PercPan 2020 será online
O PercPan já apresentou mais de 300 atrações de vários países
A pandemia do novo coronavírus não vai impedir a realização de um dos mais festejados eventos de promoção da percussão no país. A 23ª edição do Panorama Percussivo Mundial (PercPan) acontece nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, com transmissões gratuitas via YouTube e Instagram.
Entre as principais atrações, estão o grupo francês de jazz-funk Cotonete, em duo com a cantora Amanda Roldan, e a banda paulista Aláfia, em parceria com o martiniquense Boris Reine-Adelaide
Desde 2014, o PercPan está sob curadoria e direção musical do produtor paulista Alê Siqueira, colaborador de nomes da MPB como Marisa Monte, Tom Zé, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, e produção de Igor Cayres – filho de Beth Cayres, criadora do PercPan e falecida em abril de 2019.
Esta será uma edição especial em homenagem ao legado de Beth, trazendo o conceito idealizado por ela, de fazer uma conexão Brasil-França.
Igor Cayres conta que viveu grandes momentos ao lado da mãe e de artistas de diversas regiões do planeta. Todos unidos em torno da paixão pela antiga e ancestral arte da percussão.
“Em plena pandemia, realizar esse projeto tem um significado especial para mim, primeiro pelo tema das interseções musicais com a França, país onde nasci e, também, por manter sua memória viva”, conta Igor.
Alê Siqueira revela que a escolha dos grupos se tornou uma versão modesta do projeto inicial, mas que mesmo assim é importante ser realizada para manter a energia e a percussão em pauta em momento ainda tão fluido para todos.
Gilberto Gil convida para o PercPan 2020
Proposta do PercPan 2020
Como o Brasil e a França possuem laços culturais e musicais históricos, a 23ª edição do PercPan acontece com transmissão simultânea em São Paulo e em Paris, e pretende despertar interesse junto ao público por reunir importantes artistas dos dois países se apresentando juntos e trocando experiências estéticas em performances originais criadas especialmente para a ocasião.
Programação da 23ª edição do Panorama Percussivo Mundial
No dia 04/12, às 14h horário do Brasil, 18h na França, o percussionista cubano Pedro Bandeira abre a programação ministrando ao vivo um workshop de percussão.
Pedro Bandeira é formado em Educação Musical pelo Instituto Superior Pedagógico em Havana (Cuba), e tem especialização em percussão cubana e afro cubana no mesmo instituto. No Brasil se especializou em percussão afro-brasileira na UFBA.
No dia 05/12, às 19h Brasil (23h França), é a vez do grupo francês de jazz-funk Cotonete se apresentar em duo com a cantora Amanda Roldan.
Fundado em 2005 pelos franceses Frank Chatona e Florian Pellissier, o grupo Cotonete nasceu com o sonho de trazer um repertório funky dos anos 70 para o Brasil.
Brasileira radicada em Paris, Amanda Roldan canta oficialmente com o grupo Cotonete desde 2016, quando participou do disco Baile Black.
Nascida no Rio de Janeiro, Amanda passou a juventude em uma família de músicos, viveu em Recife, onde moldou sua cultura musical, principalmente com ritmos como frevo e maracatu, e mudou para Paris em 2013, onde vive desde então.
O encerramento, no dia 06/12, às 19h30 Brasil (23h30 França), fica por conta da banda paulista Aláfia, em parceria com Boris Reine-Adelaide.
Percussionista da Martinica, Boris Reine-Adélaïde começou a aprender os sons e ritmos dos tambores Bèlè e Ka (tambores do caribe) desde a infância.
Multidisciplinar, Boris trabalha em várias percussões do mundo e investe em produções onde o tambor está no centro. Ele viajou pelo mundo com artistas como Kassav, Charlotte Dipanda e Dédé Saint-Prix, entre África, Europa e Caribe.
O grupo paulista Aláfia estreou em 2011 com produção musical que surge da digestão de influências diversas, do ponto de encontro entre rap, música de terreiro, MPB e funk.
Após lançar um primeiro disco homônimo em 2013, Aláfia percorreu boa parte do estado de São Paulo, cidades brasileiras até sua primeira apresentação fora do país na Plaza de la Revolución em Havana, Cuba.
SOBRE O PERCPAN
Panorama Percussivo Mundial (Percpan) é um festival de música realizado anualmente em Salvador desde 1994, dedicado especialmente a músicos que exploram instrumentos de percussão.
O evento, concebido pela antropóloga Beth Cayres, já na primeira edição conseguiu reunir no palco do Teatro Castro Alves, em Salvador, músicos do porte de Harmonites Internacional Steel Orchestra (Antigua), Karnataka (Índia) e os brasileiros Naná Vasconcelos, Carlinhos Brown e Olodum, sob a direção musical de Arrigo Barnabé.
No ano seguinte, Naná Vasconcelos assumiu a direção musical. Em 1996, Gilberto Gil se uniu a Cayres na organização do evento.
Somente em 2001 o Percpan não foi realizado em Salvador. Naquele ano, as apresentações aconteceram no Marco Zero do Recife. Em algumas ocasiões, a capital baiana dividiu os shows com o Rio de Janeiro (cidade), São Paulo e Paris.
O PercPan já apresentou mais de 300 atrações de vários países, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Gilberto Gil, Hermeto Pascoal, Marisa Monte, Naná Vasconcelos, Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Jorge Ben Jor, Lenine, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Olodum, Ilê Aiyê, Carlinhos Brown, Mano Brown, Sly and Robbie, Rita Marley, Beirut, Doudou N’Diaye Rose, Trilok Gurtu, Savion Glover, Dhol Foundation, Sayon Bamba, Leilía e Hypnotic Brass Ensemble.