Criado para valorizar o impacto que os edifícios podem trazer para as cidades e incentivar a inovação do setor, o Prêmio Somos Cidade de Arquitetura Contemporânea recebe até 30 de junho as inscrições de projetos de edificações de todo o país. Há duas categorias: projetos em execução, com alvará e registro de incorporação já emitidos, e projetos concluídos, com Habite-se emitido há no máximo três anos. Serão eleitos três vencedores em cada categoria, revelados em 15 de agosto.
Para avaliar os participantes, a premiação conta com um júri formado por personalidades que são referências em arquitetura e no mercado imobiliário. Entre elas, está Fernando Mungioli, sócio e principal executivo da ARCO Editorial, editora especializada em arquitetura, e publisher da revista PROJETO, que há quase 50 anos se mantém como uma das principais publicações do segmento.
Na entrevista a seguir, Fernando Mungioli fala sobre o que um projeto arquitetônico de qualidade precisa ter e ressalta a importância da inovação para o mercado de edificações.
Como nasceu seu interesse pela arquitetura?
Aconteceu naturalmente. Não sou arquiteto mas sou jornalista especializado, o interesse vem de família: meu tio é arquiteto, um dos grandes amigos do meu pai e também grande jornalista foi Vicente Wissenbach, fundador da revista PROJETO. A partir daí, o resto é história.
Na sua opinião, o que caracteriza um projeto arquitetônico de excelência? Dê um exemplo de projeto, nacional ou internacional, que impactou você.
Eu costumo dizer que a funcionalidade deve estar acima da forma. E o projeto que reúne de forma racional porém bela esses dois aspectos, forma e função, atinge a excelência. Parece óbvio, mas para mim esse é o cerne da arquitetura. Ela serve bem quando você está em um lugar e nem entende por que se sente tão bem, e é por conta da arquitetura. São muitos projetos que possuem essa característica, mas um que me vem à mente é o MuBE, em São Paulo, do Paulo Mendes da Rocha, por que justamente ele tem sua função muito clara e bem estabelecida, e ao mesmo tempo conversa com a cidade de forma interessante, sem um grande impacto visual.
O mercado de edificações brasileiro precisa inovar mais? Por quê?
Sempre, na minha opinião. Inovação nunca é demais. Eu diria que o mercado de edificações já passou por isso, mas o mercado imobiliário especificamente, o residencial, corporativo, carecem desse olhar. Falta que as incorporadoras e construtoras olhem cada vez mais para a arquitetura, como já vem acontecendo nas últimas décadas, mas há espaço para mais.
Prêmio Somos Cidade
Inscrições: até 30 de junho
Divulgação dos vencedores: 15 de agosto
Mais informações em premiosomoscidade.com.br
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