Giovanna Moraes lança disco rock and roll

 Giovanna Moraes lança disco rock and roll

Giovanna Moraes. Foto: Ariel Jaeger

 

 

 

A cantora Giovanna Moraes acaba de divulgar seu novíssimo álbum. “Para Tomar Coragem” tem dez faixas e é um lançamento do selo Maxilar, de Gabriel Thomaz, vocalista do Autoramas, e de Henrique Roncoletta, da Marã Música.

“O título desse trabalho tem cunho pessoal, para eu mesma tomar coragem – coragem de ser a pessoa que sempre existiu dentro de mim, mas que foi silenciada por muitos anos pelas vozes internalizadas de uma sociedade ultrapassada. Como um todo, o projeto surge das sonoridades que venho experimentando em meus shows e, cada vez mais, me empodero deste meu papel como frontwoman.Trago músicas cheias de atitude, feitas para quebrar e curar corações. Espero que, no final de cada play, eu consiga inspirar, sobretudo mulheres e pessoas que são diariamente oprimidas, a encontrarem sua voz e dar aquele primeiro passo para construir um amanhã mais plural”, comenta a artista.

As ideias desse registro vieram numa parceria profunda entre Giovanna e Thommy Tannus (produtor/arranjador). Os dois uniram suas referências e visões, trazendo o melhor de cada um, com riffs deliciosos de guitarra, muita verdade, intensidade na interpretação e um toque inusitado nas composições.

“A vida é cheia de escolhas e é difícil entender o caminho. Uma grande parte do meu trabalho contempla isso. Na minha trajetória, por exemplo, demorei para me assumir artista. Foram muitas vidas e trabalhei com muitas outras coisas antes de encarar minha carreira artística. Realmente tentei de tudo para negar o que estava muito claro. Faltava coragem de admitir para mim mesma: é isso que quero, é isso que sou. Coragem de chamar atenção também, de dar a cara a bater… E com cada projeto novo e com cada show me vejo ainda mais forte para abrir o coração e cantar minha verdade, correr atrás das coisas que quero”, finaliza.

As inspirações? Rage Against The Machine,Pitty, CPM22 e um toque de esperança típica dos álbuns dos Foo Fighters.

Faixa a faixa, por Giovanna Moraes

01 – CLICHÊ  
Talvez esteja só falando de mim, mas acho a condição humana muito clichê. A gente passa a vida procurando algum sentido, procurando nosso caminho, e tendo dificuldade em escolher, em decidir. Por onde eu vou? Com quem? É difícil e a gente vive procurando respostas fora de nós – queremos algum sinal maior para dizer: olha, é por aqui. A vida não é assim, nada vai acontecer – não tem sinal – não tem direção. Eu sei de tudo isso, mesmo assim continuo procurando essas respostas rs… Esse é meu clichê.

02 – NO É NO
Instrumental pauleira, a la Rage Against The Machine, com um vocal poderoso comendo solto. Essa música veio dar na cara de quem ainda acha que mulher não sabe fazer rock n roll.

03 – COMO É BOM ESCOLHER
Dei uma de Pitty, Admirável Chip Novo, neste som. Em 2003, quando ela lançou, estávamos no começo da internet, agora não imaginamos a vida sem. A vida no mundo já era, agora é mídias sociais, NFTs e o metaverso. Essa música critica isso, mas, também, o que adianta? Tem que entrar no jogo ou ficar por fora do seu tempo.

04 – CAIXA DE PANDORA
Fiz a linha de baixo dessa – tá bem esquisitona e eu adoro. To su-su-susurando-do para te tentar mesmo, te trazer para cá. Tô te querendo… É só você me olhar.

 

05 – CAMINHO DE CURVAS
Música resolução do ano novo rs
Nasceu na primeira semana de janeiro de 2022. A gente tá sempre querendo começar o ano esquecendo do que veio e se prometendo a fazer diferente, a ser melhor. Errar faz parte, não dá para ficar se cobrando, sendo muito duro com você mesmo e/ou com os outros. Tem que pagar pra ver.

06 – O TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS
Quantas vezes a gente não perde o que a gente tem por não dar valor àquilo? Queríamos voltar no tempo, aproveitar melhor os bons momentos – viver aquele amor que perdemos – seja pelo tempo ou por não saber aproveitá-lo.

07 – TE QUERO TANTO
Essa é para quem curte um pop punk – uma vibe Blink 182 com teminha amor.

08 – SEJA VOCÊ
Quase plágio, mas é essa a ideia: nada se cria. Pra quem fica querendo saber das referências, toma aí um punk estilo Ramones. “Seja você”, o conselho mais bode (e frequente) que já recebi na minha vida. Tão sempre me falando: seja você, seja você. Porra, essa sou eu. Devo estar fazendo algo errado porque continuo ouvindo as mesmas baboseiras.
A real é que não tem nada a ver com “ser você”, as pessoas precisam que você encaixe dentro da ideia que eles têm sobre você. Não complica, faz seu papel aí que eu embalo o mesmo produto de um jeito novo, vendo o best-seller de ontem para a nova geração. Tão tá, entendi o jogo, tá aqui minha tentativa.

 

09 – PARA TOMAR CORAGEM
Para ser bem sincera, eu nunca gostei de me apaixonar. Nunca fui dessas que procura sua outra metade. Sou bem completinha já. Não me abro fácil, não me apego rápido. Quando gosto de alguém, quero logo cortar da minha vida. Se apaixonar é sair do controle, é ser vulnerável. Exige muita coragem e eu estou aprendendo ainda rsrs. Fiz este hardcore meio CPM22 para me ajudar a encarar esse monstro que na verdade é uma delícia e tem gosto de beijo antes de dormir.

10 – VAI QUE VOCÊ GOSTA
Queria acabar o disco à moda Foo Fighters, com um gostinho de esperança. A música fala sobre a vida, amarra bem com a temática da Clichê que abre o álbum, como uma resposta:  se você passar sua vida esperando e procurando, você perde o agora. A vida é imprevisível, ela passa rápido e devagar ao mesmo tempo. Ela não entrega o que queremos a maior parte das vezes. Não é uma história para você adivinhar o final. Ela é brutal mas perfeitinha assim, a graça é essa… Vai que você gosta.

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