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Coletiva Profanas estreia peça sobre identidade de gênero
A Coletiva Profanas estreia no Centro Cultural da Diversidade, em São Paulo, no domingo (13), às 19h, FURA! ou Um objeto de penetração. A peça, que foi selecionada pelo o Edital Aldir Blanc, conta a história de Manfrin, diretora, atriz, dramaturga e produtora da companhia. Ela é a segunda obra de Trilogia de solos para Trans-i-(acionar)!
Inspirada na auto teoria de Testo Junkie do filósofo e escritor espanhol Paul B. Preciado – que escreveu sobre processos cirúrgicos, hormonais, sociais, existenciais de sua própria transição -, a peça trata sobre estas questões que agora Manfrin passa.
“Fura é o segundo momento de uma trilogia que eu escrevo para minha transição dentro de um ciclo social, etapas que um corpo travesti passa para se transicionar. Se em Frutas eu transicionei minha identidade, em Fura busco transicionar dentro da cabeça das pessoas. O que eu preciso fazer para que alguém me veja primeiro como uma mulher?”, explica a artista.
A premiada atriz e diretora Janaína Leite assina a provocação cênica do espetáculo autobiográfico de Manfrin.
“Janaína Leite tem um longo percurso de pesquisa em obras autobiográficas, desde Conversas com meu pai, onde ela aborda a própria experiência que sofreu de abusos do pai em diálogo com ele, depois Festa de separação, que trata literalmente do aniversário de separação dela com o marido, e Stabat Mater, em que atua com a própria mãe para falar dos abusos que sofreu do pai”, conta a atriz sobre a escolha da direção.
“Nesta peça quero continuar a transformar transição em obra de arte, fazendo Arte Relacional, passando por várias estéticas do teatro, incorporando o audiovisual em projeções que fazem lembrar de sites de sexo on-line.”.
Soma-se a esta apresentação o lançamento do livro Trilogia de solos para Trans-i-(acionar) – Editora Patuá, contemplado agora com o PROAC. O livro está em pré produção na editora.
A primeira peça fRUtAS&tRANS-GRESSÃO Histórias para Tangerinas e Cavalas-Marinhos ou PALESTINA LIVRE!, de 2019, passou pelo Centro Cultural da Diversidade, Rede SESC, USP, pelo festival CÉU – Cena Universitária Nacional de Brasília da Universidade de Brasília e por outras capitais.
O espetáculo surgiu a partir do objetivo de naturalizar e problematizar a ‘presença’ corpos trans e não-bináries em cena durante cinco anos de pesquisa. Foi contemplada com incentivo do PROAC Primeiras Obras 2018.
Manfrin é atriz, diretora, arte educadora, figurinista, palestrante e dramaturga. É formada em Artes Cênicas e Interpretação Teatral pela UnB e Direção Teatral pela UFBA.
Atualmente, Manfrin defende sua pesquisa de mestrado acadêmico no PPGAC/ ECA /USP – SP na área de Teoria e Prática do Teatro, com a pesquisa intitulada “Práxis Queer da cena: Percurso de corpos travesti gêneres e trans não Binários nas artes cênicas contemporâneas brasileiras” sob orientação do estudioso de Teatro e Gênero Prof. Dr. Ferdinando Martins, professor da USP.
Desde 2018, aprimora seu estudo sobre a interpretação cênica na Escola de Arte Dramática EAD- USP. É idealizadora e criadora da COLETIVA PROFANAS de Teatro, em que atua como diretora e performer, onde já residiu e produziu espetáculos em São Paulo, Salvador, Florianópolis e Ribeirão Preto.
Janaína Fontes Leite nasceu em São Paulo, capital, no dia 27 de julho de 1981. A vocação para atriz aparece logo cedo, quando interpretava os textos que vinham na cartilha da escola. Foi no ginásio, numa reunião de pais, que a professora de português sugere à mãe colocá-la numa escola de teatro.
Mais tarde, para acompanhar o Grupo XIX em uma turnê na França, abandona o último semestre da graduação em teatro na Escola de Arte Dramática (EAD). Formada em Letras, Janaína é atriz, mãe, doutoranda e uma eterna amante do teatro.
Serviço:
Coletiva Profanas em FURA! ou Um objeto de penetração
Estreia: Domingo, 13 de dezembro de 2020, às 19h
Centro Cultural das Diversidade – plataforma digital
Duração: 60 minutos