Congresso Internacional da Abramd vai discutir pesquisa divulgada nesta segunda-feira (8), a qual aponta o Brasil como último lugar no Índice Global de Políticas de Drogas que avaliou 30 países
Pesquisadores, gestores públicos, especialistas e cientistas se reúnem de amanhã (quarta 10) a sábado (13), no Recife, para o 8º Congresso Internacional da Abramd – Por uma Política de Drogas Democrática, Inclusiva e Diversa. A iniciativa é organizada pela Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (Abramd). A parte presencial ocorre no Centro de Eventos da Faculdade Pernambucana de Saúde, já as atividades online podem ser acompanhadas por meio do site: https://congressointernacional2021.abramd.org/programacao/ .
“Os congressos da Abramd se caracterizam como grandes fóruns de discussão que geram, muitas vezes, proposições e encaminhamentos para se pensar políticas públicas sobre drogas. Nos encontros são apresentados dados mais atuais e novas perspectivas”, expõe Luciane Raupp, presidente da Abramd.
Para ela, que é mestra em psicologia Social e Institucional (UFRGS) e doutora em Saúde Pública (USP), o congresso também é uma ótima oportunidade para que estudantes e outras pessoas interessadas possam se informar a respeito do tema, a partir de uma visão mais plural e ampla.
“São discussões que vão além dos vieses punitivistas, proibicionistas ou daqueles que buscam apenas a abstinência. Essas visões são as dominantes, desde as mudanças ocorridas durante o governo de Michel Temer e que se agravaram com as políticas de Jair Bolsonaro”, avalia.
Entre os nomes confirmados no 8º Congresso Internacional da Abramd – Por uma Política de Drogas Democrática, Inclusiva e Diversa, estão o professor titular de Neurociências e vice-diretor do Instituto do Cérebro da UFRN, Sidarta Ribeiro; o vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa; a ativista do movimento negro norte-americano, Deborah Small; a Coordenadora Geral da rede Tulipas do Cerrado, Juma Santos; a presidente da ONG Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Nathalia Oliveira; o presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé; e o fundador da Rede Reforma, Emilio Figueiredo, entre outros.
Além das conferências e mesas redondas, o Congresso da Abramd realizará minicursos, fóruns de discussão, apresentação de trabalhos, assembleias, lançamento de livros e premiações.
O Congresso da Abramd tem como presidente de sua comissão responsável, Ana Glória Toledo Melcop, e como presidente da comissão científica, Danielle Valim.
De acordo com Ana Glória Melcop, “O evento surge para agrupar especialistas renomados e promover um melhor debate acerca das políticas de drogas e inserir a participação de vários segmentos sociais como: população de rua, pessoas que usam drogas, profissionais do sexo, LGBTQI+, indígenas e movimentos rurais e urbanos como, por exemplo, MST, MTST, CUFA e Mães de Manguinhos.
Informações e inscrições para o Congresso:
https://congressointernacional2021.abramd.org/
Instagram: @abramdnacional
Brasil em último lugar no Índice Global de Políticas de Drogas
Estudo elaborado pelo Harm Reduction Consortium, divulgado nesta segunda-feira (8), aponta que o Brasil ficou em último lugar no Índice Global de Políticas de Drogas, que avaliou 30 países. A entidade reúne organizações que trabalham na defesa de políticas de redução de danos, dirigidas para atenuar os efeitos negativos do uso de drogas.
“A regressão pela qual vivemos é bem visível nesse relatório. Ele mostra o quão erradas têm sido as decisões tomadas desde 2016 e como nós estamos distantes de ações mais progressistas, que estão pautando grande parte das políticas sobre drogas no mundo”, aponta Luciane Raupp.
De acordo com a pesquisadora, o País vai justamente no sentido contrário ao recrudescer as proibições, diminuir a rede psicossocial, ao mesmo tempo em que estimula e apoia a atuação de comunidades religiosas. “Um modelo ultrapassado, que o mundo inteiro já mostrou que não funciona”, critica.
Núcleos de atuação da ABRAMD
Além dos congressos, a Abramd mantém núcleos de atuação em estados do Sudeste. “Queremos que essa ação se expanda para as regiões Norte e Nordeste. Por isso, o Congresso está acontecendo este ano no Recife”, diz Luciane Raupp.
Os núcleos temáticos: ABRAMD Clínica, ABRAMD Educação e ABRAMD Fenomenologia são abertos para quem quiser participar. Basta entrar em contato com a associação por meio do link: https://www.abramd.org/comissoes .
Atualmente, a associação conta com mais de 350 associados, de diversas áreas, entre eles, psicólogos, médicos, farmacêuticos, advogados, biólogos, antropólogos, sociólogos, educadores, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, redutores de danos, cientistas sociais e enfermeiros.
Site: www.abramd.org
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