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Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações: comunidade científica celebra nomeação de Luciana Santos
A escolha de Luciana Santos para comandar o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações gerou uma onda de declarações de apoio, especialmente do mundo acadêmico e científico
Por Priscila Lobregatte
Site PCdoB
A escolha de Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco e presidenta nacional do PCdoB, pelo presidente eleito Lula para comandar o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações gerou uma onda de declarações de apoio, especialmente do mundo acadêmico e científico. A indicação foi comemorada tanto pela importância da representatividade feminina, negra e nordestina no novo governo quanto pela experiência que Luciana tem na área, o que lhe garante conhecimento e interlocução com o setor.
Primeira mulher a ocupar o cargo, Luciana foi secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco e como deputada federal, integrou a Comissão de Ciência & Tecnologia e é engenheira eletricista, formada pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), entre outras experiências no Executivo e no Legislativo.
“É uma política habilidosa, trabalhadora, tem experiência em gestão, é respeitada e interage bem com a comunidade. E tem clareza sobre a importância estratégica de CT&I para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, disse Sérgio Rezende, ex-ministro da pasta entre 2005 e 2010, durante o governo Lula.
Celso Pansera, também ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação e atual presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), enfatizou: “Pela primeira vez, o Brasil tem uma mulher comandando o MCTI, minha querida amiga Luciana Santos”. Ele completou dizendo que Luciana “será uma ministra à altura da Ciência brasileira”.
Fernando Jucá, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, destacou que Luciana “tem um diferencial, que a coloca em destaque: a sensibilidade no reconhecimento das pessoas, no reconhecimento de que a gente tem que reduzir as desigualdades sociais”. Além disso, ele salientou a preocupação de Luciana com “todo o aparato de infraestrutura para ciência, tecnologia e inovação, preocupa-se, portanto, com a melhoria da qualidade de vida da população”.
Na avaliação de Vinicius Soares, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Luciana tem uma história com a ciência e tecnologia. “Sabemos do seu esforço desde quando foi secretária da área em Pernambuco e garantiu a gratuidade da Universidade de Pernambuco, pois apesar de pública, até 2009 pagava-se mensalidades”, diz
Para ele, o nome de Luciana está “à altura do desafio que temos de reconstruir o país, com a valorização da ciência e do jovem pesquisador. E acreditamos que diferentemente do governo que está acabando, ela irá escutar os pesquisadores e a comunidade acadêmica. Isso será um diferencial”. Soares defendeu como um dos primeiros passos necessários para essa reconstrução da área recompor o orçamento e garantir o reajuste das bolsas que estão desvalorizadas há quase dez anos.
Evaldo Vilela, presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) destacou a vasta experiência de Luciana com os temas e pautas da C&T, sua “competência na lida com a política e com a gestão pública, condições muito desejadas de um ministro de Estado” e o fato de ser a primeira mulher a ocupar o posto.
Além disso, salientou que “a sua condição de mulher militante do PCdoB, historicamente comprometido com as causas da C&T, nos traz a esperança de uma maior valorização do conhecimento cientifico como valor para o desenvolvimento da sociedade brasileira, com mais qualidade de vida para nossa gente”.
Parceira da área
Pierre Lucena, presidente do Porto Digital — considerado um dos principais parques tecnológicos do Brasil, localizado no Recife — destaca: “Luciana é uma pessoa experiente e já trabalhou com esta mesma área em Pernambuco”.
Ele completou dizendo que a futura ministra “sempre foi parceira do nosso ecossistema, inclusive fomentando nosso programa de inclusão feminina na área de TI (Tecnologia da Informação), quando encaminhou uma emenda como deputada, que deu origem a uma creche para as mães que trabalham em nossa área”.
Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenadora do Programa Meninas Digitais, Mirella Moro salienta que “ter uma mulher de boa formação política e ainda graduada em Engenharia Elétrica à frente de um ministério que atinge diretamente qualquer esforço nacional para avanços tecnológicos e científicos é, certamente, um grande momento histórico para todas as mulheres”.
Em especial, disse, este “é momento de celebrar todas as mulheres que trabalham com engenharias, com tecnologia e computação, que se sentem bem representadas com a indicação da Luciana Santos” e disse esperar que “mais meninas e jovens mulheres se inspirem na nova ministra para buscar a Exatas como área de formação”.
