Museu das Favelas comemora seu primeiro ano de abertura com Festival que homenageia os 50 anos do Hip Hop; confira a programação completa
O Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, se estabelece – ao ocupar o Palácio dos Campos Elíseos – como um espaço dedicado em criar oportunidade para que as favelas tenham protagonismo em suas diversas camadas: nas memórias, pautas, produções, exposições, atividades, nos espaços de decisão e de gestão. Seguindo com seu propósito, o importante equipamento cultural se prepara para comemorar seu primeiro aniversário no dia 26, com programação gratuita e voltada a todos os públicos, em especial, de periferias, ocupações e outros territórios, potencializando suas vozes, lutas e memórias.
Com apoio da SulAmérica, nesta celebração de aniversário de 1 ano do Museu, o Festival Museu das Favelas acontece no último domingo do mês, 26/11, abrindo suas portas para celebrar o primeiro aniversário da instituição. Nesta agenda, é feita uma homenagem ao Hip Hop que, há 50 anos, surgia com uma festa no Bronx. Ali, Cindy Campbell e seu irmão DJ Kool Herc uniram, pela primeira vez, o rap, o break, o graffiti e o DJ. Esse encontro foi batizado e consolidado como cultura Hip Hop pelo DJ Afrika Bambaataa, fundador da Universal Zulu Nation. Em São Paulo, o movimento ganhou força como expressão de resistência na década de 80, tendo a estação de metrô São Bento como importante marco de uma ocupação que não era “bem-vinda”. Por meio dessa homenagem, o Museu das Favelas busca potencializar e reverenciar movimentos e manifestações culturais que se tornaram base sólida no processo de resistência e transformação social das favelas e periferias do país.
Para a Diretora de Marketing da SulAmérica, Simone Cesena, o apoio ao museu é uma oportunidade de ampliar o acesso à cultura e potencializar, em especial, vozes das periferias. “A presença do Museu das Favelas na cidade de São Paulo é uma conquista para toda a sociedade, pois precisamos dar espaço às expressões culturais e artísticas vindas das comunidades”, disse Simone.
O evento começa, às 10h, com uma ação Live Paint no jardim, valorizando a atuação feminina na arte urbana, na cultura local e no próprio Hip Hop. Conta com a participação das grafiteiras Patrícia Rizka, Amanda Pankill e Dina Inuma, que fazem parte da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, fundada em 2010 por lideranças que atuam pelo reconhecimento da cultura hip hop como patrimônio imaterial brasileiro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Na sequência, às 11h, acontece a batalha de b-boys e b-girls, uma competição de breaking (dança) na categoria 1×1, com a participação dos DJs Ninja, Zulu e Rock Master, o DJ e MC Rooneyoyo e o coletivo Psycho Crew – Street Warriors. A premiação ocorre na categoria 1×1 e os participantes serão julgados por aclamação do público a partir de critérios como originalidade, dificuldade e musicalidade.
Às 14h, entra em cena o Slam, uma competição de poesias faladas, com o apoio da fabricante de sorvetes Ben & Jerry ‘s – marca ativista, que promove várias campanhas ligadas a causas sociais e combate a preconceitos. Nessa competição, os participantes terão três minutos para apresentar suas poesias, sem utilização de objetos cênicos e acompanhamento musical. O júri será escolhido dentre o público, que decidirá os ganhadores da premiação. A apresentação fica por conta de Lika Rosa e Charles, o Matemático.
Encerrando o dia, às 16h30, o DMC Brasil vai mandar um som para celebrar a cultura de DJ, festas, bailes e discos de vinil, apresentando performances das habilidades de manipulação dos discos, sejam vinis ou digitais, apresentando as novas tendências e valorizando o início das mixagens.
Durante o dia, haverá a tradicional feira com produtos, comidas e bebidas vendidos por empreendedores periféricos vinculados ao Museu.
“Tantas histórias ganharam vida nesse um ano, em que a Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas inaugurou o Museu que contribuiu com uma maior representatividade para as favelas do Estado de São Paulo. Um ano de grandes entregas, boas pesquisas, relações de confiança e acima de tudo de novas narrativas expositivas partindo do imaginário que a favela tem sobre si. Grandes parceiros chegaram e validaram a construção coletiva chamada Museu das Favelas. Visitamos e fomos visitados por tantas favelas do Brasil. Pensar em um festival trazendo o Hip Hop e muita alegria, é nossa forma de dizer “obrigado”. Museu das Favelas, um ano de construção de ações que geram pertencimento, reconhecimento e acolhimento.”, declara Carla Zulu, porta-voz, coordenadora de relações institucionais e do centro de empreendedorismo do Museu das Favelas.
Confira aqui programação completa do Museu das Favelas: https://www.museudasfavelas.org.br/