Por Marcos Lauro*
No começo dos anos 1990, a Philco-Hitachi preto e branca, com seletor manual giratório (acompanhado de sintonia fina e regulagem de vertical e horizontal) e transformador ligado na tomada para não queimar havia sido trocada muito recentemente por uma Mitsubishi colorida, que trazia a novidade do UHF pra casa.
Até então, o universo conhecido ia do canal 2 até o 13, não tinha choro e nem truque pra pesquisar na internet (até porque não havia internet).
Aí lá fui eu explorar as ondas da Ultra High Frequency, parando de canal em canal pra sacar o que acontecia por ali. Até que em algum dia, que eu, obviamente, não vou me lembrar qual, parei no canal 32.
Não que não tenha sido um dia marcante, mas é porque faz tempo mesmo. Mas lembro que era um borrão colorido, ora repetindo as imagens (os famosos “fantasmas”), ora chuviscando.
Mas o som era cristalino: vozes jovens falavam coisas legais sobre alguma música e, depois, a própria música tocava. Era tipo um rádio, só que falava diretamente comigo.
Depois de muito bombril e de testar todas as posições possíveis que a antena UHF podia oferecer, como num kama sutra eletromagnético, achei uma em que a imagem ficava OK. Não boa. Apenas OK. E serviu. Com bombril.
Pouco depois chegou também um videocassete duas cabeças, que me permitia agora salvar aquelas imagens no único HD possível para a época chamado “fita”.
E aí, bicho, foram fitas e fitas com clipes, shows, entrevistas – algumas eu consegui digitalizar anos depois, outras se perderam no bolor que invade nossas memórias magnéticas e mal ventiladas.
O fato é que a MTV abriu um mundo na sala de casa. A madrugada da MTV, então, me fez descobrir coisas que usei anos depois discotecando em festas ou fazendo podcasts.
A MTV botou o rap na tela de maneira didática, respeitosa. Esses dias mesmo estava revendo RZO com Sabotage ao vivo num dos Yo! MTV Raps e a importância daquele espaço permanece viva até hoje.
E Racionais causando no VMB, então? Ali era leão demais pro quintal da MTV. E foi lindo!
Independente de todas a burradas que os grandes executivos engravatados da comunicação possam ter feito depois, ficam as boas lembranças. A MTV se foi porque tinha de ir.
O canal passou o bastão pra internet como grande fonte de informação musical e saiu de cena deixando marcas. Borradas e com chuviscos, mas boas marcas.
* Marcos Lauro e jornalista e fundador da Orfeu Digital, agência de marketing digital para a música
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