O grupo indígena Memória Fulni-ô e as cantoras Camila Yasmine, Renata Cordeiro e Riá são as atrações pernambucanas do Sonora Brasil, promovido pelo Sesc, e considerada a maior iniciativa brasileira de circulação musical. As apresentações acontecerão no próximo domingo, dia 31 de outubro, e serão exibidas pelo canal do Sesc Pernambuco no YouTube, às 18h30 e às 20h.
Atualmente habita o município de Águas Belas, situado no sertão de Pernambuco. Os Fulni-ô, conhecidos historicamente como Carijós, são o único povo indígena do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua própria língua, o Yaathe. Um dos seus principais ritos, o Ouricuri, atualmente é realizado de maneira sigilosa, nos meses de setembro a outubro, restrito apenas aos iniciados, garantindo a salvaguarda de seus costumes.
O grupo é formado por Txa Fulni-ô, Txale Fulni-ô, Kafyxtxo Fulni-ô, Fekhya Fulni-ô e Tafhia Fulni-ô. As músicas tradicionais do povo fulni-ô são o Toré e a cafurna.
O Toré é um ritual sagrado, cântico coletivo vocalizado sem letra, sendo o único canto que usa instrumentos de sopro junto à percussão e que, segundo seus praticantes, é o mais antigo dos Fulni-ô. O ritual afirma a união e é praticado em ocasiões especiais.
As cafurnas ou unakesa são manifestações que envolvem dança e música com letras cantadas em Yaathe, que abordam temas como a preservação da natureza, reverência aos animais da região e à identidade indígena. Nas cafurnas são utilizados como instrumentos maracás de mão e de tornozelo.
Traz um repertório de músicas autorais de três artistas pernambucanas que compartilham a essência da mulher sertaneja. Suas vozes ecoam em afirmação de suas identidades e visões de mundo. O grupo é formado por: Camila Yasmine (voz), mulher preta, ribeirinha, pernambucana e brasileira.
Tem o Velho Chico como berço, e traz o Samba de Véio da Ilha do Massangano como força motriz. Sua musicalidade e personalidade a permitiram conquistar um espaço importante na região do vale do São Francisco. Renata Cordeiro (voz e percussão), cantora, compositora, brincante popular, arcoverdense. Há anos vem pesquisando a musicalidade dos povos originários e desenvolvendo artigos científicos.
Sua trajetória é marcada por vivências em espetáculos teatrais e comunidades tradicionais. Riá (voz e violão), nascida em Garanhuns, no interior de Pernambuco. De formação acadêmica em Canto Popular pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), as raízes no agreste e sertão permeiam sua trajetória, na simplicidade de suas histórias e no sofisticado mundo de suas músicas.
A maior iniciativa brasileira de circulação musical está de volta. Promovido pelo Sesc, o Sonora Brasil chega a sua 23ª edição com a apresentação de um repertório inédito, composto por músicas de mais de cem compositoras brasileiras e 21 grupos indígenas de diversas etnias, que mostram toda a potência do projeto em divulgar as mais diferentes manifestações musicais do país.
Em função da pandemia de COVID-19, o circuito não ocorreu em 2020 e, este ano, todos os espetáculos foram gravados em formato on-line, em mais de 20 estados, e serão transmitidos pelos canais de Youtube do Sesc em cada estado. Ao longo da sua trajetória, o Sonora Brasil já alcançou mais de 750 mil pessoas e realizou mais de seis mil concertos em todo o Brasil.
As abordagens apresentadas terão como temas as “Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira” e “A Música dos Povos Originários do Brasil”. A temática de 2021 acompanhará a da última edição, realizada em 2019, já que os temas centrais do Sonora Brasil são definidos por biênios.
O lançamento foi no dia 19 de outubro e as exibições ocorrerão até o dia 12 de novembro, sempre às 18h30 (Povos Originários) e às 20h (Líricas Femininas). O calendário das transmissões está disponível na página do projeto (www.sesc.com.br/sonorabrasil) e todos os vídeos terão tradução para linguagem de libras, incluindo os espetáculos dos povos indígenas.
As apresentações do Sonora Brasil são de caráter essencialmente acústico, como forma de valorizar a autenticidade musical das obras. Uma curadoria formada por profissionais do Sesc é responsável pela seleção dos temas e grupos que integram a programação. Para escolha dos artistas e grupos, foram consideradas questões sociais, ligadas à diversidade de ritmos, de territórios e de artistas. O projeto contempla ainda oficinas, rodas de conversas e exibição de filmes, que serão promovidas, também em ambiente on-line, por unidades do Sesc de todas as regiões do país. Os catálogos de todas as edições estão disponíveis para consulta no site do Sonora Brasil.
Serviço | Sonora Brasil | Sesc Data: 31 de outubro (domingo) Horário: 18h30 | Grupo Memória Fulni-ô (Povos Originários) 20h | Camila Yasmine, Renata Cordeiro e Riá (Líricas Femininas) Exibição: canal Sesc Pernambuco do YouTube |
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