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Câncer de pâncreas tem taxa de mortalidade cinco vezes maior que o número de casos

O câncer de pâncreas é responsável por 1% dos casos e 5% das mortes por câncer no Brasil. É o sétimo tipo de câncer mais letal no mundo, com 466 mil mortes anuais. Com diagnóstico precoce, as chances de sucesso no tratamento superam os 40%

Responsável por cerca de 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes causadas pela doença no Brasil, o câncer de pâncreas é o sétimo câncer mais letal no país. São registradas no Brasil, anualmente, quase 12 mil mortes, segundo o Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Conforme o Globocan, base de dados da Organização Mundial de Saúde, houve 495 mil novos casos de câncer de pâncreas apenas em 2020 no mundo. No mesmo ano, 466 mil pessoas faleceram devido à doença, dado que corresponde a 7ª causa de mortalidade por câncer no planeta.

Isso acontece porque a maioria dos pacientes tem acesso ao tratamento nos estágios mais avançados. No início, o câncer no pâncreas apresenta sintomas pouco distinguíveis. Comparativamente, a taxa de sobrevida após cinco anos do diagnóstico é inferior a 5% nos casos de doença avançada (metástase). Com diagnóstico precoce, de acordo com o levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, a taxa de sobrevida em cinco anos salta para 43,9%.

Assim, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) reforça e estimula as estratégias para aprimorar o diagnóstico precoce. Para evitar que as pessoas cheguem aos serviços de saúde apenas nos estágios avançados da doença, a investigação estratégica é essencial: “Infelizmente, o câncer de pâncreas é difícil de diagnosticar precocemente porque os sintomas iniciais podem ser inespecíficos, como dor abdominal, perda de peso e fadiga”, explica o cirurgião oncológico Heber Salvador de Castro Ribeiro, presidente da SBCO.

Em relação ao tratamento, é necessário fazer uma análise criteriosa sobre o estágio da doença, da localização do tumor, da saúde geral do paciente e de outros fatores biológicos. “A cirurgia é o tratamento mais comum. A remoção do tumor pode afetar uma parte do pâncreas, o duodeno, a vesícula biliar e parte do estômago e, quanto mais inicial for a descoberta, mais a cirurgia oncológica segura é efetiva”, explica Héber Salvador. Além disso, outros tratamentos não-cirúrgicos, indicados caso a caso, também contribuem para aumentar a sobrevida dos pacientes, como a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Os principais sinais que podem alertar para o câncer de pâncreas são:

  • Fraqueza;
  • perda de peso;
  • falta de apetite;
  • dor abdominal;
  • urina escura;
  • olhos e pele de cor amarela;
  • náuseas e dores nas costas.

Os principais fatores de risco para câncer de pâncreas são histórico familiar, idade avançada, tabagismo e obesidade. Se uma pessoa apresentar um ou mais desses fatores de risco e apresentar sintomas vagos e inespecíficos, é importante que ela consulte um médico para avaliação.

Além disso, os médicos podem solicitar exames de triagem para detectar o câncer de pâncreas em pessoas que apresentam alto risco, como aquelas com histórico familiar de câncer de pâncreas ou síndrome de pancreatite hereditária. Outras avaliações que podem ser incluídas são exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, ou testes de sangue para marcadores tumorais, incluindo biópsia líquida. Embora a relação com o diabetes não esteja completamente esclarecida, há um ponto a se prestar a atenção: pacientes que iniciam quadro de diabetes súbito em idades mais avançadas ou que tem seu quadro de diabetes descompensado sem outra causa aparente devem realizar exames para descartar a presença da neoplasia.

Sobre a SBCO – Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Héber Salvador (2021-2023).

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