Álbum do pianista Henrique Gomide está disponível nas plataformas digitais

 Álbum do pianista Henrique Gomide está disponível nas plataformas digitais

Gomide se Gomide se especializou na obra de Garoto, que foi tema de seu mestrado na Holanda. Foto: Steven Haberland

O músico brasileiro, radicado na Alemanha, Henrique Gomide, homenageia mestres da música brasileira em seu álbum solo de estreia, Portais

O pianista paulistano Henrique Gomide, que vive há quase dez anos em Colônia, na Alemanha, está em constante atividade com seu trio instrumental Caixa Cubo e já acompanhou músicos como Mateus Aleluia e Guinga. Agora o pianista decidiu lançar seu primeiro álbum solo. Em Portais, lançado pela gravadora holandesa Challenge Records, o pianista presta sua homenagem a grandes nomes da música brasileira ao piano solo.

Entre os arranjos, Gomide incluiu interlúdios autorais, pequenas miniaturas improvisadas. ‘’Elas são como descarregos inevitáveis de criatividade de um pianista que é também autor. Fragmentos da intensa inventividade do Henrique ao piano, cujas mãos estão sempre lançando idéias espontâneas’’ conta o produtor Lourenço Rebetez.

Um dos compositores homenageados pelo pianista é Egberto Gismonti. Do compositor e multi-instrumentista carioca, Gomide gravou nada menos do que três faixas: Loro, Palhaço e Frevo. ‘’A obra de Gismonti sempre me inspirou desde criança. Ter escutado ele tocar as peças do seu álbum Alma em 2009 no Teatro Municipal de São Paulo me marcou tão profundamente que, quase quinze anos depois, ainda sinto que aquela experiência está reverberando no meu inconsciente e me apontando direções a seguir. Quando decidi homenagear alguns mestres no meu primeiro álbum solo, Gismonti foi o primeiro nome que me veio à cabeça, pela contribuição imensurável que ele deixou para o piano brasileiro’’, conta o pianista.

Outro pianista homenageado é Ary Barroso (1903-1964), que teve o clássico Na Baixa do Sapateiro revisitado pelo pianista. ‘’Ary não foi só o pai da canção brasileira como também um ótimo pianista, o que nem todo mundo sabe. Por isso, pensei que ele não poderia ter ficado de fora desse repertório’’.

Gomide também se debruça sobre a obra de um dos principais modernizadores da música do Brasil no início do século 20. De Garoto (Aníbal Augusto Sardinha, 1915-1955, considerado como o “pai do violão moderno brasileiro”), o pianista apresenta sua versão de Jorge do Fusa, interpretada em sete por oito, um compasso pouco usual no choro. Gomide se especializou na obra de Garoto, que foi tema de seu mestrado na Holanda. O pianista lançou pelo IMS-Sesc o songbook Choros de Garoto, e foi um dos diretores do documentário Vivo Sonhando (Lente Viva Filmes), premiado no Canal Curta!.

De outro violonista, Baden Powell, (1926-2006), em parceria com o poeta Vinicius de Morais (1913-1980) Gomide executa ‘’Canto de Xangô’’. Gravada originalmente em 1966 no álbum Afro-sambas, esse clássico da música brasileira ganha no álbum Portais sua primeira interpretação ao piano solo e traz lembranças do violão de Paulo Bellinati em sua gravação em duo com a cantora Monica Salmaso.

Outro autor evidenciado é Guinga (Carlos Althier de Souza Lemos Escobar). Dele, bastaria dizer que se trata de um dos maiores compositores do mundo na atualidade. Criado nos subúrbios do Rio de Janeiro, o violonista e cantor combina como ninguém uma infinidade de influências que vão das múltiplas tradições brasileiras às diferentes linguagens do jazz e da música clássica. A exemplo de nomes como Esperanza Spalding, Michel Legrand e Paco de Lucia — autor da seguinte afirmação sobre o artista brasileiro: “Tive vontade de trocar meu universo musical pelo dele”, Gomide também foi fisgado pelas pinturas sonoras de Guinga. Dele, incluiu no programa a valsa “Pucciniana”.

Outro clássico que ganhou sua versão de piano solo em Portais é a valsa Beatriz, de Edu Lobo e Chico Buarque. ‘’Eu ainda me lembro da primeira vez que escutei a versão em duo de Beatriz com Milton Nascimento e Cristovão Bastos no piano. Aquilo me paralisou. Ao interpretar ela agora eu sempre procuro revisitar aquele sentimento que tive na primeira vez que escutei essa música, talvez uma das canções mais importantes e sensíveis da música brasileira’’, comenta Henrique.

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