Comunidades quilombolas do Agreste e Sertão de Pernambuco recebem formações gratuitas sobre elaboração e gestão de projetos

Tido como principal mecanismo de incentivo cultural do estado de Pernambuco, o Funcultura proporciona a realização de formações em territórios quilombolas e indígenas por todo interior pernambucano. O objetivo é abrir os horizontes em relação à possibilidade da elaboração e gestão de projetos culturais. É a partir dessa realidade da democratização dos recursos públicos que o produtor cultural Alexandre Melo roda pelo estado (Agreste e Sertão), a partir do dia 15 de julho, quando inicia as capacitações, todas gratuitas, no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Ao todo, são oito facilitações ao longo de três meses de execução do projeto.

Os encontros têm audiodescrição e intérprete de libras como acessibilidade. Além de ocupar o FIG, Alexandre Melo foi contemplado no Festival Pernambuco Meu País. Em ambos os festivais, ele circula com a capacitação “Destravar Ideias, Captar Recursos”. No Festival de Inverno, também traz a formação “Produção cultural nos Quilombos”. A circulação possui o incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secult-PE e Governo de Pernambuco, com apoio das comunidades quilombolas do Castainho, em Garanhuns (Agreste), e a Curiquinha dos Negros, em Brejão (Agreste).

“O propósito é buscar democratizar os recursos do Funcultura, com prioridade para as pessoas que muitas vezes não conseguem ser fortalecidas e contempladas no acesso à elaboração de projetos e a captação de recursos e também para as pessoas que têm mais dificuldades dentro desse processo do setor cultural independente”, declara.

“Destravar Ideias, Captar Recursos” abre o ciclo das formações, com 20 horas/aula divididas em cinco encontros seguidos, do dia 15 (segunda-feira) a 19 de julho (sexta-feira), das 13h às 17h, na AESGA – Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (Av. Caruaru, nº 508 – Heliópolis, Garanhuns/PE). As informações sobre as inscrições para as atividades ficam sob a responsabilidade da organização do FIG.

Na sequência, também pela programação do FIG, de 20 a 30 de julho, leva a capacitação “Produção cultural nos Quilombos” para as comunidades quilombolas locais (Castainho, Zona Rural de Garanhuns; Curuquinha dos Negros, Zona Rural de Brejão, respectivamente), das 13h às 17h. Ao todo, a disponibilidade é para três turmas, com limite de 30 pessoas por turma. Cada edição tem 16h de duração (inscreva-se via formulário online – bit.ly/3LkIcg7).

O conteúdo é o mesmo para as três turmas, sendo uma voltada para o público cego e outra para o público surdo, além de uma para o público em geral. Vale salientar que qualquer pessoa pode participar de uma das edições.

A formação “Destravar Ideias, Captar Recursos” chega ao Festival Pernambuco Meu País no dia 31 de agosto, no município de Buíque, Agreste de Pernambuco, no polo País da Literatura. A informação sobre as inscrições para a atividade é de responsabilidade da organização do festival.

A etapa de conclusão das capacitações acontece no mês de setembro, em cidades do Sertão, com mais duas edições da facilitação “Produção cultural nos Quilombos” para 20 comunidades quilombolas localizadas nos municípios de Serra Talhada, Mirandiba, Carnaubeira da Penha, Floresta e Betânia. Cada edição possui 20h de duração e o limite de inscrição de 30 pessoas por turma.

O pernambucano Alexandre está na produção cultural desde 2007. De lá pra cá, são mais de 50 projetos aprovados no Funcultura, o primeiro como elaborador em 2010. No ano de 2015, passou a realizar cursos e consultorias sobre elaboração de projetos e captação de recursos. Inclusive, atuou por quatro anos (2016 a 2019) pela Fundarpe como capacitador dos Ciclos de Capacitações do Funcultura, executando formações, por esta instituição, no Recife e mais 12 cidades do interior do estado. Diretor da produtora “Nós Pós”, ele é especialista em elaboração, consultoria e gestão de projetos, além de experiências como curador e diretor dos festivais Palavra Cifrada (2017, 2022 e 2024) e Internacional Cartonera (2018 e 2021).

“Os números que envolvem os editais do Funcultura mostram que a maior preocupação da gestão pública estadual precisa ser a qualificação de seus trabalhadores e trabalhadoras culturais do interior do estado. A falta de familiaridade das pessoas, muitas inclusive sem acesso, me impacta. Foi nessas formações que escutei de uma idosa: “O que é logística?”. Esta pergunta transformou a forma como olho a cultura e como busco atuar nela, como produtor e como capacitador. Ela me empurrou para uma nova referência – consciente – sobre produção cultural”, conta.

Confira as formações gratuitas por oito cidades do interior pernambucano

Produtor cultural e facilitador: Alexandre Melo

15 a 19 de julho: “Destravar Ideias, Captar Recursos” – local: AESGA – Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (Av. Caruaru, 508 – Heliópolis, Garanhuns – PE, 55295-380) – Horário: 13h às 17h; 20 horas/aula divididas em cinco encontros.

Observação: informações sobre as inscrições para as atividades ficam sob a responsabilidade da organização do FIG.

20 a 30 de julho: “Produção cultural nos Quilombos”; duas turmas com recursos para acessibilidade; cada edição do curso conta com 16h de duração e o limite de inscrição por turma é de 30 pessoas (inscreva-se via formulário – bit.ly/3LkIcg7).

Turma 1 – de 20 a 23 de julho. Local: Comunidade Quilombola Castainho (Zona Rural de Garanhuns). Horário: 13h às 17h. Com audiodescrição.

Turma 2 – de 24 a 27 de julho. Local: Comunidade Quilombola Curuquinha dos Negros (Zona Rural de Brejão). Horário: 13h às 17h. Com intérprete de Libras.

Turma 3 – de 28 a 30 julho. Local: Comunidade Quilombola Curuquinha dos Negros (Zona Rural de Brejão). Horário: 13h às 17h.

31 de agosto: “Destravar Ideias, Captar Recursos” – local: Buíque (polo País da Literatura), dentro da programação do Festival Pernambuco Meu País.

Observação: a informação sobre as inscrições para a atividade é de responsabilidade da organização do festival.

Setembro: “Produção cultural nos Quilombos”; 20 comunidades quilombolas do Sertão de Pernambuco; cidades de Serra Talhada, Mirandiba, Carnaubeira da Penha, Floresta e Betânia; das duas turmas, uma tem recurso de Libras. Cada edição do curso conta com 20h de duração e o limite de inscrição por turma é de 30 pessoas.