Fui ver o BBB21 e quase caí nos braços da direita

 Fui ver o BBB21 e quase caí nos braços da direita

O artista Fiuk, em trecho do BBB21. Reprodução

 

Um sentimento de culpa constante e ficcional, que diz ter medo de sorrir para não causar gatilho em quem não tem dente

 

Por Alexey Dodsworth
Escritor, Doutor em Filosofia pela USP e Universidade Ca Fóscari (Veneza, Itália)

Fui ver uns vídeos do BBB21 e quase caí nos braços da direita. Querem reeleger o micto fazendo o povo pegar ranço do jovem militudo, só pode ser.

Tenho pra mim que o comportamento estereotipado é incorporado em grupos. A pessoa não calcula, mas sabe quais os termos que deve usar para ser aceita, e daí encarna um personagem que, visto por quem está fora, é caricato.

Volta e meia, alguém me enfia em um grupo de esquerda e eu não consigo ficar três dias.

Durante os três dias, eu sempre vejo posts de gente que eu conheço ao vivo e sei que não é a caricatura que parece ser nos grupos, pedindo desculpas por existir a cada dez minutos.

Um sentimento de culpa constante e ficcional, que diz ter medo de sorrir para não causar gatilho em quem não tem dente. Um estereótipo de esquerda que termina virando meme direitoso.

Infiltrado em grupinhos de direita e conhecendo alguns dos que estão lá, também tenho certeza de que não são os otários cuzões que parecem ser.

É tudo pra ser aceito pelo grupo. Claro que há os babacas legítimos, e, olha… me dá angústia ver gente razoável descendo o nível só pra ser aceita pelo clube.

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(E este é o momento em que você, pessoa insegura que deseja demarcar a própria intelectualidade, se sente tentada a vir aqui só pra comentar “nem sabia que o BBB ainda existia”. Mentira, você sabia 😁 Mas quer afirmar sua superioridade moral por não assistir bobagens.)

Eu recomendo muito. Ótima oportunidade para quem, como eu, é de esquerda, assistir e ficar atento aos estereótipos.

Homens hetero esquerdomachos serão especialmente beneficiados se acompanharem Fiuk com atenção.

O pacote é completo: discurso correto que termina com prática de gaslighting. Certeza que a mulher sai dali direto pro psiquiatra, convencida de que está louca.

Já teve até homi fingindo medo de se vestir de bailarina para não ofender bailarinas.

DUVIDO que tenha medo, mas o expressou para ganhar pontos. Gente, isso é uma delicia. Esse comportamento fanfiqueiro crocante é um ótimo tira-gosto.

As melhores resenhas são de Ryta Alves, e tenho dito.
______
(Ops, perdão, eu disse DE RYTA, e não DA RYTA. Desculpem por existir, por meus privilégios, pelo machismo estrutural do modo baiano de dizer os falares, gratidão pelo aprendizado)

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Seria melhor se estivéssemos sós

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Fim do século XX. Um astrofísico brasileiro descobre que uma pálida estrela da Constelação do Escorpião é uma gêmea perfeita de nosso Sol.

Segunda década do século XXI. Vários adolescentes brasileiros entram em surto psicótico ao mesmo tempo, durante uma explosão solar.

Como podem eventos tão distintos ameaçar um mesmo segredo? De que forma esses fatos podem afetar uma vila no coração da selva?

A Vila Muhipu, resguardada por índios da etnia Tukano, é um paraíso onde o sofrimento não passa de lembrança.

Uma utopia que deve ser mantida escondida a todo custo, e o doutor Ravi Chandrasekhar não poupará esforços nesse sentido.

Em Dezoito de Escorpião, romance vencedor do Prêmio Argos 2015, Alexey Dodsworth (de O Esplendor) se apropria de fatos científicos reais e os recria, compondo uma trama que se debruça sobre a mais intrigante questão: estamos sós no Universo? Descubra por sua conta e risco. COMPRE AQUI

 

A luz esconde. A escuridão revela

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Aphriké é o nome de um planeta fadado à luz interminável.

Um planeta considerado o único do universo, e habitado por uma raça telepática que desconhece o sono, o sonho e a privacidade.

Convictos da eternidade de seu mundo, os aphrikeianos não desconfiam que tudo foi criado por R’av, um ser com poderes cósmicos e obcecado pela ideia de perfeição.

Aprisionados a uma maldição alardeada por bárbaros liderados pela feroz Lah-Ura, os aphrikeianos nem desconfiam que seu paraíso está prestes a ser arruinado. Até que nasce uma aberração: um menino capaz de dormir.

Uma pessoa capaz de, através dos sonhos, entrar em contato com Outromundo, um planeta como Aphriké, mas iluminado por um único sol amarelo.

Quando a luz oculta a verdade, só um mergulho aos sonhos pode iluminar o mundo que nunca se apaga. COMPRE AQUI

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