Sociedade

Hungria: trabalhadores denunciam trabalho análogo a escravidão e fraudes em restaurante brasileiro

Brasileiros residentes na capital húngara estão enfrentando sérios problemas trabalhistas e fiscais que comprometem sua estabilidade financeira e situação legal no país. Entre os casos, destaca-se o da jornalista, Mariana Layme, que há dois anos trabalha na cidade e relata atrasos salariais, falta de pagamento de taxas de serviço e a não realização do recolhimento de impostos por parte do Restaurante Corcovado.

A jornalista conta que durante todo o período de trabalho no Restaurante Corcovado, nunca recebeu seu salário em dia. Além disso, não foram pagos os 10% de taxa de serviço e os valores correspondentes às metas alcançadas. “A empresa me deve uma quantia significativa de 200.000 forints, que ainda não foi paga”, afirma. Esta situação tem causado grandes dificuldades financeiras, comprometendo a capacidade de cobrir despesas básicas e a estabilidade financeira.

Outra grave acusação envolve a falta de recolhimento de impostos pela empresa. Mariana destaca que o Corcovado não cadastrou corretamente os funcionários e não pagou os impostos devidos, violando as leis trabalhistas e fiscais locais. Esta situação cria complicações adicionais para a renovação do visto de residência. “Estou enfrentando grande preocupação e dificuldade, pois não consigo renovar meu visto por falta de documentação adequada relacionada ao meu emprego no Restaurante Corcovado”, explica.

Para contornar a situação financeira, o jornalista começou a trabalhar como autônomo na limpeza de casas, mas relata dificuldades para obter o visto de trabalhador autônomo (Kata) devido à falta de registros formais e pagamentos de impostos por parte do Corcovado. Ele faz um apelo às autoridades para que outros trabalhadores não passem pela mesma situação. “Espero que outras pessoas não passem pela mesma situação que eu e dezenas de brasileiros estamos passando. Não sou o único que não recebeu o pagamento do Corcovado”, lamenta.

Residente na Hungria desde 2022, a jornalista compartilha sua frustração com a situação. “Vim de viagem para a Hungria com o sonho de morar aqui. Passei os dois anos de pandemia trabalhando, estudando e juntando dinheiro para tornar meu sonho realidade. Amo este país, sua cultura, fiz grandes amigos aqui e não me imagino morando em outro lugar. É muito frustrante ver meu sonho escapar por causa de pessoas que se aproveitaram do fato de eu não falar húngaro e não conhecer as leis do país”, desabafa.

NOTA: O site está aberto a receber declaração de representante do restaurante

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