Ministério da Ciência: SBPC e RedeComCiência demonstram otimismo com escolha de Luciana Santos
Luciana Santos, nova titular do MCTI. Foto: Heudes Régis/ Governo de Pernambuco
Renato Janine, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, deseja que Luciana Santos consiga recompor o orçamento do Ministério da Ciência, “que foi extremamente aviltado nesses últimos anos”
Por AD Luna
@adluna1
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira (22), o nome de Luciana Santos como ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação. A escolha foi bem recebida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência).
“A SBPC e a comunidade científica veem com muita animação, simpatia e satisfação a indicação da vice-governadora de Pernambuco e também presidente do PCdoB para o MCTI”, destaca Renato Janine Ribeiro, presidente da entidade. Para ele, a futura ministra demonstra ser qualificada, pois já atuou como secretária de Ciência e Tecnologia do estado nordestino, em 2009, durante a gestão de Eduardo Campos (PSB), além de ter feito parte da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara.
“Como prefeita de Olinda, ela teve entre seus secretários um dos melhores ministros da Ciência e Tecnologia do Brasil: Sérgio Rezende, também professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), grande físico, respeitado na comunidade”, acrescenta Janine.
Fundada em fevereiro de 2019, na cidade de São Paulo, a Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência reúne jornalistas, assessores de imprensa, pesquisadores e comunicadores de várias partes do Brasil. Para Moura Leite Netto, presidente da instituição, a escolha da nordestina Luciana Santos representa uma conquista para as mulheres na ciência.
“É uma notícia que permite a nós, da RedeComCiência, vislumbrarmos um 2023 de avanços, pois teremos na pasta uma ministra que acredita no potencial da ciência em estimular o avanço do país”, aponta o jornalista e doutor em ciências Leite Netto.
Desafios e medidas urgentes para o Ministério da Ciência
Renato Janine deseja que Luciana Santos consiga recompor o orçamento do Ministério da Ciência, “que foi extremamente aviltado nesses últimos anos”. O ex-ministro da Educação do governo Dilma Roussef falou sobre a necessidade de reconstrução do Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico. “O FNDCT perdeu muitos recursos. Esperamos que o dinheiro do Fundo não seja usado para para tapar buraco do Ministério, mas destinado realmente a pesquisas que melhorem a economia e a sociedade brasileira”, defende.
“Como medida urgente, a nova ministra deve atuar para revogar, cancelar ou derrogar – não sei o termo técnico exato – a Medida Provisória 1136, de agosto deste ano. Foi por meio dela que o atual governo cortou substancialmente verbas do FNDCT”, expõe Janine.
O presidente da SBPC almeja que recursos oriundos da PEC da Transição forneçam recursos para o que foi cortado e que institutos ligados ao MCTI sejam reorganizados. “Eles precisam de contratações para substituir aposentados e de recursos. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por exemplo, não tem condições sequer de lançar satélites para o espaço. Sem satélite, como você vai fazer pesquisas espaciais?”, indaga.
“Enfim, esperamos muita coisa da ministra. Mas acreditamos que ela demonstrará empenho”, finaliza Renato Janine.
Sobre Luciana Santos
Nascida no Recife (PE) em 29 de dezembro de 1965, Luciana é engenheira eletricista, formada pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), foi líder estudantil e dirigente de entidades como a UNE (União Nacional dos Estudantes), nos anos 1980.
Filiada ao PCdoB desde 1987, foi a primeira comunista a ser eleita prefeita no Brasil e também a primeira presidenta nacional do PCdoB – cargo que ocupa desde 2015.
Ex-deputada estadual (1997-2000), foi prefeita de Olinda (2001-2008) e secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco (2009-2010).
Como deputada federal (2011-2018), Luciana Santos presidiu a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura e foi relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre Trabalho Infantil, além de ter integrado a Comissão de Ciência & Tecnologia.
Em 2019, elegeu-se vice-governadora de Pernambuco na chapa com Paulo Câmara (PSB). Desde novembro, integra o Conselho Político na Transição para o governo Lula.
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