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Diagnóstico contribui para o tratamento da paralisia facial
A paralisia facial – que ocorre por lesões no nervo facial, responsável por comandar a musculatura do rosto, conferindo os movimentos e expressões – atinge 80 mil pessoas por ano no Brasil e é um tipo de distúrbio que necessita de tratamento com urgência. Se as sequelas do problema neurológico não forem tratadas a tempo, podem deformar o rosto de maneira permanente.
A paralisia facial pode acometer homens, mulheres de qualquer idade, até mesmo os bebês estão inclusos, ainda que seja mais comum após os 40 anos. Se a pessoa possui diabetes ou está grávida, o risco é ainda maior e requer sua atenção.
O paciente que possui paralisia facial pode, muitas vezes, apresentar quadros depressivos e de fobias sociais, por não conseguirem realizar expressões faciais. Por isso, é importante obter acompanhamento psicológico dentro as opções de tratamento indicadas.
Tratamento
A paralisia facial deve ser diagnosticada e tratada por uma equipe multidisciplinar para que os resultados tenham maior chance de acerto. Existem centros médicos no Brasil com serviços exclusivos voltados ao atendimento exclusivo de pacientes com paralisia facial.
No Eco Medical Center, em Curitiba, por exemplo, o atendimento vai desde o diagnóstico de uma paralisia simples até de uma cirurgia reparadora e fisioterapia em um paciente mais grave.
Realizado por uma equipe de médicos e fisioterapeutas, o trabalho integrado oferece uma possibilidade de diagnóstico e recuperação mais eficaz para pacientes com paralisia facial que, por não conseguirem movimentar os músculos da face, desenvolvem uma deformidade evidente entre os dois lados do rosto, afetando permanentemente a fisionomia destas pessoas.
“A expressão facial é uma das formas mais importantes do ser humano comunicar seus sentimentos, interagir com as pessoas e principalmente, demonstrar suas características pessoais, que o identificam e o tornam único”, explica a neurologista que atua diretamente na avaliação e no tratamento de sequelas permanentes, Dra. Maria Tereza de Moraes, e trabalha no Eco Medical Center.
Quando o nervo é afetado, surge uma fraqueza aguda da metade do rosto e o olho do paciente não fecha direito, a boca fica fraca e se desvia para o lado oposto, a pessoa tem dificuldades para sorrir, dificuldades para comer (não consegue vedar os lábios adequadamente), há risco de lesões de córnea (pois o olho pode permanecer semiaberto durante a noite), e há o desconforto gerado pela assimetria.
Principais causas
As causas para paralisia facial periféricas ainda não foram identificadas, mas em sua maioria, podem estar relacionadas a infecção por bactérias (Doença de Lyme) ou vírus que atingem o nervo facial; tais como o vírus do herpes simples (labial e genital), do herpes zoster (varicela/catapora), o Epstein-Barr (mononucleose), tumores e traumas, entre outros.
“As paralisias faciais se iniciam de forma aguda, e a causa mais frequente é a Paralisia de Bell: um inchaço do nervo facial, que fica “apertado” dentro do canal ósseo por onde ele trafega, no crânio, cuja causa é desconhecida. Essa questão clínica é muito frequente. No entanto, a paralisia de Bell geralmente se reverte, e o paciente fica com nenhuma ou uma mínima sequela”, explica Dra. Maria Tereza.
Casos cirúrgicos
O cirurgião especializado em nervos periféricos, Dr. Thomas Marcolini, conta que em muitos casos apenas cirurgia pode devolver os movimentos.
“Os casos mais comuns de paralisia facial que necessitam de cirurgia são os que ocorrem devido a um tumor cerebral, ou devido a algum tipo de acidente ou sequela após cirurgia”, afirma. Ele explica que os nervos periféricos são os que já saíram do crânio, podendo causar perda de sensibilidade, formigamentos, dor ou perda de força.
Outras causas de paralisia facial podem deixar sequelas permanentes, como as neurocirurgias – especialmente após a retirada de tumores como o Neurinoma do Acústico, ou tumores de glândula parótida; o nervo passa por dentro desta glândula na face, e podem ocorrer traumatismos e acidentes onde o nervo é cortado ou lesionado.
“Quando [o paciente] chega ao nosso serviço, [ele] já saiu da fase aguda, ou seja, já foi diagnosticado com paralisia facial e a causa já foi elucidada e tratada, mas o paciente permaneceu com sequela. Assim, ele é avaliado pela equipe multidisciplinar (neurologista e fisioterapeuta facial), passa pela aplicação de toxina botulínica e, na sequência, inicia a fisioterapia apropriada para aproveitar a janela terapêutica e ganhar função. Ou seja, aí sim ele irá melhorar funcionalmente e esteticamente de sua sequela permanente”, explica a Dra. Maria Tereza.