Forró de Cabo Arrabo, grupo formado por jovens músicos e pesquisadores do Rio de Janeiro, traz seu show dedicado a um dos mais nordestinos dos ritmos, gratuito, nesta quarta, na Estação da Luz
Cultuado além de suas fronteiras originais, o forró ganha cada vez mais força em várias latitudes do Brasil e assume também musculatura de música atemporal, não ligada obrigatoriamente aos festejos juninos. Prova disso é a banda Forró de Cabo Arrabo, formada por jovens cariocas e que traz, pela primeira vez, seu show para Olinda, com apresentação gratuita, nesta quarta, no centro cultural Casa Estação da Luz. Os ingressos precisam ser retirados via Sympla. A banda é formada por Antonia Muricy, Bento Cortês, Rafael Valença, Antonio Duprat, Juliana Feitosa e Marcelo Mendes, e, nesta quarta, contará com a participação especial de Vitória do Pife, Icaro Annes e Juba.
Forró de Cabo Arrabo
Uma banda carioca com grande admiração pela música nordestina, e com forró de cabo a rabo. A Forró de Cabo Arrabo é composta por cinco pessoas, pulsando na vibração do forró, com uma fina seleção de baiões, xotes, cocos, rastapés e xaxados. A banda mostra desde a face mais visível do gênero, com temas de Gonzagão e Dominguinhos, ao mais recôndito panorama do cancioneiro brasileiro, de Edmilson do Pife a Cláudio da Rabeca, dentre outros nomes que o Brasil precisa conhecer melhor. Embalado por arranjos irresistíveis, viscerais sem perder a ternura, a Cabo Arrabo dissemina diversão e identidade, com os pés firmes e dançantes sobre o barro do chão de onde veio o forró.
Os componentes
Na banda, o triângulo e os vocais ficam por conta de Antônia Muricy. “Canto desde que me entendo por gente e gosto de pensar na voz como um instrumento que não se restringe à interpretação verbal, mas também um canal de exploração de improvisações, timbres e sonoridades alternativas”, ela diz.
A zabumba está a cargo de Rafael Valença, artista que convive com a música desde que nasceu, em casa, com seu pai, Alceu. “O forró cresce a não atrofia, zabumba que bate, é epifania. Amor tão intenso parece mania”, poetiza Rafa.
Bento toca violão de sete cordas, Antonio toca baixo, Antonia é cantora e toca triângulo, Juliana toca pandeiro e Marcelo toca sanfona.
O repertório
O repertório faz passagens cênicas por clássicos como Que nem Giló e Feira de Mangaio, além recortes profundos da canção popular, como Até a Lua, de João Carvalho, e uma releitura de Xote Gaúcho, de Edmilson do Pife. Já “Estopim da Bomba” caminha no xote e corre no arrasta-pé; “Maçã do Rosto” agita o coração e Forró Transcendental encanta os ouvidos.
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