Companhia Barco lança a audiopeça “O país que perdeu as cores” no Spotify

 Companhia Barco lança a audiopeça “O país que perdeu as cores” no Spotify

A peça, de criação coletiva da Companhia Barco e texto de Ana Paula Lopez, foi escrita ao longo dos últimos anos em que o Brasil se mostrou o próprio país que perdeu as cores: afundado em uma pandemia que se desdobrou em crises políticas, sociais, econômicas e humanitárias.

 

Companhia Barco inova na linguagem, encena a obra em áudio, e fala de política e democracia para todos os públicos, inclusive o infantojuvenil

A Companhia Barco lança a audiopeça “O país que perdeu as cores” na plataforma de streaming Spotify. A peça estreou em junho na FarOFFa do Processo,  na Oficina Cultural Oswald de Andrade, na primeira edição presencial do evento. Ouça a partir do dia 21 de junho no link.

A audiopeça “O País que perdeu as cores” narra a história de um povo que perde todo seu colorido com a chegada do Novo Presidente, um político autoritário que queria tudo só para si. A peça foi escrita ao longo dos últimos anos em que o Brasil se mostrou o próprio país que perdeu as cores. O país está afundado em uma pandemia que se desdobrou em crises políticas, sociais, econômicas e humanitárias. O objetivo que move a realização dessa peça é, então, a eterna necessidade de discutirmos sobre aquilo que é comum a todos nós como cidadãos: qual é o projeto político de país que queremos para nós?

Assuntos como democracia, coletividade  e respeito à diversidade de pensamento podem parecer tabus para o público infantojuvenil: muitas vezes os adultos evitam tais temas, tratando-os de forma superficial, ou mesmo moralista, por julgarem que as crianças não têm capacidade intelectual e emocional para lidar com eles.

Segundo Walter Benjamin, “A criança exige dos adultos representações claras e inteligíveis, mas não infantis, e muito menos as que os adultos concebem como tais. A criança compreende perfeitamente coisas sérias, mesmo as mais pesadas e abstratas, desde que partam honesta e espontaneamente do coração”, Walter Benjamin em “Livros infantis antigos e esquecidos”.

Para abrir uma conversa verdadeiramente franca com o público infantojuvenil, portanto, é necessário buscar ativamente romper com respostas fáceis e totalizantes dos adultos sobre os interesses e desejos da criança e passar a respeitá-la como um ser capaz de decodificar significados a partir da sua própria experiência de mundo.

A realidade contemporânea do Brasil torna imprescindível o pensamento e elaboração do mundo por todas as pessoas que o habitam. Por isso a Companhia Barco assume o compromisso de amplificar o acesso a essa discussão: a peça “O país que perdeu as cores” foi concebida, desde o início com o auxílio de uma dupla de audiodescritores, como uma dramaturgia acessível para pessoas com deficiência visual.

É dessas reflexões que surge a audiopeça “O País que perdeu as cores”. Para nós, habitantes do Brasil em 2022, a pergunta que ressoa é: qual o lugar que as pessoas, o povo, ocupam tanto na ascensão de um presidente tirano, quanto na busca por mecanismos de resistência e enfrentamento a regimes que cerceiam suas subjetividades, suprimem a diversidade e as formas de existência coletivas? É a partir dessa pergunta que o grupo decide que o protagonista da história seria o próprio povo, com sua multiplicidade e contradições.

O país que perdeu as cores

Na peça, as personagens fogem de seu país, sendo condenadas a perambular pelo mundo. Quando questionadas sobre qual final desejam dar para sua própria história, percebem a impossibilidade de uma salvação imediata. Assim, decidem contar sua história pelos lugares por onde passam, convidando as crianças a estabelecer, antes de tudo, um compromisso com a memória.

Da Assessoria

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