O engenheiro Fernando Peregrino, presidente do Confies (Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica), disse que Luciana “soma, ao seu perfil técnico, sua trajetória de defesa dos interesses público e nacional! Só isso bastaria. Mas se eu tivesse que propor alguma coisa a ela, diria: ‘cuide dos recursos da ciência, mas cuide também da gestão deles, pois o cientista gasta 35% de seu tempo em meio a burocracia’”.
Coordenadora do centro SoU_Ciência, Soraya Smaili afirmou: “Foi uma excelente escolha para o MCTI. Além de ser a primeira mulher a ocupar o cargo, Luciana Santos possui conhecimento, pois já foi secretária de Ciência e Tecnologia, deputada e possui forte inserção e trânsito político”.
Na avaliação de Chico Saboia, economista e superintendente do Sebrae-PE, “o país precisa sair da encruzilhada de intolerância política e negacionismo científico em que se meteu. Pelo seu perfil, Luciana ajudará muito nessa tarefa”. Ele acrescentou que “Luciana não será apenas uma política à frente do MCTI. Ela agregará seu conhecimento técnico sobre a área para enriquecer o debate sobre o futuro do país, formular uma nova política nacional de ciência, tecnologia e inovação e articular a pesquisa, o setor produtivo e os ecossistemas de inovação em torno de um projeto nacional de desenvolvimento”.
Reitores e professores comemoram escolha
Reitores e professores de universidades também celebraram a escolha de Luciana Santos, destacando sua experiência e aptidão para ocupar o ministério, sobretudo após a destruição da área promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Alfredo Gomes, reitor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), declarou que Luciana é “um quadro política e tecnicamente muito competente, com uma larga experiência no setor público”, que “inspira bastante e que nos dá a esperança para o futuro da Ciência e Tecnologia do país. Uma sinalização clara de que se acabou o tempo do negacionismo. É alguém que entende o papel estratégico da C&T, entende que o Brasil precisa voltar a ser autônomo e soberano e que essa condição depende claramente do papel estratégico que as universidades, as ciências e tecnologias têm no nosso contexto social, econômico, político e cultural”.
“É com o sentimento de esperança renovado que a comunidade acadêmica da UPE (Universidade de Pernambuco) recebe a notícia da indicação da nossa vice-governadora Luciana Santos para o cargo de Ministra de Ciência e Tecnologia. Nos últimos anos, a Ciência e a Tecnologia sofreram graves ataques ideológicos e financeiros, além de uma acentuada redução nos investimentos, o que impacta negativamente no desenvolvimento científico e tecnológico”, afirmou Socorro Cavalcanti, reitora da UPE.
Ela destacou ainda que Luciana Santos “tem um histórico reconhecido de experiência acumulada na área”, além de ser “uma representante das mulheres pernambucanas”. Diante disso tudo, acrescentou, “temos a certeza de um trabalho coletivo de reconstrução e avanço com a participação efetiva da comunidade científica pernambucana e brasileira para o desenvolvimento de nossa sociedade”.
Marcelo Carneiro Leão, reitor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), também se manifestou: “Luciana traz a experiência de quando foi secretária da mesma pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Eduardo Campos. Acredito que vai desempenhar papel fundamental para a reestruturação da nossa ciência no Brasil e, em especial, para nós pernambucanos, para o Nordeste, pela atenção que, com certeza, teremos para reduzir as assimetrias que normalmente acontecem essa área”.
Reitora e professora da UnB (Universidade de Brasília), Márcia Abrahão Moura, enfatizou, pelas redes sociais, que “é excelente ter mulheres em ministérios estratégicos! E mulheres comprometidas com a democracia e com o país! Destaco as que conheço de perto e confio: Ester Dweck (Gestão), Luciana Santos (MCTI) e Nísia Trindade (Saúde). Estamos juntas!”.
Decana de Extensão da UnB, Olgamir Amância Ferreira apontou que “a ciência comemora a sua indicação. Valeu Luciana Santos. Ciência e tecnologia para um projeto de Brasil desenvolvido e inclusivo”.
Para Volnei Garrafa, professor emérito da UnB, “Luciana Santos tem todos requisitos para assumir o MCT. Além de deputada estadual e federal, como gestora foi prefeita de Olinda e vice-governadora do Pernambuco. Como técnica, foi secretária de Ciência e Tecnologia daquele estado que é importante referência acadêmica nacional na área”.
Edward Madureira, por três vezes reitor da UFG (Universidade Federal de Goiás) e ex-presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) declarou: “Luciana é gigante! Engenheira, ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Pernambuco e tem uma longa trajetória na política e no desenvolvimento de CT&I”.
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