A conexão do compositor Carlos Fernando com Elba, Alceu e Geraldo Azevedo

 A conexão do compositor Carlos Fernando com Elba, Alceu e Geraldo Azevedo

O compositor Carlos Fernando, na loja Passa Disco. Foto: Fábio Cabral

Apesar das singularidades do trabalho de cada um, o que os unia era a intenção de fazer uma música moderna e ao mesmo tempo popular, sem perder de vista as origens nordestinas

Por Stephanie Batista*

Nos anos 1970, a paraibana Elba Ramalho e os pernambucanos Alceu Valença e Geraldo Azevedo estavam no Rio de Janeiro em busca de um lugar ao sol no mundo das artes. Alceu tentava carreira como ator de cinema, Elba se dedicava ao teatro e Geraldo produzia trilhas sonoras para espetáculos. Zé Ramalho, primo de Elba, chegou a fazer parte da banda de apoio de Alceu Valença antes de seguir carreira solo como pioneiro do rock psicodélico nordestino.

Falecido em 1o de setembro de 2013, Carlos Fernando, compositor caruaruense que, embora não subisse aos palcos, se tornaria o maior parceiro de Geraldo Azevedo, completava a trupe de pernambucanos e paraibanos radicados no Rio que em pouco tempo dominaria o Brasil.

Apesar das singularidades do trabalho de cada um, o que os unia era a intenção de fazer uma música moderna e ao mesmo tempo popular, sem perder de vista as origens nordestinas. Inspiraram assim várias gerações de artistas.

Natural de Petrolina (PE), Geraldo Azevedo começou a sua carreira como compositor em 1966, quando, já morando no Recife, compôs em parceria com Carlos Fernando a canção “Aquela Rosa”, vencedora de um festival de música em 1967.

O caruaruense acabaria se tornando o maior parceiro de Azevedo ao longo da carreira, com dezenas de parcerias gravadas tanto por ele quanto por Elba Ramalho.

Foi quando estavam já no Rio de Janeiro, na virada dos anos 1970, que Carlos Fernando apresentou Geraldo Azevedo a Alceu Valença, dando incío a mais uma longa amizade e parceria artística.

Ambos gravariam juntos um álbum de estreia em 1972, conhecido até hoje como “Quadrafônico” devido à tecnologia – então de ponta – utilizada nas gravações.

Em 1974, é a vez da paraibana de Conceição do Vale do Piancó Elba Ramalho chegar ao Rio de Janeiro. Como atriz da peça “Lampião no Inferno”, dirigida por Luiz Mendonça e musicada por Geraldo Azevedo, conhece Carlos Fernando, Geraldo Azevedo e Alceu Valença.

No mesmo ano, Alceu Valença, o bruxo de São Bento do Una (PE), estrearia a temporada do show “Molhado de suor”, sucesso de público e crítica, tendo Zé Ramalho como um dos músicos de apoio, e lançaria o álbum homônimo

Em 1976, Elba e Alceu participariam como backing vocals do álbum de estreia de Geraldo Azevedo. Três anos mais tarde, “Canta Coração”, uma parceria de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando aparecia como faixa de abertura do primeiro álbum solo de Elba Ramalho, “Ave de Prata”.

Ainda em 1979, Alceu, Elba e Geraldo participaram, junto com outros artistas, do primeiro volume da coletânea Asas da América, interpretando frevos compostos por Carlos Fernando.

Todavia, só nos anos 1990 o trio se reuniria para um projeto conjunto. Com a participação de Zé Ramalho, o álbum ao vivo “O Grande Encontro” seria gravado em 1995, no Canecão (RJ).

* Conteúdo produzido por aluno supervisionado pelo professor Amílcar Bezerra. Visite a página do curso no Facebook. 

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