Ciência e saúde

Fiocruz PE colabora com teste de diagnóstico inovador desenvolvido no Canadá

Fiocruz PE colabora com teste de diagnóstico inovador liderado por cientistas da Universidade de Toronto (CA), que desenvolveram os sensores e a plataforma digital portátil onde as amostras  de pacientes com Zika são processadas
Artigo publicado na Nature Biomedical Engineering, nesta segunda-feira (07), revela o potencial do uso de biossensores sintéticos em testes rápidos, descentralizados e de baixo custo para diagnóstico de pacientes infectados com o vírus Zika.
Fiocruz PE colabora com teste de diagnóstico liderado por cientistas da Universidade de Toronto (CA), que desenvolveram os sensores e a plataforma digital portátil onde as amostras são processadas e contaram com a parceria de pesquisadores da Fiocruz Pernambuco na validação dessa técnica, usando amostras de pacientes do Recife (PE). Trata-se de um dos primeiros ensaios de campo a aplicar biologia sintética no diagnóstico viral em amostras de pacientes.

A sensibilidade e a especificidade do novo teste foram equivalentes à PCR em tempo real, que hoje é o padrão ouro para a detecção desse e de outros vírus. A acurácia dos resultados ficou em 98,5%, com um total de 268 amostras de pacientes analisadas.

Um importante avanço tecnológico do estudo foi o desenvolvimento do equipamento PLUM, que é o leitor de placas com temperatura controlada, portátil e de baixo custo (aproximadamente US$ 500), que funciona praticamente como um “laboratório em uma caixa” e pode ser utilizado inclusive em regiões remotas e com poucos recursos.

O pesquisador da Fiocruz PE Lindomar Pena, coordenador da etapa brasileira da pesquisa, destaca a abordagem inovadora da técnica utilizada, com redes de genes sintéticos, que não dependem de cultivo em células. “Trata-se de uma tecnologia revolucionária, que por meio dessa iniciativa pudemos incorporar ao conhecimento científico disponível no Brasil”, declarou. Como a plataforma é programável, poderá ser aplicada no reconhecimento de outros patógenos, inclusive o novo coronavírus, o que já é objeto de um novo estudo coordenado por Pena.

“Mostrar que a plataforma pode ser transportada e detectar de forma precisa o vírus Zika  em amostras de pacientes é um significativo passo à frente para a criação de testes mais acessíveis e descentralizados”, diz o professor da Universidade de Toronto Keith Pardee, líder do projeto, que reúne cientistas de nove laboratórios, em cinco países (Canadá, Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Equador).

A equipe da Fiocruz PE foi escolhida para representar o Brasil nessa parceria por sua expertise demonstrada durante a epidemia de Zika ocorrida em 2015/2016, que se abateu de forma muito intensa sobre Pernambuco. A contribuição da instituição nos ensaios de campo dessa pesquisa interinstitucional envolveu os departamentos de Virologia e Terapia Experimental – onde Lindomar Pena atua e foram testadas as amostras de sangue, saliva e urina coletadas em humanos – e de Entomologia – onde a equipe liderada pela pesquisadora Constância Ayres realizou testes com amostras de mosquitos.

A excelência demonstrada na execução dessa pesquisa rendeu ao egresso dos cursos de mestrado e doutorado em Biociências e Biotecnologia em Saúde da Fiocruz PE, Severino Jefferson Ribeiro, unir-se à equipe canadense com uma bolsa de pós-doutorado, a convite do prof. Pardee.

Da Assessoria

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