A sensibilidade e a especificidade do novo teste foram equivalentes à PCR em tempo real, que hoje é o padrão ouro para a detecção desse e de outros vírus. A acurácia dos resultados ficou em 98,5%, com um total de 268 amostras de pacientes analisadas.
Um importante avanço tecnológico do estudo foi o desenvolvimento do equipamento PLUM, que é o leitor de placas com temperatura controlada, portátil e de baixo custo (aproximadamente US$ 500), que funciona praticamente como um “laboratório em uma caixa” e pode ser utilizado inclusive em regiões remotas e com poucos recursos.
O pesquisador da Fiocruz PE Lindomar Pena, coordenador da etapa brasileira da pesquisa, destaca a abordagem inovadora da técnica utilizada, com redes de genes sintéticos, que não dependem de cultivo em células. “Trata-se de uma tecnologia revolucionária, que por meio dessa iniciativa pudemos incorporar ao conhecimento científico disponível no Brasil”, declarou. Como a plataforma é programável, poderá ser aplicada no reconhecimento de outros patógenos, inclusive o novo coronavírus, o que já é objeto de um novo estudo coordenado por Pena.
“Mostrar que a plataforma pode ser transportada e detectar de forma precisa o vírus Zika em amostras de pacientes é um significativo passo à frente para a criação de testes mais acessíveis e descentralizados”, diz o professor da Universidade de Toronto Keith Pardee, líder do projeto, que reúne cientistas de nove laboratórios, em cinco países (Canadá, Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Equador).
A equipe da Fiocruz PE foi escolhida para representar o Brasil nessa parceria por sua expertise demonstrada durante a epidemia de Zika ocorrida em 2015/2016, que se abateu de forma muito intensa sobre Pernambuco. A contribuição da instituição nos ensaios de campo dessa pesquisa interinstitucional envolveu os departamentos de Virologia e Terapia Experimental – onde Lindomar Pena atua e foram testadas as amostras de sangue, saliva e urina coletadas em humanos – e de Entomologia – onde a equipe liderada pela pesquisadora Constância Ayres realizou testes com amostras de mosquitos.
A excelência demonstrada na execução dessa pesquisa rendeu ao egresso dos cursos de mestrado e doutorado em Biociências e Biotecnologia em Saúde da Fiocruz PE, Severino Jefferson Ribeiro, unir-se à equipe canadense com uma bolsa de pós-doutorado, a convite do prof. Pardee.
Da Assessoria
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