Moonspell: ouça e leia entrevista com o vocalista Fernando Ribeiro

 Moonspell: ouça e leia entrevista com o vocalista Fernando Ribeiro

Fernando Ribeiro, vocalista do Moonspell, concedeu entrevista. Foto: Reprodução

“Gosto de muita coisa do Brasil. Nem tudo metal, mas no metal, claro, estão as bandas que prefiro e que me influenciaram”, diz o vocalista Fernando Ribeiro

Formada em 1992, a Moonspell se apresentou na edição 2018 do Abril pro Rock, que ocorreu no Baile Perfumado, nos dias 26 e 27 de abril (claro, né?). O show fez parte da turnê que a banda portuguesa fez pelo Brasil para divulgar o álbum 1755. Na manhã de 1o de novembro daquele ano, um grande terremoto, seguido de tsunami, assolou a cidade de Lisboa, destruindo-a quase por completo. O desastre teve grande impacto político, socioeconômico e mesmo existencial na população.

O colaborador Caio Túlio Costa conversou com Fernando Ribeiro, vocalista da Moonspell, depois do show que eles fizeram no sábado, no Abril.

Além das impressões sobre a apresentação, ele também falou sobre o fato histórico que inspirou a composição do disco.

Caio Túlio Costa – Como foi essa emoção de fazer o primeiro show aqui no Recife, depois de 26 anos de carreira?

Foi uma emoção fantástica. Acho que o público do Brasil e, hoje, no Recife, em particular, em noite de lua cheia, estavam reunidas todas as condições para haver um show que transmitisse essa emoção e essa união que, de vez em quando, não aparece entre o Portugal e o Brasil. Mas apareceu esta noite.

Isso é muito importante pra nós, porque é muito complicado vencer no Brasil. É um país muito grande. Mas vir aqui, passados 26 anos, e ainda conseguir vir tocar num sítio que tanto tem procurado o Moonspell, mandando mensagens (“venham ao Recife, venham ao Recife!”). Inclusive pessoas do Recife que moram em Portugal [dizem]: “vocês têm a minha terra e em Olinda!”.

Foi um noite encantadora para todos. E temos que agradecer muito à galera do Recife e ao Abril pro Rock show.

Caio Túlio – Puxando o gancho desse intercâmbio entre culturals de Brasil e Portugal, gostaríamos de saber também quais são as bandas que você gosta daqui?

Gosto de muita coisa do Brasil. Nem tudo metal, mas no metal, claro, estão as bandas que prefiro e que me influenciaram. Aqui à cabeça, vem os amigos do Sepultura. Não só pela música, mas pelo que eles representam. Muitas vezes chamam erradamente… Porque nossa dimensão é bem menor que Sepultura.

Mas chamam a Moonspell de “O Sepultura de Portugal”. Não por causa da música, mas também por causa do simbolismo. Mas tem outras bandas que nós escutávamos: Sarcófago, The Mist, Genocídio, coisas da Cogumelo Records.

Coisas mais recentes como Semblant. Há uma cena muito boa, muito positiva no Brasil, que não é conhecida ainda em Portugal.

E há todas as outras bandas, desde Zé Ramalho aos Paralamas do Sucesso. Nós reconhecemos, e faz parte da nossa cultura também em Portugal.

Caio Túlio – Falando sobre o 1755, gostaria que você explicasse o conceito desse álbum, o que representa pra vocês e por que é tão importante que a gente conheça, aqui no Brasil, a ideia por trás desse disco tão importante na carreira de vocês?

Pra gente é importante porque muita coisa, no tempo colonial, foi o Brasil que pagou. Na reconstrução de Lisboa, vinham galeões cheios de ouro do Brasil. Foi um desastre, morreu muita gente, milhares de pessoas. E Portugal teve que se reconstruir. Isto é uma matéria que aprendemos no colegial, quando éramos mais novos, na escola.

Isso me fascinou. Não só a histórica da destruição e do cismo. Mas, essencialmente, como Portugal e Lisboa se puserem de pé outra vez. A esperança. Um certo afastamento de Deus, da fé.

Pegar as coisas pelas mãos próprias. Isto no século 18, em Portugal, não era assim tão simples, não é?

O terremoto se tornou um tema fascinante, que escolhemos cantar em português, porque representa muito aquilo que é Portugal hoje em dia. Um país cheio de potencial.

Muito mais pequeno, muito mais fácil de governar do que o Brasil. Mas, mesmo assim, tem crise. De vez em quando tem fome. Tem negligência. Não tem crime violento. Mas pode melhorar, ainda há muita incompetência e falta de cultura lá.

É um período fascinante, 1755. Que nos fascinou ao ponto de gravarmos um disco, que agora está correndo o mundo e está tendo uma aceitação fantástica.

Ouça a entrevista completa com Fabio Ribeiro, a partir do minuto 53

Ouça “Moonspell no Abril pro Rock 2018 #42” no Spreaker.

Outras plataformas para ouvir o InterD – música e conhecimento

Spotify

Deezer

Apple Podcasts

Google Podcasts

YouTube

Podcast Addict

Podchaser

JioSaavn

    Posts Relacionados

    Pin It on Pinterest

    Share This