A obesidade vem aumentando no Brasil. Um dos últimos levantamentos sobre a incidência da doença aconteceu em 2020, pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O resultado do estudo mostra que o país já possui 20,3% de sua população adulta composta por obesos. Isto significa que um em cada cinco brasileiros está com o índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30.
Comparando aos números de 2006, a quantidade de adultos obesos cresceu 72%. Mas entre crianças e adolescentes, o alerta também já está ligado. Informações do Ministério da Saúde e da Organização Panamericana da Saúde indicam que 12,9% das crianças com idade entre 5 e 9 anos estão obesas, ao passo que entre os adolescentes na faixa dos 12 aos 17 anos, esse índice é de 7%.
“Os números são preocupantes, mas certamente não são mais reais. A partir de 2020, enfrentamos uma pandemia que trouxe muitas sequelas, dentre elas a elevação da obesidade como consequência de uma profusão de casos de ansiedade e pelo próprio período dentro de casa em razão do isolamento”, explica o cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo, e diretor do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO), Dr. Leonardo Salles.
Já o Mapa da Obesidade, que calcula o índice de obesidade nas capitais brasileiras, mostra que Belo Horizonte ocupa uma posição intermediária. Os dados da Vigitel 2019 indicam que 20,7% dos homens são obesos, enquanto o percentual de mulheres é de 19,2%. Com a ressalva: os números são anteriores à pandemia. A capital mineira ainda está aquém de Rio Branco (AC), onde 23,3% e 23,4% de homens e mulheres, respectivamente, estão com IMC no mínimo em 30. Por outro lado, a população de homens obesos supera consideravelmente a quantidade observada em Vitória (ES), onde “apenas” 16% encontra-se nessas condições. Já entre as mulheres das duas capitais, há um empate técnico.
“É relevante compreender onde BH se situa nesse cenário nacional, mas mais ainda é necessário nos atermos ao futuro. Há muitas estimativas que sugerem que o Brasil entrará na próxima década com cerca de 30% da sua população adulta composta por obesos”, afirma o médico do IMO. “Isso pode provocar um colapso na saúde pública e simplesmente estourar os casos de problemas cardíacos no país daqui a alguns anos”, complementa.
Segundo ele, é necessário adotar medidas para combater e prevenir a obesidade. Ele considera o balão intragástrico, por exemplo, um método que alia eficiência à superação da resistência de quem não consegue se enquadrar numa mudança rigorosa de hábito. “O tratamento do balão, junto com a equipe multidisciplinar, auxilia no combate à obesidade. Ele trata o peso, enquanto a equipe composta por psicólogos, nutricionistas, psiquiatras e endocrinologistas, entre outros profissionais, cuida dos aspectos mecânicos que interferem no peso do paciente. Com a ajuda de um profissional, podemos vencer a obesidade de goleada”, afirma.
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