A pessoa recebe uma mensagem no WhatsApp de um número desconhecido que promete pagar R$ 100 via Pix. Para receber o suposto valor, basta clicar em um link e fazer o palpite de quem vai ganhar o reality show Big Brother Brasil (BBB), ou seja, uma forma fácil de ganhar dinheiro. No entanto, tudo não passa de um golpe: a intenção é roubar dados pessoais, como e-mail, telefone, CPF e chave Pix das vítimas.
A situação acima é um caso real que aconteceu no ano passado, conforme relatado pelo jornal Extra. Com o início de uma nova edição do BBB, em 2024, golpistas podem aproveitar o alto interesse dos usuários pelo programa para cometer novos crimes na internet.
Os golpes aparecem de diferentes formas: mensagens de WhatsApp, e-mails, publicações em redes sociais, promessa de dinheiro fácil, clonagem de número de telefone, uma notícia supostamente bombástica que leva a um link malicioso, entre outros.
“Com mais pessoas compartilhando informações pessoais on-line, há um aumento no risco de vazamento de dados e invasões de privacidade”, explica Luiz Madeira, CEO da GWCloud, empresa especializada em inovação digital e transformação tecnológica.
Além do BBB, Madeira vê as eleições municipais de outubro como outro período de grande engajamento e atenção por parte do público. Logo, também será um terreno fértil para a ação de cibercriminosos.
“A disseminação de informações falsas (fake news) é usada para enganar usuários desavisados. Além disso, grupos com agendas políticas ou comerciais podem lançar campanhas de ciberataques direcionadas a indivíduos ou organizações específicas”, alerta o especialista.
Como se proteger na internet
Madeira lista algumas precauções que devem ser tomadas por todos os usuários. Uma delas é sempre verificar a fonte da informação que está sendo acessada. Isso não se restringe às notícias – há golpistas que criam sites falsos para vender produtos inexistentes, roubar dados pessoais e dinheiro, principalmente em épocas de promoções como a Black Friday.
“Seja cauteloso com links e anexos em e-mails ou mensagens, principalmente se eles parecem suspeitos ou não solicitados. É importante manter as configurações de privacidade das redes sociais atualizadas e possuir certeza da veracidade da informação que você compartilha”, recomenda Madeira.
Outra prática fundamental, segundo o especialista, é ter sempre antivírus e firewall instalados no computador e dispositivos móveis, como tablet e celular. Da mesma forma, o recomendável é que se evite acessar redes sociais ou contas bancárias em computadores de terceiros ou de uso compartilhado, como os do trabalho ou de bibliotecas.
Em uma cartilha divulgada na internet, a Polícia Civil de São Paulo traz informações sobre como agir caso a pessoa sofra diferentes tipos de golpe. Há uma instrução comum para todo tipo de situação: guardar as provas que tiver (como prints de conversas, e-mails e links) e fazer o boletim de ocorrência o quanto antes.
Madeira lembra que fraudes virtuais e fake news ameaçam não apenas uma pessoa específica, mas causam impacto em toda a sociedade. Na sua visão, a conscientização é imprescindível.
“As campanhas de desinformação podem não apenas comprometer a segurança individual, mas também influenciar a opinião pública e o processo democrático. Educar o público sobre como identificar e evitar táticas de engenharia social e fake news é tão crucial quanto implementar soluções técnicas de segurança cibernética”, sustenta.
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