Artistas participam de Projeto Gráfica Lenta no Vale do Catimbau e abre exposições ao público

 Artistas participam de Projeto Gráfica Lenta no Vale do Catimbau e abre exposições ao público

Ao longo da residência, mais de vinte artistas pernambucanos dedicaram-se à produção de gravuras em linóleo

Artistas residentes finalizam suas obras e convidam a comunidade para celebrar a arte e a cultura local
Após um mês de imersão criativa no Vale do Catimbau, o coletivo Gráfica Lenta se prepara para encerrar sua residência artística com chave de ouro.  Hoje (terça 28 de maio), as obras criadas pelos mais de 20 artistas residentes serão apresentadas no território indígena dos Kapinawás, na Aldeia Malhador, em Buíque.  As mostras seguem até o próximo domingo em diversas comunidades da região. O projeto é realizado com o apoio do Funarte Retomada 2023 – Artes Visuais.
Ao longo da residência, mais de vinte artistas pernambucanos dedicaram-se à produção de gravuras em linóleo inspiradas na flora, fauna, paisagens, patrimônio arqueológico e cotidiano das comunidades do Vale do Catimbau. As obras retratam a biodiversidade única da região, a riqueza cultural do povo local e a beleza natural do parque arqueológico.
Boa parte dos artistas residentes tem formação como arte educadores ou experiência como artistas educadores e, ao longo de todo o período da vivência, compartilharam conhecimentos sobre a linguagem e técnica da linoleogravura com jovens da região, contemplados com uma bolsa. “Nossa proposta tem sido de ensinar e aprender com a população local, estabelecendo uma relação de mútuo saber e plantar uma semente para o surgimento de um coletivo de gravuristas na região do Vale do Catimbau”, explica a produtora executiva do projeto, Clarice Hoffmann.
Exposições em várias localidades
As exposições das gravuras serão realizadas em formato de varal em diversas localidades, buscando facilitar o acesso da comunidade às obras. A programação inclui:
 Locais:
    27 de maio: Vila do Pico
    28 de maio: Aldeia Malhador – T.I Kapinawá
    29 de maio: Vila do Catimbau
    30 de maio: Baixa Grande
    31 de maio: Serrote Preto
    1º de junho: Feira de Buíque
    2 de junho: Feira do Povoado de Carneiro
As exposições são uma oportunidade única para que turistas e a comunidade do Vale do Catimbau apreciem a arte contemporânea e se conectem com a riqueza cultural da região. As obras dos artistas residentes convidam o público a refletir sobre a importância da preservação do meio ambiente e da valorização da cultura local.
Além das exposições, o projeto também prevê a doação de um conjunto de gravuras para o Museu e Casa da Cultura Popular de Buíque, ampliando o acervo iconográfico da instituição sobre o Vale do Catimbau. Um arquivo digital com fotos, textos e depoimentos dos participantes também estará disponível na página do Instagram do projeto (@graficalentacatimbau), democratizando o acesso à experiência da residência artística.
No Recife, as gravuras serão exibidas em uma grande exposição na Galeria Maumau, na Rua Nicarágua, 173, no dia 29 de junho. A Galeria Maumau é o espaço cultural onde está a sede da Gráfica Lenta e um importante ponto de encontro para a cena artística recifense.
A Gráfica Lenta no Vale do Catimbau é um projeto realizado com o apoio do Funarte Retomada 2023 – Artes Visuais. A iniciativa tem como objetivo promover o intercâmbio cultural, fomentar a produção artística e fortalecer a identidade cultural do Vale do Catimbau**.
 Instagram: @graficalentacatimbau
Sobre o Parque Nacional do Catimbau
 O Vale do Catimbau está localizado entre o agreste e o sertão pernambucano, nos municípios de Ibimirim, Buíque e Tupanatinga, e é conhecido regionalmente e nacionalmente por sua riqueza patrimonial.
Por ser uma área prioritária de preservação do meio ambiente, em 2002, foi criado o Parque Nacional do Catimbau – a segunda maior unidade de conservação da natureza em Pernambuco, atrás apenas de Fernando de Noronha, e uma das últimas reservas do bioma Caatinga.
O Parque Nacional do Catimbau é também o segundo maior parque arqueológico do Brasil – conta com diversos sítios arqueológicos, cavernas, cemitérios pré-históricos e pinturas rupestres de épocas distintas, algumas delas com 6 mil anos. Mas não é só, ao longo do Vale, estão a Terra Indígena Kapinawá, as comunidades quilombolas Sítio Novo Mundo e Façola e uma série de outras comunidades rurais.
A realização da residência da Gráfica Lenta no Vale do Catimbau está em diálogo com a Lei N° 9.985 de 2000, conhecida como Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidade de Conservação), quem tem entre seus objetivos “a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”.
Sobre a Gráfica Lenta
Nos últimos dez anos, coletivos de gravura pipocaram em diversas cidades do Brasil – Belém, Florianópolis, Porto Alegre, São Paulo, Crato, Salvador, entre outras localidades. Renovando, inovando e expandindo a produção da gravura contemporânea em diferentes técnicas, esses coletivos de gravadores constituíram espaços visando a troca de conhecimento e de experiências artísticas em torno das possibilidades poéticas da gravura.
No Recife, esta movimentação ocorrida no campo das artes visuais brasileira, se manifestou por meio da Gráfica Lenta. Adotando como lema “A prensa é inimiga da perfeição”, em 2013, o artista plástico Maurício Castro propôs a criação de um espaço coletivo para a produção da gravura, fundamentado em um posicionamento político e social, que prezasse por uma desaceleração: um respeito ao tempo, mais lento, mais humano. Ocupando, inicialmente, um pequeno espaço da varanda do espaço cultural e Galeria Maumau, artistas começaram a se reunir em torno de uma prensa e a produzir linoleogravuras.
No ano seguinte, a partir do desenvolvimento de um projeto incentivado por um edital público, a Gráfica Lenta ganhou fôlego e foi ampliada. A proposta aprovada consistia na realização de uma exposição coletiva de gravuras, concebida a partir de uma vivência impulsionada pela expertise do próprio Maurício Castro e do artista Maurício Silva na linguagem/técnica da gravura adquirida por ambos na lendária Oficina Guaianases de Gravura. Para participar do projeto foram convidados oito artistas de diferentes gerações. No entanto, de forma surpreendente outros dezessete artistas se envolveram espontaneamente no cotidiano da vivência e como consequência a Gráfica Lenta se consolidou como um importante espaço para a reflexão/operação da experimentação com a gravura. Nas comemorações pelos dez anos de atividades, o coletivo lançou o ebook – www.graficalentaebook.art.br – com parte de sua profícua produção.
Gráfica Lenta – Residência no Vale do Catimbau
De 07 de abril à 02 de junho
Sítio Alcobaça, Buíque, PE
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