Bia Nogueira, integrante do selo A Quadrilha — criado em 2022 pelo rapper Djonga — e idealizadora do festival IMUNE, que celebra a música preta, indígena, periférica e LGBTQIAPN+, acaba de lançar, em parceria com DJ Luan Gomes, um remix de “Zé do Caroço”, clássico de Leci Brandão. Nesta nova versão, os artistas combinam samba com funk MTG.
“O funk de BH, especialmente o estilo MTG, se destaca por suas interpretações de músicas clássicas. O que me atraiu de imediato foi essa abordagem minimalista. Apesar da simplicidade, essas versões conseguem ser extremamente dançantes, permitindo que outros elementos do arranjo sejam ouvidos com clareza. Achei muito interessante a ideia de misturar uma canção tão tradicional do samba brasileiro, escrita por uma grande compositora negra como Leci Brandão, com uma nova interpretação criada por alguém da novíssima cena, como o DJ Luan Gomes. Minha voz se torna o elo que une essas duas gerações, o que me honra profundamente”.
Com 78 mil ouvintes mensais no Spotify, Bia Nogueira é reconhecida por sua voz poderosa e letras impactantes que transmitem mensagens de resiliência e empoderamento. Sua conexão com “Zé do Caroço” é antiga: a música foi gravada em seu álbum de estreia, em 2018, e agora ressurge com ainda mais força em 2024.
DJ Luan Gomes, famoso pela versão MTG de “Morena Tropicana”, que fez sucesso nas redes sociais, acumula mais de 9 milhões de ouvintes no Spotify.
A escolha de “Zé do Caroço” para essa nova fase da carreira de Bia coincide com a homenagem que a artista fará a Leci Brandão no Festival IMUNE, em novembro. “Ela sempre foi uma referência para mim. Homenageá-la e tê-la como atração principal no festival, ao mesmo tempo em que divulgo este trabalho, torna tudo ainda mais significativo. É um momento muito especial”, celebra a cantora.
A estreia do remix é, em cada verso, um chamado à ação. Bia Nogueira destaca a importância dessa mensagem: “Zé do Caroço. conta a história de um sujeito que fazia denúncias no Morro do Pau da Bandeira e a canção carrega um clima de participação popular que ressoa profundamente com o que estamos vivendo hoje. É um lembrete de que precisamos de iniciativas coletivas e da força do povo se mobilizando para mudar sua realidade. O Zé do Caroço se torna um símbolo. E é essa energia que precisamos resgatar agora. Por isso, decidi relançar essa música com o funk, um estilo que, desde o início, tem uma veia reivindicatória. Tanto o samba quanto o funk são gêneros da favela, então faz todo sentido essa fusão para amplificar a mensagem de luta e resistência”.
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