Artes

Conheça os primeiros Patrimônios Vivos do Recife

Em reunião do Conselho Municipal de Política Cultural, foram apresentados os nomes dos Patrimônios Vivos do Recife que receberão bolsas de incentivo mensais, nos valores de R$ 1.650, para os indivíduos, e R$ 2.200, para os grupos, em caráter vitalício, inalienável e impenhorável

Na tarde desta quinta-feira (5), foram definidos, após votação do Conselho Municipal de Política Cultural, os quatro primeiros Patrimônios Vivos do Recife. Os escolhidos foram a passista Zenaide Bezerra; Antônio José da Silva Neto, que assumiu a alcunha de Mestre Teté, à frente do Maracatu Almirante do Forte; além das agremiações históricas Pierrot de São José e Gigantes do Samba, que há décadas desfilam e defendem a alegria, as raízes e a força da cultura recifense.

A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, irá assegurar aos patrimônios bolsas de incentivo mensais, nos valores de R$ 1.650, para os indivíduos, e R$ 2.200, para os grupos, em caráter vitalício, inalienável e impenhorável.

A escolha foi feita em reunião extraordinária do Conselho Municipal de Política Cultural, nesta quinta-feira (5), com os votos de 23 conselheiros, entre representantes da sociedade civil e governamentais.

Concorriam ao título 18 defensores das manifestações culturais recifenses, que se sagraram finalistas, após as etapas de validação documental e recurso das inscrições e de avaliação de mérito, esta última realizada pela Comissão Especial de Análise.

A etapa seguinte foi a de defesa de candidaturas, em audiência pública gravada, que teve também seu conteúdo disponibilizado a todos os conselheiros, em áudio e vídeo.

A escolha foi feita em reunião extraordinária do Conselho Municipal de Política Cultural, nesta quinta-feira (5), com os votos de 23 conselheiros, entre representantes da sociedade civil e governamentais. Foto Pierrot de São José: Marcelo Lacerda/Arquivo PCR

A votação realizada na sede do Conselho Municipal de Política Cultural, no Pátio de São Pedro, foi a quarta e definitiva instância de aprovação e validação dos novos Patrimônios Vivos do Recife, numa reunião marcada pela emoção.

“O anúncio dos quatro primeiros Patrimônios Vivos do Recife é um momento histórico, que inaugura um ciclo novo na cidade, marcado pelo olhar atento e afetuoso de reconhecimento às nossas tradições e seus defensores. Traduz e reafirma nossos compromissos e nossas práticas, democráticas e comprometidas com os fazedores e fazedoras de cultura, sua capacidade de entrega e sua resiliência. A cultura é uma luta que a gente trava com amor, todos os dias. E amor não nos falta. Por isso o Recife é uma cidade que toca, como nenhuma outra, tantas músicas e tantos corações. Uma cidade que toca em frente suas certezas e forças culturais”, afirmou o secretário Ricardo Mello.

O próximo passo é a formalização do registro dos quatro primeiros Patrimônios Vivos da cidade, em solenidade a ser realizada na Prefeitura do Recife, com a participação dos brincantes e brinquedos que acabam de ser oficialmente inscritos na posteridade da memória cultural da cidade, além dos conselheiros de Cultura do Recife e do prefeito João Campos.

Sobre a Lei

Resultado de amplo debate, o Registro de Patrimônio Vivo Municipal representa a materialização de uma política pública de cultura que prioriza a promoção, a difusão e o fomento dos bens intangíveis do Recife, com objetivos de salvaguardar, redimensionar espaços de ação e dar continuidade histórica de relevância para a memória cultural e artística da cidade.

Concebido pela Secretaria de Cultura e pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, o projeto foi encaminhado para a Câmara de Vereadores do Recife no último mês de junho. Após aprovação, a Lei foi sancionada no dia 9 de setembro.

Sobre os Patrimônios Vivos do Recife

Zenaide Bezerra

Considerada a mais antiga passista em atividade do Brasil, Zenaide Bezerra tem 73 anos de idade e pelo menos 65 de frevo. Começou a dançar reproduzindo os ensinamentos e movimentos do seu pai, o renomado passista Egídio Bezerra. Em 1975, montou um grupo de dança, Grupo Folclórico Egídio Bezerra, que se dedica a transmitir, desde então, as tradições pernambucanas a muitas gerações de recifenses. Zenaide jamais aposentou a sombrinha e participa ininterrupta e efetivamente, até hoje, da programação do Carnaval do Recife.

Antônio José da Silva Neto (Mestre Teté)

Aos 76 anos, Antônio José da Silva Neto, nasceu, cresceu e foi até rebatizado entre os maracatuzeiros, sagrando-se o Mestre Teté, do Maracatu Nação Almirante do Forte, agremiação cuja história se confunde com a sua. Desde a infância, acompanhava as apresentações do grupo, que passou a integrar ainda aos 15 anos. Tudo isso seguindo os passos do pai, Antônio José da Silva, que atuou como fundador e primeiro presidente da agremiação. Com o tempo, Teté virou mestre, cantor e compositor do Maracatu Almirante do Forte, fundado em 7 de setembro de 1931 e declarado Patrimônio Cultural do Brasil, pelo IPHAN, em 2014.

Pierrot de São José

O Bloco Pierrot de São José foi fundado em 1978 pela carnavalesca Sevy Caminha, que costurava para diversas agremiações, até resolver a sua, para desfilar seu amor pelo Carnaval, junto com seus filhos, familiares e amigos do bairro de São José, honrando a tradição do lugar, conhecido como berço do carnaval do Recife. O bloco também já participou da programação carnavalesca de diversos outros municípios pernambucanos, assim como do Festival de Inverno de Garanhuns e outros eventos nacionais e internacionais. O Pierrot de São José tem repertório próprio e uma estética que se destaca nas figuras de Pierrots, Colombinas e Arlequins. Em 2012, recebeu comenda da Câmara Municipal do Recife, a medalha do mérito José Mariano, pela dedicação à cultura da cidade.

Gigantes do Samba

O Grêmio Recreativo Cultural e Arte Gigante do Samba foi oficialmente fundado em 16 de março de 1942. No entanto, existem registros da agremiação já em 1937, com o nome de “Turma Quente”, no Alto do Céu, bairro de Água Fria. Em 1938, o mesmo grupo sai às ruas com o nome “Garotos do Céu” e, só no carnaval de 1942, a agremiação é batizada com o nome atual e definitivo de Gigante do Samba. Inúmeras vezes campeã do Carnaval do Recife, já viajou para diversas partes do mundo divulgando a cultura recifense.

Da Assessoria

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