Congresso Internacional da Abramd discute no Recife políticas sobre drogas

 Congresso Internacional da Abramd discute no Recife políticas sobre drogas

Imagem de Erin Stone por Pixabay

 

Congresso Internacional da Abramd vai discutir pesquisa divulgada nesta segunda-feira (8), a qual aponta o Brasil como último lugar no Índice Global de Políticas de Drogas que avaliou 30 países

Pesquisadores, gestores públicos, especialistas e cientistas se reúnem de amanhã (quarta 10) a sábado (13), no Recife, para o 8º Congresso Internacional da Abramd – Por uma Política de Drogas Democrática, Inclusiva e Diversa. A iniciativa é organizada pela Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (Abramd). A parte presencial ocorre no Centro de Eventos da Faculdade Pernambucana de Saúde, já as atividades online podem ser acompanhadas por meio do site: https://congressointernacional2021.abramd.org/programacao/ .

“Os congressos da Abramd se caracterizam como grandes fóruns de discussão que geram, muitas vezes, proposições e encaminhamentos para se pensar políticas públicas sobre drogas. Nos encontros são apresentados dados mais atuais e novas perspectivas”, expõe Luciane Raupp, presidente da Abramd.

Para ela, que é mestra em psicologia Social e Institucional (UFRGS) e doutora em Saúde Pública (USP), o congresso também é uma ótima oportunidade para que estudantes e outras pessoas interessadas possam se informar a respeito do tema, a partir de uma visão mais plural e ampla.

“São discussões que vão além dos vieses punitivistas, proibicionistas ou daqueles que buscam apenas a abstinência. Essas visões são as dominantes, desde as mudanças ocorridas durante o governo de Michel Temer e que se agravaram com as políticas de Jair Bolsonaro”, avalia.

Entre os nomes confirmados no 8º Congresso Internacional da Abramd – Por uma Política de Drogas Democrática, Inclusiva e Diversa, estão o professor titular de Neurociências e vice-diretor do Instituto do Cérebro da UFRN, Sidarta Ribeiro; o vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa; a ativista do movimento negro norte-americano, Deborah Small; a Coordenadora Geral da rede Tulipas do Cerrado, Juma Santos; a presidente da ONG Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Nathalia Oliveira; o presidente nacional da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé; e o fundador da Rede Reforma, Emilio Figueiredo, entre outros.

Além das conferências e mesas redondas, o Congresso da Abramd realizará minicursos, fóruns de discussão, apresentação de trabalhos, assembleias, lançamento de livros e premiações.

O Congresso da Abramd tem como presidente de sua comissão responsável, Ana Glória Toledo Melcop, e como presidente da comissão científica, Danielle Valim.

De acordo com Ana Glória Melcop, “O evento surge para agrupar especialistas renomados e promover um melhor debate acerca das políticas de drogas e inserir a participação de vários segmentos sociais como: população de rua, pessoas que usam drogas, profissionais do sexo, LGBTQI+, indígenas e movimentos rurais e urbanos como, por exemplo, MST, MTST, CUFA e Mães de Manguinhos.

Informações e inscrições para o Congresso:

https://congressointernacional2021.abramd.org/

Instagram: @abramdnacional

Brasil em último lugar no Índice Global de Políticas de Drogas

Estudo elaborado pelo Harm Reduction Consortium, divulgado nesta segunda-feira (8), aponta que o Brasil ficou em último lugar no Índice Global de Políticas de Drogas, que avaliou 30 países. A entidade reúne organizações que trabalham na defesa de políticas de redução de danos, dirigidas para atenuar os efeitos negativos do uso de drogas.

“A regressão pela qual vivemos é bem visível nesse relatório. Ele mostra o quão erradas têm sido as decisões tomadas desde 2016 e como nós estamos distantes de ações mais progressistas, que estão pautando grande parte das políticas sobre drogas no mundo”, aponta Luciane Raupp.

De acordo com a pesquisadora, o País vai justamente no sentido contrário ao recrudescer as proibições, diminuir a rede psicossocial, ao mesmo tempo em que estimula e apoia a atuação de comunidades religiosas. “Um modelo ultrapassado, que o mundo inteiro já mostrou que não funciona”, critica.

Núcleos de atuação da ABRAMD

Além dos congressos, a Abramd mantém núcleos de atuação em estados do Sudeste. “Queremos que essa ação se expanda para as regiões Norte e Nordeste. Por isso, o Congresso está acontecendo este ano no Recife”, diz Luciane Raupp.

Os núcleos temáticos: ABRAMD Clínica, ABRAMD Educação e ABRAMD Fenomenologia são abertos para quem quiser participar. Basta entrar em contato com a associação por meio do link: https://www.abramd.org/comissoes .

Atualmente, a associação conta com mais de 350 associados, de diversas áreas, entre eles, psicólogos, médicos, farmacêuticos, advogados, biólogos, antropólogos, sociólogos, educadores, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, redutores de danos, cientistas sociais e enfermeiros.

Site: www.abramd.org

Veja também

Política de Drogas Democrática, Inclusiva e Diversa é tema de congresso

“Atuação policial sobre o mercado de drogas realimenta a violência”, diz Luiz Ratton

Drogas: guia reúne recomendações para políticas municipais

 

    Posts Relacionados

    Pin It on Pinterest

    Share This