Organizado em cinco episódios, o podcast vai discutir como as atividades humanas estão impactando a saúde do oceano e as consequências disso para o futuro da nossa própria espécie e de todas as outras formas de vida do planeta
Podcast produzido pelo Jornal da USP, com apoio do Instituto Serrapilheira, terá cinco episódios sobre aquecimento global, poluição plástica e outros temas que ameaçam os ecossistemas marinhos
Texto: Herton Escobar
Arte: Beatriz Haddad*
Já parou para pensar em tudo que o oceano faz de bom por você, e tudo de ruim que nós estamos fazendo com ele? Esse é o tema de O mar não está pra peixe, um novo podcast produzido pelo Jornal da USP, com lançamento previsto para esta quinta-feira, 4 de julho.
Organizado em cinco episódios, o podcast vai discutir como as atividades humanas estão impactando a saúde do oceano e as consequências disso para o futuro da nossa própria espécie e de todas as outras formas de vida do planeta. Mudanças climáticas, poluição plástica, pesca e áreas protegidas marinhas serão alguns dos temas abordados, com a participação de diversos pesquisadores da USP e de outras instituições de pesquisa.
O conteúdo é baseado em entrevistas com mais de 30 especialistas, de diversos setores, e consultas a mais de 200 fontes de informação qualificada na literatura científica e na imprensa. Também foram realizadas quatro viagens de campo para documentar in loco os impactos da ação humana sobre os ecossistemas marinhos, em diferentes pontos da costa brasileira.
A produção contou com apoio do Instituto Serrapilheira e foi coordenada pelo jornalista Herton Escobar, do Jornal da USP, com edição sonora de Guilherme Fiorentini. Ouça o teaser do podcast abaixo.
O tema do projeto foi selecionado em função do protagonismo da USP nas ciências marinhas do Brasil e da celebração da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca justamente atrair atenção para a importância do oceano e a necessidade urgente de proteção dos ecossistemas marinhos, altamente impactados pela ação humana.
O oceano presta uma série de serviços essenciais à vida, começando pelo ar que a gente respira. A maior parte do oxigênio que existe na atmosfera foi produzida ao longo da história geológica da Terra por organismos marinhos — mais especificamente, pelas microalgas e outros organismos fotossintetizantes que compõem o plâncton marinho. E, ainda hoje, cerca de metade do oxigênio produzido no mundo tem origem na biodiversidade marinha.
O oceano é também o principal regulador do clima do planeta, influenciando todos os padrões climáticos que afetam profundamente nossa vida em terra firme (mesmo que você more a milhares de quilômetros da praia mais próxima); além de ser fonte de alimento, energia, remédios, inspiração e alegria para bilhões de pessoas ao redor do mundo.
Só que, infelizmente, a espécie humana não está retribuindo o favor. Pelo contrário, contaminamos o oceano diariamente com milhões de toneladas de esgoto, lixo e dióxido de carbono; pescamos muitas vezes de maneira excessiva e investimos muito mais em exploração do que na conservação dos recursos naturais marinhos.
A conta dessa ingratidão já começou a ser cobrada, e ela vai ser cara.
Programação- O primeiro episódio do podcast vai tratar do aquecimento global e dos impactos das mudanças climáticas sobre os ecossistemas marinhos, com foco no branqueamento de corais e na redução do pH da água do mar — dois fenômenos que ameaçam a sobrevivência de grande parte da biodiversidade do oceano.
Os outros quatro episódios vão abordar desafios relacionados à pesca, à poluição plástica, à ocupação predatória das regiões costeiras, à criação e manutenção de áreas protegidas marinhas, e ao cumprimento das metas de sustentabilidade estabelecidas pela ONU e outras organizações internacionais para o ambiente marinho — que estão muito longe de ser cumpridas.
Os episódios serão lançados a cada 15 dias e ficarão disponíveis tanto no site do Jornal da USP quanto nas principais plataformas de áudio (Spotify, Apple Podcasts e CastBox). Veja o calendário de publicações abaixo:
04/07 — Episódio 1: Em águas quentes
18/07 — Episódio 2: Entre a rede e o anzol
1/08 — Episódio 3: Afogando em plásticos
15/08 — Episódio 4: Destruição à beira mar
29/08 — Episódio 5: Tempestade perfeita
Cada lançamento será acompanhado de uma matéria no Jornal da USP e de postagens nas redes sociais, com fotos e vídeos relacionados ao tema de cada episódio.
Em boa companhia- O mar não está pra peixe foi um dos nove projetos aprovados no edital Camp Serrapilheira 2023: Podcasts, promovido pelo Instituto Serrapilheira, uma instituição de caráter privado, sem fins lucrativos, que apoia projetos inovadores de pesquisa e divulgação científica no Brasil.
Os outros projetos contemplam uma grande variedade de temas e formatos de podcast. São eles:
Reinventando natureza: Um podcast sobre a geração da vida humana em laboratório e as transformações que esse avanço tecnológico tem provocado.
Caatingueira: Um mergulho profundo nas tradições da medicina popular da Caatinga, das plantas e dos sons do bioma.
Sinal de vida: Dois jovens biólogos da USP viajam para a Ilha Anchieta à procura de uma espécie enigmática: a raia-chita.
Meridianos: Uma ficção especulativa que imagina como possíveis catástrofes climáticas afetariam os habitantes e as culturas do Nordeste brasileiro.
Planetário: Um podcast ficcional sobre ciências protagonizado por uma menina negra que viaja pelo sistema solar em uma nave espacial chamada Xereta.
Os caminhos de Niéde Guidon: Um podcast biográfico sobre a mais intrigante arqueóloga do Brasil.
Torpor: Um podcast que investiga a explosão do consumo de opioides sob as perspectivas da ciência e do Brasil.
Axé das plantas: Um podcast sobre as propriedades medicinais de plantas usadas como medicamentos fitoterápicos no jarê, na umbanda, nas comunidades indígenas e no candomblé.
*Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado
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