Música é alternativa para a prevenção da depressão e do suicídio

 Música é alternativa para a prevenção da depressão e do suicídio

Entre a cartela de cores que são utilizadas para dar visibilidade a ações de conscientização que são realizadas ao longo de todo o ano, o amarelo empresta sua tonalidade ao mês de setembro desde 2015, quando foi criada a campanha brasileira de prevenção ao suicídio, promovida pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) com o CFM (Conselho Federal de Medicina), em referência ao dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Em média, ocorrem 16 milhões de tentativas de suicídio ao ano em todo o mundo. O Brasil, registra uma morte por suicídio a cada 45 minutos, sendo que, para cada óbito, há pelo menos vinte tentativas, conforme informações do psiquiatra Humberto Müller, de Rondônia, publicados pela Agência Câmara de Notícias.

Para Damaris Hoffman, fundadora e diretora da Hoffman & Obrian – empresa de assessoria de imprensa, marketing para artistas e publicidade musical -, toda a sociedade deve apoiar causas como o Setembro Amarelo, que este ano traz o mote “A vida é a melhor escolha”.

Segundo ela, atenta a esta causa, a School Of Rock – rede internacional de franquias de escolas de música -. defende que a música pode auxiliar no combate a problemas relacionados à saúde mental, tais como depressão e a prevenção ao suicídio. 

Com efeito, pesquisadores da Queens University Belfast, na Irlanda do Norte, descobriram que a terapia com música reduz a depressão em crianças e adolescentes, conforme fala da médica psiquiatra Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, em entrevista publicada pelo Diário do Grande ABC.

Música pode ser chave para prevenção da depressão e do suicídio

Para Hoffman, a Campanha Setembro Amarelo traz à tona a reflexão sobre a importância da música para o bem-estar das pessoas. Ela afirma que a educação musical pode ser uma experiência transformadora.

“Além dos benefícios que o aprendizado traz à capacidade cognitiva dos alunos, os ensaios proporcionam ensinamentos. Estes vão além da música e abrangem ética, desinibição, convívio social, experiências da dinâmica de banda, de palco e trabalho em equipe”, afirma. “Intervenções, aproximações e práticas em grupo – ou ouvir e fazer terapia musical – se mostraram efetivas, reduzindo sintomas depressivos”, completa.

Cris Valente, diretora-geral da unidade Alto da Boa Vista da School Of Rock, afirma que a transformação de alguns estudantes é surpreendente: “Entrar para uma escola de música ou iniciar contatos com pessoas que ‘curtem’ o mesmo estilo que você é o primeiro passo para sair da tristeza”.

Para ela, uma alternativa é criar uma lista de quatro a cinco faixas favoritas, que remetem a algo feliz. “Outra possibilidade é criar um projeto musical, montar uma banda ou cantar no chuveiro, e refletir sobre os sentimentos e as resoluções dos conflitos do dia a dia”, propõe. “A música protege a alma, traz coragem para enfrentar os desafios e é utilizada como ferramenta de transformação para crianças, jovens e adultos”.

Já Marina Moreno, especialista em educação musical, música e neurociência, reforça que a música é capaz de liberar um neurotransmissor chamado dopamina, conhecido como “hormônio da felicidade” ou “hormônio do prazer”. “Cada pessoa possui sua identidade sonora, formada ainda no útero, relacionada àquilo que a mãe cantava ou gostava de ouvir”, afirma Moreno.

“O rock abraça”

Fernando Quesada, sócio-diretor de comunicação da rede School of Rock no Brasil, conta que, pensando no bem-estar de alunos e musicistas de todo o país, as escolas de música promoveram diversas atividades extras nesses últimos anos. 

“Em setembro, a School of Rock promove a campanha #orockabraça, com postagens, posters e muita conversa. O objetivo é mostrar aos alunos que a escolha pela vida é sempre o melhor caminho”, diz ele. “A metodologia de ensino da rede busca ajudar pessoas com dificuldade de socialização e depressão, pois uma das principais atividades é a criação e prática em conjunto”, acrescenta.

Para concluir, Quesada lembra que o CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza apoio emocional e atua diretamente na prevenção ao suicídio. “A entidade atende, de forma voluntária e gratuita, a todas as pessoas que desejam e precisam conversar, sob total sigilo pelo telefone 188, além de e-mail e chat 24 horas, todos os dias”.

Para mais informações, basta acessar: 

https://www.cvv.org.br/ ou www.hoffmanobrian.com.br

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