a superfície lunar”, conforme comunicado oficial da Rússia.
O polo sul da Lua, segundo a NASA (Agência Espacial Americana), é um local repleto de mistério e potencial científico.
Não é surpreendente que uma “corrida espacial” tenha se desencadeado para alcançar essa região, afastada dos locais onde missões tripuladas pousaram na Lua décadas atrás, geralmente próximas ao equador.
Por que o polo sul da Lua se tornou um destino tão atraente para estudos científicos? Uma das razões principais, segundo os cientistas, é a possibilidade de água.
Dados coletados pelo Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA, uma sonda que tem orbitado a Lua por 14 anos, indicam a presença de gelo de água em algumas das grandes crateras permanentemente sombreadas, que poderiam sustentar potencialmente formas de vida.
A missão lunar anterior da Índia, a Chandrayaan-1, foi a primeira a descobrir indícios de água na Lua, em 2008.
A perspectiva de encontrar água na Lua gera empolgação por diversas razões, de acordo com os cientistas.
O gelo de água não contaminado pela radiação solar pode ter se acumulado nas regiões polares frias ao longo de milhões de anos, oferecendo uma valiosa oportunidade para os cientistas analisarem e compreenderem a história da água em nosso sistema solar.
Nos próximos anos, a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Indian Space Research Organisation – ISRO) almeja uma série de metas ambiciosas. Isso engloba a ampliação da constelação de satélites, o pouso planejado de um rover lunar e a realização de missões tripuladas ao espaço.
Além disso, pretende-se desenvolver um motor semi-criogênico, bem como enviar uma série de missões não tripuladas aos corpos celestes próximos, como a Lua, Marte, Vênus e até mesmo o Sol.
A ampliação da capacidade observacional também está nos planos, com a implantação de mais telescópios espaciais em órbita para capturar fenômenos cósmicos e eventos do espaço profundo, ultrapassando os limites do Sistema Solar.
Olhando mais à frente, as aspirações se estendem para um horizonte de longo prazo. Isso abrange a criação de lançadores reutilizáveis, bem como o desenvolvimento de veículos de lançamento de grande capacidade, incluindo os superpesados. A perspectiva inclui ainda a instalação de uma estação espacial, e a realização de missões de exploração que se estenderão aos planetas exteriores, como Júpiter, Urano e Netuno, assim como a asteroides. A exploração tripulada também será direcionada para luas e planetas.
Não se pode subestimar o impacto dos programas conduzidos pela ISRO no cenário socioeconômico da Índia. Esses programas têm desempenhado um papel crucial no suporte aos setores civil e militar em diversas frentes, desde a gestão de situações de desastre até o fornecimento de serviços de telemedicina, além das missões de navegação e reconhecimento. Ademais, as tecnologias pioneiras desenvolvidas pela ISRO têm servido como alicerces para inovações significativas nos campos médico e de engenharia do país.
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