Ciência e saúde

Museu de Ciências Nucleares da UFPE celebra 15 anos

Data foi marcada por palestra sobre importância dos museus científicos e homenagem a Helen Khoury

Museu de Ciências Nucleares da UFPE celebrou o aniversário de 15 anos na terça-feira (dia 20), com uma programação que incluiu palestra do professor Antônio Carlos Pavão sobre a importância dos museus científicos e homenagem à professora Helen Khoury. Idealizadora, fundadora e coordenadora do espaço educativo, a professora faleceu em fevereiro de 2025. O evento ocorreu no auditório do Departamento de Energia Nuclear (DEN) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O museu é aberto à visitação externa, especialmente de alunos de escolas públicas e privadas, por meio de agendamento.

Na ocasião também foi feito o descerramento da placa comemorativa, assim como foram antecipadas informações sobre o lançamento do Edital Helen Khoury de Difusão e Popularização da Ciência, pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), e sobre os preparativos para a inauguração do Museu de Ciências Exatas da UFPE.

Ainda como parte da solenidade, formou-se uma mesa com as presenças do reitor da UFPE, Alfredo Gomes; do vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo; da secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Mauricélia Montenegro; da presidente da Facepe, Fernanda Pimentel; da diretora do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da UFPE, Yêda Almeida; do diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), Carlos Alberto Brayner; e da atual coordenadora do Museu de Ciências Nucleares da UFPE, Viviane Khoury Asfora.

Professora do DEN-UFPE, foi Viviane quem deu início às falas de abertura do evento, que de uma forma geral mesclaram o reconhecimento ao legado da professora Helen Khoury com expressões do desejo de que ela estivesse presente na efeméride do museu.

Durante a solenidade, a professora Viviane, filha da fundadora Helen Khoury, emocionou os presentes ao lembrar o legado deixado pela mãe. Representando a família ao lado do professor Marcos Asfora, ela destacou a trajetória de Helen à frente do museu e do Grupo de Dosimetria e Instrumentação Nuclear, do qual participou por mais de duas décadas.

“Em 15 anos do Museu e em mais de 20 anos do Grupo, Helen sempre esteve à frente das ações, eventos e comemorações”, afirmou. Segundo ela, o Museu de Ciências Nucleares foi idealizado por Helen com o propósito de aproximar a sociedade do conhecimento científico na área nuclear de maneira acessível, educativa e instigante.

Viviane enfatizou que esta foi a primeira celebração do museu sem a presença de sua mentora e agradeceu à equipe organizadora, funcionários, alunos da graduação e da pós-graduação. “Por trás desse dia de hoje houve muitas mãos. Que este museu continue sendo um espaço vivo, de inspiração e de transformação, de acesso ao conhecimento, como ela sempre sonhou”, declarou.

“Sou da casa, apesar de estar há uns anos no CRCN-NE, e acompanhei toda a história do Museu, desde o princípio. A luta de Helen, a vibração quando ela me chamava para apresentar conquistas para concretizar esse museu que, depois de algum tempo, se tornou uma referência nacional. Como vim representando o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CRCN, Wilson Caldas, queria falar da consideração incrível que eles têm com o Museu. Todas as vezes em que alguém de fora, da Agência Internacional de Energia Atômica, vem visitar o CRCM, ele pede para incluir uma passagem no Museu. É indispensável essa visita e todos saem maravilhados. Fazemos isso com prazer e com muito orgulho”, continuou o professor Carlos Alberto Brayner.

“Não temos a presença física dela hoje, mas todo o legado que foi deixado mostra que ela permanece viva entre nós e o Museu é um exemplo disso. Acho que um museu é uma das melhores formas que temos de nos conectar com a sociedade porque mostramos o passado, o presente e o futuro. Receber 50 mil visitantes no ano não é para qualquer museu. Isso foi feito com muito carinho e muito cuidado”, pontuou a professora Yêda Almeida.

