E se museus organizassem exposições com capas de discos de metal?

 E se museus organizassem exposições com capas de discos de metal?

“Satan I”, ilustração de HR Giger

E se centros culturais e museus resolvessem realizar exposições com capas polêmicas de discos de metal e hard rock? 

Por AD Luna

Nesses tempos de obscurantismo, fundamentalismos e censura a obras de arte, uma coisa intrigante tem acontecido: a adesão de inúmeros fãs de metal e hard rock a ações conservadoras e reacionárias. Seja em comentários a postagens em redes sociais, em sites especializados ou mesmo em conversas cara a cara, é possível ler ou escutar discursos que tratam da “defesa da família, da moral, dos bons costumes e da religião” (cristã, principalmente).

A situação é curiosa porque, dentro do universo dos estilos citados, não faltam exemplos de expressões de ideias que questionam, ridicularizam, provocam e entram em choque com os valores defendidos por conservadores.

Mais: Nem só de brancos europeus vive a música pesada. Parte 1

E se neste momento centros culturais e museus, no Brasil, resolvessem realizar exposições com capas polêmicas de discos de metal e hard rock? Como reagiriam os “cidadãos de bem” das guitarras distorcidas, sendo que muitos dos grupos citados abaixo são amados por eles e/ou servem de referência e influência para músicos e bandas do mundo inteiro?

E se políticos da chamada bancada evangélica se derem conta que crianças, pré-adolescentes, adolescentes e jovens têm acesso fácil a tanta safadeza e blasfêmias? Os metaleiros e metaleiras vão ficar do lado da liberdade de expressão ou do espírito repressor de deputados, vereadores, prefeitos e juízes “protetores da decência e da fé cristã”?

Iron Maiden – capa do single “Sanctuary”

Aqui o Eddie, mascote do grupo, assassina a dama de ferro Margareth Thatcher, ídola de muitos liberais. Maiden terrorista, esquerdopata?

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Eddie assassina Margareth Thatcher na capa do single do Iron Maiden

 

Dio – capa do disco “Holy diver”

O cantor que passou pelo Rainbow, Black Sabbath e Heaven and Hell (o qual, na verdade, era o Sabbath da era Dio ressurgida, com outro nome) apresenta nesta capa um ser que claramente tenta salvar um sacerdote acorrentado, que parece se afogar em um rio. Exemplo de solidariedade.

 

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Demônio agride padre em capa de disco de Dio

 

Black Sabbath – capa do álbum “Sabbath bloody sabbath”

Uma legião de demônios e um ratinho atormentam um pobre cidadão. Na cama, o famoso 666, o número da besta do apocalipse, segundo a Bíblia.

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Black Sabbath – capa do disco “Born again”

Um lindo bebê demoníaco. Quem vai criar e levar o menininho pra ser batizado?

Que menino bonitinho
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Heaven and Hell – “Heaven and hell”

Disco do Sabbath “alternativo”, com Dio no vocal e Vinnie Appice na bateria.

Cristão pode ouvir discos com uma capa dessas?
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AC/DC – “Highway to hell”

O que são esses chifres na cabeça do guitarrista Angus Young? Foi traído pelo seu amor? E o cara que está ao lado direito dele, seria o cantor romântico brasileiro Odair José?

Quem ouvir esse disco vai para o inferno?
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Whitesnake

Essa boquinha da cobra na capa do disco Come an’get it lembrou alguma outra coisa…

Vulva no disco do Whitesnake?
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Motörhead

Dizem que se a pessoa juntar a capa do álbum “Sacrifice”, da banda de Lemmy, com a capa do Whitesnake, do cantor David Coverdale, o Fábio Júnior do hard rock, uma nova e terrível criatura poderá surgir.

 

Pênis em álbum do Motörhead?
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Fonte das imagens dos discos do Whitesnake e Motörhead: blog Rock Dissidente

Steel Panther – “All you can eat”

Minha vó super devota católica, já falecida, talvez não curtiria muito essa festinha aí.

 

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Steel Panther cometeu blasfêmia nesta capa?

 

Slayer e suas capas blasfemas

O curioso no Slayer é que, mesmo com capas como essas, o vocalista e baixista Tom Araya se define como bastante católico. E não é ironia minha. Talvez seja dele…

 

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Mercyful Fate – Não quebre o juramento

O aviso parte deste senhor envolto em chamas. Na contra capa, foto do vocalista King Diamond, o Diamante Rei. Dizem os maledicentes que o “Rei” aí seria Satanás. Mas também pode ser uma alusão a Pelé, o Rei do Futebol.

 

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Celtic Frost – “To Mega Therion”

Obviamente, H.R. Giger, o autor deste desenho já está condenado às chamas do inferno.

 

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Triptykon – “Eparistera daimones”

Esta é mais uma obra do artista suíço H.R. Giger (1940 – 2014), responsável pela imagem principal desta matéria. A banda Triptykon também é liderada por Tom Warrior, antigo vocalista da finada Celtic Frost.

Os traços que ilustram essa capa certamente devem chamar atenção de fãs de filmes de ficção científica de terror. Sim, Giger foi o responsável pelo design da famosa criatura de “Alien – o oitavo passageiro” e suas continuações.

 

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Isso foi apenas uma pequena amostra da enorme quantidade de capas não muito cidadãs de bem que pululam no mundo do metal e hard rock. Mas nenhuma delas é tão assustadora e escandalosa quanto a da dupla de cantores abaixo. Não deixem seus filhos e filhas se encantarem pelo violento som desses malignos.

 

Satan is real
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Ouça o som do Louvin Brothers

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De Black Sabbath a Slipknot, “Barulho Infernal” conta a história do heavy metal a partir do relato dos artistas que definiram os rumos do movimento. Com base em 400 entrevistas, feitas nos últimos 25 anos, os jornalistas Jon Wiederhorn e Katherine Turman revelam histórias inéditas, admissões de culpa e a verdade por trás de alguns momentos mais selvagens do metal. Entre elas: trechos que tratam do acidente que mudou a história do Black Sabbath, as experiências que fizeram Dave Mustaine ser expulso do Metallica e os rituais de sangue praticados por bandas como Morbid Angel e Deicide.

“Barulho Infernal” tem comentários de ícones do metal, desde a sua concepção nos idos anos 1960 até os dias de hoje, incluindo Ozzy Osbourne, Bruce Dickinson, Eddie Van Halen, Tommy Lee, Lars Ulrich, James Hetfield, Kerry King, Vince Neil, Axl Rose, Jonathan Davis, Corey Taylor, Pete Steele, Dave Grohl, Trent Reznor, Marilyn Manson, Rob Zombie, Dimebag Darrel e dezenas de outros.

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