Artes

Cineasta Vitória Vasconcellos conquista festival internacional de cinema e apresenta novas produções

A pernambucana Vitória Vasconcellos dirigiu docuficção sobre a juventude, estrelou fashion film, drama LGBT+ e aproveitou a oportunidade para receber prêmios no Brasil e na Europa

A atriz e cineasta Vitória Vasconcellos retornou de sua passagem pela Europa com uma bagagem que vai muito além do cinema. Foram mais de três meses no Velho Continente, onde a recifense fez uma imersão e compartilhou vivências, aprendendo com moradores locais. As experiências a levaram a escrever e produzir “Gioventutto” (Juventude), um docuficção gravado na região costeira da Calábria, no sudoeste do país.

– É um filme que explora a jornada de adolescentes que vivem em uma pequena cidade litorânea da Itália, enfrentando a frustração de crescer em um lugar que parece limitar seus sonhos. Um ambiente onde a maioria acredita que crescer significa deixar sua casa para trás, acompanhamos os desafios de uma jovem garota que precisa decidir entre permanecer ou partir – explica Vasconcellos.

O curta-metragem surgiu durante uma residência no festival La Guarimba, que aconteceu na cidade. Enquanto alguns atores se apresentavam e discutiam suas aspirações, a cineasta percebeu um sentimento familiar, de inquietude.

– Todos pareciam ter uma relação complicada com o lugar onde moram: belo, mas limitante. Seus sonhos incluíam música, moda, teatro, conquistar o mundo. Percebi que já havia me sentindo assim, mesmo sendo de uma cidade grande como Recife. Quando se é artista, existe esse sentimento que faz a gente pensar que lugares grandes são pequenos, e nos faz querer explorar a vida intensamente – afirma.

Além de “Gienvetutto”, a pernambucana participou de outros projetos audiovisuais durante sua estadia no país. Ela protagonizou um Fashion Film dirigido pela brasileira-luxemburguesa Amanda Sant’Anna, com quem já havia colaborado anteriormente.

– Sempre achei a parte “glamour” da vida de atriz muito distante do que o ofício realmente é. Estou acostumada a fazer personagens poucos glamurosas, então andar pelo centro de Milão totalmente produzida foi uma experiência única. O figurino foi da keniana Victoria Komu, e trabalhamos a ideia da moda reciclável. Todas as peças usadas vieram de brechós e negócios locais – acrescenta.

A viagem também marcou o reconhecimento da carreira internacional – Seu último filme lançado – “Bleed, Don’t Die” (Sangra, Não Morre), foi vencedor do prêmio de “Melhor Curta” no NOT Film Festival, na Itália, e finalista de um festival espanhol de gênero. Além de levar o troféu pra casa, ela era a única representante feminina na categoria.

– Foi uma surpresa muito boa, principalmente por ser a única mulher na categoria. É fundamental para nós, como público, vermos filmes feitos por mulheres, pessoas pretas, com deficiência e outros cujas vozes raramente são escutadas. Então poder compartilhar essas histórias através do cinema é muito importante – menciona.

Em outubro, a atriz participou ainda do RECIFEST com o drama LGBT+ “De noite, na cama”. Dirigido por Malu Rizzo e estrelado por Vitória e Alcione Cristina, a história acompanha as interações de um casal em seus últimos momentos na cama, antes de adormecer. A produção levou para casa o prêmio mais especial da noite – o de melhor curta pernambucano pelo Júri Popular.

– No curta eu interpreto a Paula, uma jovem de acaba de sair de um relacionamento longo e complicado, mas que decide se mudar com a nova namorada depois de pouco tempo de namoro, mesmo as duas sendo muito diferentes. Eu a vejo como alguém que precisa movimentar a vida para poder seguir sozinha, mesmo sabendo dos riscos. A história foca na ideia de solidão afetiva e na dificuldade que existe, mesmo em casal, de receber e dar amo – explica Vitória.

Nesse cenário de representatividade, a cineasta afirma que o Brasil sai na frente dos Estados Unidos e da Europa, por oferecer espaços que valorizem cada vez mais as vozes que precisam ser ouvidas.

– Festivais independentes nordestinos fazem um trabalho lindo de valorização da cultura regional, com mostras frequentemente separadas por regiões onde acontecem os eventos. Para mim, o resultado é claro: é impossível sair de um festival desses exatamente as mesmas pessoas que entramos. Nossa visão de mundo expande quando somos expostos a perspectivas diferentes – finaliza. Mais informações, clique aqui.

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    Mariana Layme

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