“Eu era impressionada com Helen. Além de ser cientista maravilhosa, ela tinha startup, coordenava o Museu, tinha um laboratório acreditado pela [ISO/IEC] 17025… Eu não sei como ela conseguia tudo isso e com qualidade, exemplo para muitos outros. Quando entrou na Facepe como diretora científica, ela aumentou o número de bolsas no edital de museus, também passou a ter um acompanhamento desse edital de uma forma bem diferenciada. Lançaremos o Edital Helen Khoury de Difusão e Popularização da Ciência, no valor total de RS 1,2 milhão. Um edital que ela já tinha em mente, de divulgação e difusão científica, e que tentamos fazer como ela pensava que deveria ser”, adiantou a professora Fernanda Pimentel.

A secretária estadual Mauricélia Montenegro destacou: “Conheci a professora Helen no último ano dela, mas aprendi muito. Tive a honra de conviver com ela sendo a diretora científica da Facepe, mais uma vez fazendo história, e admirava o cuidado que ela tinha com a divulgação científica. Ao lançar o Edital, queremos contribuir com esse legado, queremos agradecer por tudo isso que ela nos deixou”.

“Acho que o que estamos fazendo aqui é muito importante porque precisamos, mais do que nunca, divulgar a ciência para toda a sociedade. Vivemos em uma época um tanto obscura com o planeta do jeito que está e atrair as pessoas é fundamental para que se plante aquela sementinha no coração de cada uma. Não existe saída fora da ciência”, prosseguiu o vice-reitor Moacyr Araújo.

O reitor Alfredo Gomes encerrou a mesa oficial: “Este é um momento bastante importante, não só para render homenagem a Helen, mas também fazer um esforço mais amplo de honrar o legado que ela deixa para nós. O Museu de Energia Nuclear é o mais visitado da UFPE. Helen era uma pessoa extremamente comprometida, envolvida com a dimensão de organização da universidade, tinha interesse pelo que se passava nas nossas pró-reitorias e na fundação, além de ser liderança acadêmica. Essa história não finda aqui, temos o dever de continuar honrando esse legado e fazer com que ele cresça mais, entregar às gerações futuras um Museu de Ciências Nucleares fortalecido”.

Além de ser lembrada durante o evento pelos integrantes da mesa solene, a professora Helen Khoury foi homenageada em uma ação com a professora Carmen Cecília Bueno, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O trabalho da docente também foi destacado pelo professor do Departamento de Química Fundamental da UFPE Antônio Carlos Pavão, que ministrou a palestra “A importância do Museu de Ciências Nucleares na museologia científica”.

“Há seis meses, trouxe meus alunos aqui e Helen estava atendendo aos visitantes. Era o visitante tendo contato direto com a pesquisadora. E mais, entre os experimentos que são apresentados no Museu, muita coisa é produzida aqui dentro [da UFPE]. Estamos trabalhando na montagem do Museu de Ciências Exatas, aqui no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), também com esse conceito, de trazer o visitante para o laboratório”, antecipou o professor Antônio Carlos Pavão.

VISITAÇÃO – O Museu de Ciências Nucleares da UFPE tem um acervo dedicado à difusão do conhecimento sobre as aplicações da Energia Nuclear na Medicina, Indústria, Agricultura e geração de eletricidade. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h e das 13h às 16h. As visitas mediadas para grupos com mais de cinco pessoas podem ser agendadas com antecedência por meio deste formulário, pelo professor ou outro responsável pelo grupo (para visitas individuais ou de grupo com até 5 pessoas não é necessário agendamento prévio). O espaço foi tema do segundo episódio da série Acervo.UFPE.

Mais informações
Museu de Ciências Nucleares da UFPE
No Instagram @museudecienciasnucleares
(81) 2126-8708 / Ramal 25

museudecienciasnucleares@gmail.com

Via ASCOM UFPE

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