LGBTQIA+ em PE: 28% das pessoas já sofreram assédio no trabalho

 LGBTQIA+ em PE: 28% das pessoas já sofreram assédio no trabalho

Pernambuco é um dos estados brasileiros onde as pessoas LGBTQIA+ mais revelam orientação sexual

 

Estudo nacional com 20 mil trabalhadores indica que, em Pernambuco, 60% dos profissionais LGBTQIA+ revelam orientação sexual para colegas de trabalho, enquanto 31% expõem identidade de gênero

Uma pesquisa de âmbito nacional, com empresas de diferentes portes e diversos segmentos da economia, que coletou informações de 20 mil profissionais, traz informações sobre o ambiente de trabalho para pessoas LGBTQIA+ em Pernambuco. Segundo os dados da consultoria Santo Caos, a representatividade dessa população é de 14% nas companhias que atuam no estado, um pouco acima do índice nacional, de 10%.

Pernambuco é um dos estados brasileiros onde as pessoas LGBTQIA+ mais revelam orientação sexual (60%) para colegas de trabalho, acima da média nacional, que é de 55%. Em relação àqueles que comunicam sua identidade de gênero no trabalho, o número cai para 31% no estado, contra 40% nacionalmente.

Realizado pela consultoria Santo Caos, o levantamento coletou informações de quase 20 mil trabalhadores de todas as faixas etárias entre novembro de 2020 e abril de 2022. O conteúdo está disponível gratuitamente para a população no site.

As conclusões do estudo indicam que o assédio está presente no ambiente das pessoas LGBTQIA+ no estado nordestino. De acordo com os dados do estudo, 28% responderam a pesquisa informando que já foram assediados durante o desempenho de suas funções profissionais. Do grupo de pessoas que sofreram assédio, no entanto, apenas 31% relataram o ocorrido para as empresas nas quais trabalham. Vale ressaltar, de acordo com a classificação do estudo, que assédio é o ato de ofender explicitamente alguém por conta de sua característica.

Ainda segundo o estudo, apenas 27% de todos os profissionais do estado acreditam que não há preconceito e discriminação contra pessoas LGBTQIA+ no dia a dia de trabalho.

Os números sobre as pessoas que ocupam posições de liderança nas empresas evidenciam, conforme mostra a pesquisa, que há entraves para a ascensão profissional do grupo LGBTQIA+ em Pernambuco. Apesar dos 14% de trabalhadores LGBTQIA+, o índice daqueles que lideram equipes em Pernambuco cai para 9%, número que, nacionalmente, é ainda menor: 8%.

Pernambuco é o estado brasileiro com o maior índice de pessoas LGBTQIA+ que afirmam recomendar, para terceiros, a empresa na qual trabalham: 59%.

Números em âmbito nacional-  De acordo com os dados da pesquisa, a população LGBTQIA+ representa 10,4% (2.034 pessoas) do universo de 19.488 profissionais ouvidos ao longo de um ano e cinco meses. Esse público está menos disposto a recomendar a empresa onde trabalham do que aqueles que não são LGBTQIA+. Os números mostram que 40% dos entrevistados LGBTQIA+ recomendam o local de trabalho, enquanto esse índice atinge 59% entre aqueles que não são LGBTQIA+.

“O modelo de trabalho híbrido popularizado após o início da pandemia de Covid-19, com parte dos trabalhadores exercendo suas funções profissionais em suas próprias residências, vem avançando sobre a intimidade das pessoas, expondo aspectos que anteriormente não faziam parte da rotina de trabalho”, afirma Jean Soldatelli, sócio-diretor da Santo Caos.

“Nesse sentido, é necessário que as empresas se preparem de forma mais abrangente e consistente para promover o bem-estar dos colaboradores, ampliando suas iniciativas de diversidade e inclusão”, comenta Soldatelli.

LGBTQIA+ têm renda menor e ficam por períodos mais curtos nas empresas

O levantamento da Santo Caos mostra que, nacionalmente, 47% das pessoas LGBTQIA+ têm renda média abaixo de quatro salários mínimos, frente a 36% das pessoas que não fazem parte desse grupo. Em relação ao tempo de trabalho nas empresas, aqueles que se declararam LGBTQIA+ ficam aproximadamente 3,07 anos em uma companhia, ao passo que os não LGBTQIA+ permanecem em uma mesma empresa por mais tempo: uma média de 4,13 anos.

“A leitura dos dados nos permite inferir que a rotatividade maior da população LGBTQIA+ é consequência direta da discriminação e do assédio, que tornam o ambiente de trabalho mais tóxico para essas pessoas”, comenta Jean Soldatelli, sócio-diretor da Santo Caos. “Essa informação trazida pelo estudo corrobora a urgência de ações que promovam diversidade e inclusão nas empresas, criando melhores condições para esse grupo manter suas atividades profissionais”, finaliza.

Santo Caos- A Santo Caos é uma consultoria que tem em seu portfólio mais de 100 clientes de diversos portes e setores, em projetos de diversidade & inclusão, engajamento, cultura organizacional e comunicação. Desde 2013, realiza estudos autorais e pesquisas pioneiras sobre temas como: engajamento das pessoas LGBTI+ nas empresas, equidade racial, pessoas com deficiência no mercado de trabalho, entre outros.

Da Assessoria

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